Grey's Anatomy 7x07: That's Me Trying

7.11.10


Aguenta coração!

Grey’s Anatomy nunca poupa quando o assunto é emoção. Nos faz sorrir e nos faz chorar sem esforços, com naturalidade, porque emocionar é o que a série sempre fez de melhor. Shonda Rhimes geralmente dosa essas emoções para que elas não passem de um ponto em que, apesar de totalmente chocado, seu cérebro ainda consiga assimilar informações. Mas às vezes ela resolve nos apresentar emoções tão fortes, que mesmo em pequenas doses, conseguem nos paralisar por completo. Então é isso... lá vou eu, paralisado por completo, falar sobre That's Me Trying.

Invertendo aquele velho ditado, eu colocarei a calmaria á frente da tempestade para poder falar sobre o episódio. Primeiramente, parabéns ao Chief Webber que cumpriu sua palavra e fez de Hunt o cirurgião de traumas mais feliz do mundo ao finalmente liberar aquele cobiçado 1 milhão de dólares. Parabéns também ao próprio Hunt que conseguiu, inconscientemente ou não, transformar todo o seu treinamento em uma grande e louca competição entre residentes. Aliás, loucura foi o que não faltou durante esse treinamento. De um lado tivemos Avery, pela milésima vez, perturbado e fora de controle, jogando tudo pro alto e irritando seu atendente como de costume. E do outro, quem diria, tivemos April roubando a cena em uma performance simplesmente impagável envolvendo bonecos ensanguentados e uma ambulância. Não sei se foi porque ela passou o episódio todo ao lado de Karev, se foi pela performance em si, ou até pelo conjunto da obra, mas o fato é que ela subiu no meu conceito. E o que foi aquele olhar pro Alex enquanto eles estavam no Joe's? Casal à vista? Sei lá, será que daria certo?

Quanto a eles eu não sei, já no que diz respeito a Sloan e Little Grey, ai a história é diferente. Os dois trabalharam juntos durante o dia todo no caso da mulher que queria próteses de bunda, era óbvio que alguma hora iria rolar uma recaída nem que fosse de leve. A cena em que Sloan olha para a bunda da Lexie é sensacional. O jeito canastrão dele olhar foi ótimo, e o sorrisinho na cara de Little Grey ao virar de costas foi melhor ainda. Esse casal sim, esse dá certo, já ta mais do que provado.

As reais emoções do episódio começam a dar o ar de sua graça com Bailey e seu martírio em busca de respostas. Ela tinha toda uma história com Mary antes, durante e depois do massacre, toda uma conexão emocional que inconscientemente acabou transformando a paciente no que pode-se chamar de seu próprio ‘’Denny Duquette’’. Ter Bailey fora de controle é ruim para ela mesma, porém ótimo para nós. É fora de controle que ela protagoniza suas grandes cenas, e o ‘’tapa na cara’’ que ela deu em Derek foi uma dessas. Derek continua focado em seu estudo do Alzheimer, e esse choque de realidade provocado por Bailey veio no momento certo, fazendo-o questionar seus reais interesses com isso: salvar vidas ou salvar Meredith?

Salvar vidas muitas vezes não se limita apenas ao sentido corporal da expressão, salvar vidas muitas vezes significa salvar uma história, um relacionamento, um amor. O casal que durante toda essa temporada, dada raras exceções, eu julguei como inabalável, finalmente se desfez. Callie e Arizona viveram os 3 minutos mais sinceros e cheios de emoção de todo o seu relacionamento em um saguão de aeroporto, onde puderam jogar as cartas na mesa e falar abertamente sobre o rumo que seguiriam a partir dali. Arizona metralhou tantas verdades sob Callie que ela não teve nem como se defender, apenas aceitou. Daqui a algum tempo Jessica Capshaw (Arizona) volta de sua licença maternidade, e só ai poderemos saber a solidez dos fatos. Arizona com certeza volta da África, só que apesar de torcer e apostar nesta hipótese, eu não sei ao certo se voltará também para Callie. E sinceramente espero que caso aconteça, o recomeço seja tão grandioso quanto foi o fim.

Chegou a hora, todos os efeitos daquela overdose de emoção vão enfim falar por mim agora. A volta de um antigo paciente de Cristina, aliada a iniciativas que poucas vezes a vimos tomar após o trauma, conseguiu fazer com que o episódio parecesse, pelo menos por um segundo, o prelúdio da tão aguardada volta da verdadeira estrela do Seattle Grace Hospital. Porém, aos poucos, a cada novo exame, a cada fatídico passo dado rumo à uma provável cirurgia, era possível perceber que Cristina já havia ido muito além de sua capacidade psicológica, não somente durante o episódio, mas também ao longo da temporada. A discussão na qual Cristina culpa injustamente Meredith por seu estado, foi o ápice emocional de Yang no episódio, mas de maneira alguma pode ser considerada como um estopim, pois a bomba que ela carregava dentro dela já havia estourado há muito tempo. E para que os estilhaços dessa bomba possam finalmente sair de dentro de Cristina, ela precisará de um tempo, tempo esse que apenas a demissão poderia lhe dar. A decisão chocou, mas em meio a esse processo eis que me vêm à cabeça: Yang sempre voou e sempre voará solo, Meredith, Derek, Hunt... todos eles ajudaram, mas nenhum deles pode curá-la. Ela precisa desse tempo com ela mesma para poder voltar a ser quem era. Pode ser muito rápido, ou pode demorar mais do que possamos imaginar, mas ela vai voltar e vai voltar melhor do que nunca. Cristina respira cirurgia, come cirurgia, dorme cirurgia, ela vive cirurgia. Cristina não é nada sem cirurgia e Grey’s Anatomy com certeza não é nada sem ela. Não é que ela não queira ser cirurgiã, ela simplesmente não pode ser cirurgiã agora, não desse jeito. Quando Cristina entra em uma sala de operação, ela entra para fazer o que faz de melhor, mais acima de tudo ela entra para fazer o que a faz feliz. E enquanto esse trauma não a deixar ser feliz, ela estar ou não dentro de uma sala de operação não vai importar. Tempo, agora é questão de tempo.

That's Me Trying tinha tudo pra ser um episódio bom, mas acumulou nele acontecimentos que o transformaram em um episódio excelente. Nem eu, nem você... ninguém estava preparado para o que vimos. Grey’s Anatomy consegue apresentar tantas emoções em alguns minutos de episódio, que às vezes esquecemos que muitas outras emoções ainda virão ao longo da temporada.


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2 comentários

  1. Eu A-M-E-I esse episódio!!!!Grey's anaotmy nos surpreende cada vez mais!!!!Fiquei chocada nas cenas de Calzona e da dupla Dark&Twisted.Chorei, ri e me emocionei de mais em Grey's!!!!!!!!

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  2. Adoro as resenhas e visito o blog todos os dias, apesar de ser o primeiro comentário :)
    Acho que não preciso dizer que chorei nesse episódio e que tenho a certeza que Shonda nos proporcionará mais lágrimas até o final dessa temporada. Quando me perguntam de que se trata Grey's Anatomy e eu não consigo responder, episódios como esse me dizem o porquê dessa minha incapacidade. Grey's Anatomy fala da vida e de todos os seus pontos altos e baixos e em palavras não conseguiria descrever como a Shonda nos encanta no modo como conta as histórias.

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