Person Of Interest 4x17/18: Karma/Skip

31.3.15



Karma, o décimo sétimo episódio da quarta temporada, é um eco de um passado distante para Person of Interest, a memória de um formato que deveria ficar relegado as lembranças das duas primeiras temporadas da série. A trama se sustenta em eventos que nada tem a ver com a história que vem sendo contada desde a ativação do Samaritano, que parecem ter sido apenas colocados ali para formar uma ligação entre o presente e os flashbacks de Finch.

A ideia não funciona. Se o objetivo era mostrar como Finch lidou com a morte de Nathan, era preferível ver então apenas a história situada no passado. Se não havia ali algo suficiente para preencher os quarenta minutos em sua totalidade, que fosse encontrada uma outra forma de revelar esse momento – nem tão importante assim – da vida de Finch. O caso da semana é enfraquecido por ser uma desculpa para explorar os flashbacks, enquanto estes jamais revelam algo de relevante.

Tivesse Karma sido exibido anos atrás, ele não seria um episódio ruim, mas o contexto no qual ele está inserido importa, e no atual ele se mostra apenas um filler, com uma história que poderia ser muito melhor se não fosse atrapalhada por um flashback inútil.

O mais recente episódio, Skip, é muito superior ao seu antecessor. A trama da caçadora de recompensas tem na sua protagonista alguém que não é uma vítima indefesa que necessita de constante proteção. Ao colocar alguém que, em vez de aceitar ser protegida, busca o perigo torna os eventos mais imprevisíveis. Adicionar Harper – que volta a série muito antes do que eu esperava – deixa a situação ainda mais interessante.

Todos esses elementos combinados produziram um dos melhores casos da semana desde que a série começou a dividir sua atenção entre eles e a sua trama continua. Ao fugir da fórmula da pessoa indefesa e adicionar várias partes com interesses distintos, a história se torna mais aventuresca, sem jamais parecer confusa.

Se há um ponto fraco nessa história é a impressão de que Frankie, a caçadora de recompensas, esteja no episódio para criar um problema para o relacionamento – que sequer existe ainda – entre Reese e Iris. Essa insinuação é desnecessária já que própria psicóloga se mostra resistente a ideia de aceitar que ela sente alguma coisa por Reese, o que já é conflito o bastante entre os dois.

A trama que ocorre em paralelo é tão interessante quanto. Dando grande atenção ao relacionamento entre Root e Finch, a história se dedica não só a mostrar como ela mudou de uma psicopata para uma amiga superprotetora, mas também com os problemas que eles enfrentam para derrotar o Samaritano.

Ao mostrarem como o plano de Finch era falho, os roteiristas brincam com a expectativa criada de que todos os acontecimentos em Shangai seriam o começo de um plano para vencer o Samaritano. Após surpreender com a mudança de rumo, aproveitam a trama para mostrar como, apesar de muito diferente, Root não aderiu completamente ao modo de pensar de seus novos amigos. Se antes matava por dinheiro, agora não demonstra a menor hesitação em matar para proteger alguém com quem ela se importa, mesmo que o assassinato seja desnecessário e vá contra os desejos da Máquina.

A mudança é fascinante. Ela se importa ao ponto de contrariar a Máquina, algo que ela nunca faz, ao mesmo tempo que mantêm uma adoração tácita por Finch por ser o criador da sua deusa, que jamais concordaria com os métodos dela. Muitas vezes Person se prende a um momento, custando a levar as relações entre os personagens a diante, mas quando o faz, a trama é desenvolvida de maneira exemplar.

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1 comentários

  1. Antes de mais nada, sou fã incondicional de POI. Porém a trama dessa 4ª temporada está muito lenta. Faltam apenas 4 episódios pro final da temporada e vários arcos da história ainda estão abertos (Samaritan x Machine, Elias, Brotherhood, Shaw), sem contar que os casos da semana não foram tão interessantes. São poucos os episódios que realmente foram bons. Infelizmente a audiência da série caiu bastante, acho que a série será renovada para a 5ª e última temporada, o que me deixa feliz e triste ao mesmo tempo. Vamos aguardar o pronunciamento oficial da CBS.

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