The Newsroom 1x10: The Greater Fool (Season Finale)

31.8.12



Com um belo episódio, Newsroom conclui a sua primeira temporada deixando a impressão de que consegue aprender com os seus erros e é capaz de entregar uma temporada bem redondinha.

A verdade é que, mesmo não agradando a crítica, The Newsroom é uma série deliciosa de se acompanhar, os episódios são super longos, mesmo assim passam numa velocidade impressionante e os personagens são muito carismáticos (com exceção de Neil, já que até a Sloan vem me conquistando). Apesar de conseguir enxergar uma certa cafonice, principalmente no “triângulo” amoroso (de 5 pessoas), tenho que admitir que Aaron Sorkin tem o poder de envolver o telespectador como poucos e conseguiu (principalmente nesta finale) equilibrar muito bem a crítica política com as histórias de seus personagens. A temporada fica marcada pela ótima jornada de Will, deixando a zona de conforto para viver um sonho utópico e idiota, passando de acomodada estrela arrogante ao sacrifício de viver por um sonho impossível. Por isso, “The Greater Fool” foi o episódio perfeito para encerrar a temporada, que escorregou algumas vezes, mas conseguiu fazer de The Newsroom uma das melhores estreias do ano, ao lado de Girls e Veep (palmas para a HBO).

 O grande mérito desta finale foi o perfeito equilíbrio entre as diferentes tramas, tudo foi perfeitamente orquestrado, nada sobrou ou faltou. É impressionante ver que bem no quesito que a série vinha mais pecando ela agora conseguiu sucesso, deixando redondo um episódio que foi competente tanto em bombardear o Tea Party como em emocionar com as já recorrentes historinhas de amor. Este é com certeza o segredo para fazer a série triunfar, conseguir juntar a leveza de plots Greys Anatomy com o conteúdo de The West Wing.

Com grandes reviravoltas, a trama de Jim e Maggie acabou sendo bem previsível mas mesmo assim emocionante e divertida. Me diverti muito com a moça se revoltando e criticando Sex and The City aos berros para depois se ver surpreendida com a presença de Jim. É óbvio que a coincidência foi muito forçada, mas, para mim, a cena acabou funcionando e fazendo sentido. O que não faz muito sentido é o comportamento de Maggie, que assume estar apaixonada por Jim, mas continua presa no relacionamento com Don. Não que o comportamento das mulheres costume fazer muito sentido, mas muitas vezes me pergunto o porquê de Maggie continuar com Don quando já assumiu que ama o Jim. Por enquanto está legal, mas espero que a relação deles não vire algo Ross e Rachel, se esticando por muito tempo e cansando o público (longe de mim falar que Ross e Rachel cansaram alguém, mas nem toda série é Friends neste mundo). O que pesa para que eu entenda a dúvida de Maggie é o fato de Don ser um grande personagem, que começou muito caricato na trama, mas aos poucos foi crescendo e revelando sua verdadeira essência.

Já com Will e Mackenzie, eu realmente espero que a volta do casal não seja fácil, já que os dois não são tão jovens, são bem mais complexos e o passado turbulento dificulta tudo. Gostei de ver que o Will chapado no dia da morte de Bin Laden não foi apenas uma piadinha infame e acabou contribuindo para a história como um todo. Neste sentido, o roteiro do episódio deu um show, tudo ficou muito redondo e envolveu muitas questões que pareciam despretensiosas na série. É bom ver que uma confissão amorosa feita numa mensagem na secretária eletrônica foi capaz de expor Reese, salvar o emprego de Will e ainda deixar a Mackenzie com uma pulguinha atrás da orelha, curiosa para saber o conteúdo integral da mensagem. Mackenzie continua afetadíssima dando muitos escândalos e gritando coisas pessoais na frente de uma candidata a um estágio por exemplo, mas bem aos poucos a personagem começa a fazer sentido para mim. Todo o blefe que salvou a pele de todos foi muito bem orquestrado e conseguiu me surpreender, já que eu realmente esperava que o cara tivesse mandado as provas para o Charlie antes de se suicidar. Ponto para a série, que conseguiu criar um ótimo momento de tensão mesmo que ninguém tivesse realmente acreditado na possibilidade da demissão de Will ser mantida.

Um dos pontos que mais reclamei até aqui, o humor, estava mais comedido e preciso na finale, obtendo um sucesso ainda não alcançado, ou vai falar que você não se divertiu com as piadinhas em relação a Will estar acabado ou com a perseguição da Enfermeira Mega Evil? O melhor foi ver que estes pontos não ficaram soltos e acabaram rendendo na produção do noticiário. Gostei muito da abordagem do News Night em relação à proibição do voto de pessoas que não possuem documentos com foto e de todo o massacre sobre os republicanos do Tea Party. Acho engraçado perceber que Aaron Sorkin criou um personagem republicano que ataca o seu próprio partido o tempo todo com o objetivo dar voz às suas ideias e ainda tentar bancar o imparcial. O mais engraçado mesmo é saber que todos aqueles depoimentos absurdos são reais e que existem pessoas tão ignorantes na política americana. Virei fã da comédia produzida por Michelle Bachaman, Sara Palin e sua gangue.  

O final do episódio foi ótimo com Will descobrindo que a suposta visão de Mackenzie na premiere era real e contratando a, antes burra mas agora genial, menina que fez a tão polêmica pergunta que deu início a tudo. Às vezes eu me irrito com todo o discurso de Dom Quixote e o sonho de buscar a realidade e o triunfo americano, mas até desta parte acabei gostando no episódio, ficando com bastante dor no coração pela longa espera que se dará até a segunda temporada. É bom ver que mesmo não sendo genial a promessa de uma boa série foi cumprida e o caminho de The Newsroom deve ser longo e ainda mais próspero.

PS: Não entendi o propósito da ameaça de Sloan mudar de emprego, mas até que acabei gostando da participação da personagem no episódio. Coisa rara apesar da beleza e elegância de Munn.

PS2: Como é bom ver uma série que consegue contar com participações de Jane Fonda e Chis Messina.

PS3: Um dos pontos altos da série que deve ser aplaudido é, com certeza, a grande atuação de Jeff Denials, que merece ganhar algumas indicações nas principais premiações, mas sejamos realistas ganhar é muito num mundo em que Bryan Cranston existe.

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2 comentários

  1. Eu adorei o episodio. Mas sou suspeito. Adoro jornalismo, e acho que o que a serie propõe vai além do entretenimento. É algo para criar discussões e refletirmos sobre a realidade. Aaron Sorkin é um gênio.

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  2. Acho que estou apaixonada pelo Aaron ~supiro~, é tão bom ver bons atores em cena, aka Jane Fonda. #linda.
    Adoro os ataques da Mac, sempre me acabo de rir.
    The greater fool, tem uma profundidade "filosofica" grande, mas ao mesmo tempo nunca me matei tanto de rir em um episodio de The newsroom como esse, foi a estreia da HBO que eu mais amei esse ano. Só vou tocer pra serie abocanhar algum premio esse ano - dedos cruzados- (sabe como a HBO adora umas estatuetas).

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