Sabe quando uma série supera suas expectativas? Pois é.

Eu esperava que Teen Wolf, nova série da MTV fosse uma bosta. Desculpem o linguajar, mas é isso mesmo. O negócio é que quando você assiste, ela supera toda e qualquer expectativa que você criou, porque a série não é uma bosta, é uma bosta imensa e fedida.

Fiquei tão entediada que não consigo nem ver as tosqueiras com bom humor. O Piloto é bobo e clichê. Com ritmo arrastado, aposta num protagonista sem carisma, num elenco desconhecido e obviamente sem talento. Os efeitos especiais poderiam facilmente ser chamados de DEFEITOS ESPECIAIS, trocadilho besta, mas que aqui cai como uma luva. Fiquei com vergonha de ver o lobo digital, os veados digitais e até o Chroma Key com as paisagens nas cenas em que o pessoal dirige. Tem videogame por aí com resolução melhor e mais próxima da realidade.

O pior de tudo é que sou bem chegada a uma produção porcaria e com enredo desse tipo, porque elas sempre me fazem rir. Dessa vez, não consegui nem enxergar a poesia da coisa, simplesmente porque ela não existe em Teen Wolf.

Aliás, vale lembrar que a série é inspirada num clássico dos anos 1980. No filme homônimo, Michael J. Fox é o lobisomem adolescente, que vai de loser a sensação do colégio, ao usar suas habilidades para vencer jogos de basquete e levar as garotas ao delírio dentro de armários. A diferença é que o filme trata o tema com humor e coloca o lobo toscamente peludo para interagir com os demais personagens. Na série a coisa muda de figura e o objetivo é nos fazer levar a trama a sério.

O personagem principal é Scott (Tyler Posey), um clone do ator brasileiro Humberto Carrão (que fazia o Luti em Ti-ti-ti) que acaba sendo mordido por lobisomem durante uma “aventura” na floresta com seu melhor amigo. A “aventura” não é sexual como muitos podem imaginar, mas bem que poderia ser. Scott e Stiles (Dylan O’Bryan) estão procurando corpos mutilados numa cena de crime e não era para o ato da necrofilia. No meio da brincadeira de detetive, Stiles é flagrado pelo pai, que é policial, e Scott fica sozinho no meio do mato e dos veadinhos saltitantes (JURO POR DEUS QUE ESSA CENA EXISTE!) até que é mordido pelo lobo e tem sua vida transformada para todo o sempre.

Agora, ele conta com super audição, super olfato, super visão e habilidades esportivas mágicas para deliciosas partidas de Lacrosse. Lógico que o novo estilo esportista fodalhão ajuda Scott com as garotas e ele logo se aproxima de Alisson (Crystal Reed) a aluna nova que atropela cães e tem um pai caçador de lobisomens.

Para completar o quadro do clichê escolar, temos as figuras de Lydia (Holland Roden) que é a gostosa do High School e Jackson (Colton Haynes) como o atleta babaca que se acha o rei do pedaço. Curiosamente, a vida de Haynes é mais interessante que seu papel na série e dizem as más línguas, que o moço tem fotos pornograficamente duvidosas por aí.

Além disso, temos a controversa (?) figura de Derek Hale (Tyler Hoechlin) um lobisomem adulto que vem para morder meninos adolescentes na floresta, afirmando categoricamente que eles serão apenas irmãos lobinhos e que virar cachorro em noite de lua cheia é a melhor coisa do mundo. Então tá.

Obviamente, Teen Wolf quer aproveitar a moda do momento iniciada por Crepúsculo (no cinema), True Blood e The Vampire Diaries. A diferença aqui é que não existem vampiros em cena, mas não há como negar que lobisomens estão em alta em produções desse tipo. Minha única dúvida é se apenas uma criatura sobrenatural sem outras para apoiá-la, sobreviverá na TV, ainda mais nessas condições, mas aqueles que gostarem da produção devem ficar tranqüilos porque os 12 episódios que compõem a 1ª temporada já estão garantidos.