The New Normal 1x21/22: Finding Name-O/The Big Day

12.4.13


Fechando um ciclo (e começando outro)

É com um misto de alegria e tristeza que eu escrevo esta review. Foram esses, aliás, os sentimentos que tive ao assistir a season finale dupla de The New Normal na semana passada. Acompanhar essa nova aventura de Titia Ryan e Ali Adler foi uma experiência boa demais. E diria até necessária demais. Necessária porque o tal do “novo normal”, que a série abordou em seus 22 episódios realmente existe, mas ainda continua não sendo aceito como tal. Afinal, quantos comentários a gente vê por aí, não é mesmo? Gente dizendo que adoção por gays é desculpa para a prática de pedofilia, que a ideia de dois pais ou duas mães não pode acontecer por motivos religiosos, que a criança fruto dessa união seguirá os caminhos dos pais, entre tantos outros.

E TNN decidiu trabalhar em cima desse tema. Aliás, não só dele, mas de qualquer família em formação. Afinal, muitos dos dramas vividos por Bryan e David fazem parte da vida tanto de casais homossexuais quanto héteros. E além de discutir isso, a série provocou sua audiência com questionamentos sobre os mais variados assuntos. Principalmente em seus primeiros episódios, onde era difícil não terminar a meia hora do programa com algum questionamento interno - pelo menos rolou muito disso comigo. E nessa experiência, seus roteiristas, diretores e elenco estão de parabéns. Conseguiram entregar um material inteligente e o mais importante, divertido.

É provável que a série não seja renovada para uma segunda temporada, devido à baixa audiência, mas pessoalmente, não tenho do que reclamar. Foi uma temporada redondinha, com alguns percalços no caminho, claro, mas que encerrou com chave de ouro a história que se propôs a contar. Enfim, vamos falar sobre os dois últimos episódios.

Em Finding Name-O, acompanhamos os preparativos da cerimônia de casamento de Bryan e David ao mesmo tempo em que o casal tenta chegar a um consenso sobre o nome do bebê. E quem dá as caras para causar ainda mais alvoroço é Colleen, a mãe de Bryan, interpretada pela atriz Mary Kay Place, que acaba trazendo à tona o pior do filho. Em meio a isso, Shania descobre que seu nome foi escolhido da maneira mais aleatória possível, e resolveu adotar uma nova alcunha para si. No fim, a garota acaba percebendo que sua barra nem era tão grande assim - afinal, tinha uma menina chamada Blog na escola. Já o casal, após muito discutir e discutir, acabam decidindo que o filho se chamará... Sawyer Collins!

Mas quem é seriador e/ou noveleiro, sabe que, casamento bom, é casamento que tem ~polêmica~. E que polêmica mais umidificante que uma bolsa d’água estourando no meio da cerimônia? É aí que entramos no The Big Day

O último episódio da temporada mostra o nascimento do bebê, em uma sequência emocionante ao som de Beautiful Boy, do John Lennon e com direito a todos os personagens principais presentes no hospital. Mas o mais importante, ele serve para amarrar e fechar todas as histórias - o que acabou deixando a season com cara de series finale, mas se for para ser, cumpriu bem seu papel.

Bryan e David finalmente se casam, em uma cerimônia feita às pressas na praia, mas com direito à presença do padre mais sexy e legal do mundo. Goldie e Shania também tem seu momento, quando a mãe precisa decidir se o futuro será com Clay ou não. E Shania mostra para a mãe, em um diálogo lindo, o quão ela evoluiu desde que resolveu arriscar tudo em busca de seus sonhos. 

Mas se for pra falar de evolução, o grande destaque mesmo vai para Jane, ou Nana, como vocês preferirem. De todas as personagens, ela foi uma das que mais mudaram durante a série - e não foi só visualmente, não. Começou como uma mulher amargurada, cheia de preconceitos e terminou com uma nova visão sobre o mundo, com uma carreira nova, namorado e melhor amiga de Rocky! Confesso que no meio do caminho eu achei essa virada de personalidade muito brusca, e até forçada em alguns momentos, como cheguei a comentar em reviews anteriores. Mas a conversa sincera dela com Goldie no episódio me emocionou de um jeito que no final só restou orgulho. Ela é o exemplo de que as pessoas podem mudar sim, passando a enxergar tudo com menos ódio, e assim passarem a ser mais tolerantes com as outras.

Sei que ela teve destaque em episódios anteriores, mas acho legal mencionar que a série também foi um exemplo no que diz respeito à mulheres bem-sucedidas. Afinal, acompanhamos Rocky realizando seu sonho de ser produtora/executiva, mãe solteira e, cara, ela é uma daquelas personagens fooooodas. Ah, teve a Goldie, abandonando seu sonho de viver Boa Esposa nos tribunais e ficando toda trabalhada no empreendedorismo - e alcançando o sucesso - isso tudo criando uma filha e sem ajuda de marido!

Mas no balanço final do seriado não poderia deixar de mencionar ela, a mais brilhante, a mais adorada, a mais adorável: SHANIA! Essa garotinha de óculos coloridos que é uma verdadeira enciclopédia de cultura pop. Como não amar cada referência feita, cada personagem de série retratado? Sério, que grande acerto foi Bebe Wood no elenco!


Bom, não vou me estender mais. Tinha feito um texto todo trabalhado na militância e engajado, falando do papel de The New Normal para nós, da comunidade LGBT, mas acho que a série conseguiu fazer isso de uma maneira bem mais criativa e divertida. Não sabemos ainda qual será o futuro da série, mas independente disso, quero agradecer a companhia de todos. Beijo e obrigado por tudo, seus lindos!

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