Pan Am 1x01: Pilot

28.9.11


Senhoras e senhores, apertem os cintos. Está decolando a estréia mais promissora dessa fall season.

Peço desculpas, mas foi impossível não começar a review de Pan Am com alguma frase de avião. Impossível também é não comparar a série com The Playboy Club, outra estréia dessa temporada que tem sua trama ambientada nos anos 60. Mas a semelhança entre as duas para por aí. Enquanto Playboy precisaria da ousadia e do público menos conservador da TV a cabo para fazer sucesso, Pan Am é mais leve e tem todos os elementos para fazer sucesso – a começar pela ótima premissa.

A história de Pan Am gira em torno das aeromoças e pilotos da companhia aérea Pan American World Airways, que operou entre os anos de 1921 e 1991, numa época em que viajar de avião era considerado um luxo, o que transformava os funcionários da empresa em pessoas glamourosas e invejadas. O episódio de estréia mostra o vôo inaugural do Clipper 22, em 1963, o primeiro vôo da aeromoça Laura (Margot Robbie), jovem que fugiu do casamento encomendado pela família para conhecer o mundo com a irmã Kate (Kelli Garner), que trabalha para a companhia ao mesmo tempo em que atua como espiã do governo. Outra aeromoça é Colette (Karine Vanasse), jovem francesa que teve um romance com um dos passageiros, e acaba descobrindo que ele é casado. Já Maggie (Christina Ricci) é chamada de última hora para substituir Bridget (Annabelle Wallis), aeromoça que desapareceu misteriosamente. Contrariando a política da empresa, que não permitia relacionamentos entre funcionários, Bridget mantém um caso com Dean (Mike Vogel), um jovem piloto comercial. Completa o elenco principal Ted (Michael Mosley), o co-piloto metido a engraçadinho.

O episódio piloto traça bem as personalidades e motivações dos personagens, principalmente Laura, que teve seu rosto estampado na capa da revista Life sem seu consentimento, e ainda está desconfortável com a fama repentina. Isso também acaba causando uma certa rivalidade com Kate, que se incomoda com o sucesso da irmã. O comportamento rebelde da época é representado na figura de Maggie, curiosamente a personagem com menos destaque, apesar de ser interpretada por Christina Ricci, a atriz mais conhecida do elenco.

O lado tenso da trama fica por conta do mistério envolvendo o sumiço de Bridget, que pode estar relacionado com o plot de espionagem, elemento que causa uma estranheza inicial, mas que se bem desenvolvido pode render muitas boas histórias. Os flashbacks utilizados para mostrar o passado dos personagens funcionam bem, embora a tentativa dos roteiristas de inserir um acontecimento histórico (o resgate dos prisioneiros na Baía dos Porcos, em Cuba) na trama não seja das melhores, principalmente por causa da declaração de amor água-com-açúcar de Dean para Bridget.

Visualmente Pan Am também é um assombro. Embora grande parte do episódio aconteça dentro de um avião, há muitas cenas em ambiente aberto, cenários construídos com perfeição para emular os anos 60, e acabam criando uma nostalgia que os cenários fechados de The Playboy Club, por exemplo, não conseguem criar. Não há chroma-key mal recortado (a grande sensação dessa fall season), e até o avião digital é bem realista, especialmente para o orçamento apertado da TV. Só espero que o orçamento não tenha ido completamente para o episódio piloto, e que a ambientação dos próximos episódios seja igualmente realista.

Pan Am tem, enfim, todos os elementos para ser um sucesso. É divertida, romântica, bem produzida, e tem personagens carismáticos e mistérios interessantes. O público americano parece ter gostado da fórmula (o episódio de estréia registrou 11 milhões de espectadores e 3.1 na demo), e eu torço para que continuem gostando. Afinal, de 1963 a 1991, Pan Am ainda tem muitos ares para voar.

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4 comentários

  1. Até que em fim alguém com uma review decente!!!

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  2. Queria ter gostado (ou desgostado) de Pan Am, mas ao acabar o episódio, fiquei com aquela cara de paisagem tentando entender a reação que o piloto me causou. Realmente não dá pra entender como Crica Ricci, nossa eterna Vandinha, foi tão deixada de lado em comparação a TODAS as aeromoças e não vejo como essa coisa de espionagem nos céus possa render uma temporada inteira. Mas tem Mike Vogel, que supostamente devia ser o astro desse episódio chamado PILOT (#tudunpa), então talvez eu volte a embarcar semana que vem pra ver se decido se a série é boa ou ruim.

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  3. Gostei muito do episódio e acho que a série, se continuar nesse nível, vai chegar longe e com qualidade!

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