Person Of Interest 1x01/1x02: Pilot/Ghosts

2.10.11



Uma idéia interessante, com excelentes possibilidades de desenvolvimento, boas atuações e personagens fazem de Person Of Interest a melhor estréia dessa Fall Season.

Eu odeio episódios pilotos, e acredito que a maioria dos fãs de séries também não sejam fãs deles. Consigo facilmente contar nos dedos aqueles que considero dignos de serem lembrados. O problema com esses episódios é que, salvo essas raras exceções, eles são mais focados em apresentar todos os personagens de uma maneira automática, limitando-os a pequenas categorizações ou uma ou duas características mais marcantes, e menos com a trama do episódio. Graças a completa falta de semelhança com essa descrição, Person Of Interest consegue fazer um primeiro episódio que, mesmo que não entre na minha lista de episódios memoráveis, é um excelente episódio.

A maior qualidade da premiere da série é que, graças aos poucos personagens — a série se foca majoritariamente em Finch (Michael Emerson) e Reese (Jim Caviezel) — apresentá-los é fácil, e se torna uma tarefa ainda mais fácil já que o roteiro se utiliza do clichê do agente do governo que ficou decepcionado com seu trabalho e que agora vive alheio ao mundo. A maneira como Finch conseguiu recrutá-lo, embora crível, foi mostrada rápida demais. Para alguém que não se importava mais com o mundo ao se redor, deveria ter sido um pouco mais difícil para Finch convencê-lo a trabalhar para ele.

Finch é um personagem interessante. Inteligentíssimo e recluso ao ponto de permitir que todos simplesmente acreditem que ele esta morto, o personagem de Emerson parece frágil — a sua deficiência física é usada como uma forma de demonstrar isso — ao mesmo tempo em que se revela extremamente capaz intelectualmente. Ele tem dificuldade em andar, pode ser intimidado por pelo seu ‘chefe’, no segundo episódio, mas ele é capaz de perceber que Reese esta investigando ele e se esquivar das tentativas de seu contratado em descobrir mais sobre ele. Mais importante ainda, Finch logo percebeu as implicações morais da maquina que havia criado.

Essa máquina, alias, — um computador com capaz de identificar crimes que vão acontecer no futuro — é uma idéia interessantíssima para ser usada como premissa de uma série procedimental. Ao mesmo tempo em que ela abraça a completa aleatoriedade dos casos da semana nesse tipo de série, dando uma justificativa aceitável e inovadora para termos um novo caso a cada episódio — afinal, quem ainda agüenta um CSI genérico ou uma série policial com protagonistas sem personalidade —, pode levantar, se os roteiristas desejarem seguir por esse caminho — e parece que vão — discussões morais sobre as implicações da existência dessa maquina e das interferências de Finch e Reese.

Os casos mostrados nos dois primeiros episódios foram interessantes. No primeiro, o caso de corrupção serviu não só para explicar como funciona a dinâmica da série e por que as habilidades investigativas de Reese são tão importantes — tudo que ele conhece sobre as possíveis vítimas ou perpetradores de um crime é seu numero se seguro social —, mas também para que ele conseguisse seu informante na policia. O segundo episódio saiu um pouco do esperado, mostrando Finch tendo um papel mais ativo, mesmo que servindo apenas de babá ou se passando por corretor, na investigação mas sem fugir da caracterização criada no piloto. Além disso, ainda pudemos ter um entendimento do presente e do passado de Finch, mostrando a gênese do programa que prevê os crimes e também as primeiras discussões sobre as conseqüências da existência desse programa.

Até o momento, essa é a única série dos EUA que me empolgou nessa Fall Season.

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