Skins 5x04/5x05: Liv/Nick

9.3.11




5x04: Liv

O inicio do quarto episódio apresentou uma trama promissora. Amizades forçadas, mentiras, traições, tudo isso confinado em um apartamento. Parecia a receita de um excelente episódio. Infelizmente, o episódio acabou seguindo outro rumo, embarcando em uma viagem de puro escapismo.

Não que as loucuras de Matty e Liv pela cidade não tenham sido interessantes — a inconseqüência dos personagens de Skins sempre foi um dos aspectos que mais se destacam da série —, mas todos os personagens confinados naquele apartamento, me parecia algo infinitamente mais promissor doe que o caminho seguido.

A coincidência de Liv encontrar justo o irmão de Nick — revelação que ao fim apenas iria piorar seu estado — é um tanto absurda e incomoda quando Skins recorre a isso, uma vez que isso é tipo de coisa esperadas de série como Gossip Girl. Mesmo com esse problema, o que vem após isso é interessante o bastante para que esse pequeno erro seja quase ignorado.

No final, quando aquela trama promissora do começo a retomada, tudo que poderia ter acontecido ao longo do dia acontece em segundos, com uma intensidade certamente maior do que seria caso Liv nunca tivesse passado o dia com Matty.

Ao mesmo tempo em que o final traz os melhores momentos do episódio — A cena entre quando Liv entra no quarto e vê Mini e Nick na cama e a conversa entre ela e Mini no fim do episódio —, revela também seu maior problema: o que descobrimos de novo sobre Liv? A trama do episódio girou em torno apenas da tentativa dela de evitar uma briga com a sua melhor amiga. O episódio falou muito pouco sobre sua protagonista e mais sobre o seu papel no relacionamento entre ela, Matty, Nick e Mini.

5x05: Nick



Diferentemente de ‘Liv’, o início do quinto episódio parecia pouco promissor. Adotando o simples estereótipo do personagem bom nos esportes mas é extremamente infantil — como mostram as brincadeiras com os amigos de time — e incapaz de perceber os problemas ao seu redor vivendo em um mundo cor de rosa perfeito.

Graças a isso, os primeiros minutos de ‘Nick’ se mostraram muito desinteressantes. Entretanto, nesse momento já são estabelecidos alguns dos elementos que se revelarão importantes no futuro do episódio — os posters do pai no armário e na parede do quarto, o desconforto com a presença do irmão e o isolamento dos amigos.

Ao longo do episódio, Nick começa uma trajetória de decadência. A medida que aquela imagem estereotipada é desconstruída, Nick vai se revelando um personagem muito mais complexo do que podia se esperar. Ele tenta viver em paz com irmão, com o qual ele parece viver claramente em competição — notem a cena em que Matty abraça Liv, Nick toca meio sem jeito em Mini, deixando claro seu desconforto —, tenta satisfazer o pai em tudo e se vê no papel de líder do seu time.

Enquanto aos olhos de Nick seu irmão parecia seu extremo oposto — não se importa com nada, não se esforça e parece conseguir tudo fácil — o episódio apenas mostra o quanto ele estava errado. A medida que ele se transforma no seu irmão — se isso não estava claro, o roteiro praticamente esfrega essa realidade na cara do espectador quando ele adota o nome do irmão em certo momento —  fica fácil perceber de que ele vivia numa prisão, tentando desesperadamente ser aquilo que todos esperavam dele, sem jamais satisfazer a si mesmo.

Ao fim, ele tem seu momento de catarse ao enfrentar o pai e por fim queimando os posters do pai e se libertando, fazendo o que queria.

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