Game Of Thrones 5x01/02: The wars to come/The house of black and white

24.4.15


Game of Thrones tem basicamente três pilares na estrutura de seu enredo. O primeiro é a guerra – ou o jogo, como queira – pelo trono, propriamente dita. O segundo é o aparecimento dos Caminhantes Brancos – ou Outros, dependendo da tradução – a Westeros, com seus motivos desconhecidos e incertos. O terceiro é o retorno dos dragões – e com eles da magia – a Westeros, tendo como protagonista a bela Targaryen. É difícil em apenas uma temporada de série contemplar esses três tópicos e, mesmo sem conhecer os livros, creio que apenas o jogo pelo trono e a saga de Daenerys terão alguma evolução esse ano.


É preciso entender que GoT é uma série lenta, bem lenta. Glacial, de tão lenta. Daenerys em Mereen parece repetir plots de outras temporadas, tentando exercer alguma influência ou governo sobre civilizações pouco amigáveis, na Baía dos Escravos, além do mar Dothraki. Eu, particularmente, não tenho muita paciência para a evolução de Daenerys enquanto personagem. O mesmo para os seus dragões, que causam muito barulho, mas não possuem nenhuma importância para a série desde que nasceram. Eu sei, eu sei, um dia eles serão importantes. Espero.

Jaime Lannister decidiu ser um cavaleiro e resgatar a sua filha, mesmo sem mão. Enquanto Jaime se prepara para uma jornada heroica Cersei vê a sua vida da realeza ruir, pois seu parente próximo, Sor Kevan, não a apoia, enquanto se sente ameaçada por Margaery. Enquanto isso tenta conseguir aliança com os Pardais, uma tendência radical da Fé dos Sete. Que fique claro que os Pardais tem a mesma religião que boa parte de Westeros, que é a fé nos sete deuses. A sua interpretação da fé é que é um pouco mais radical. Muito legal esse diálogo entre o poder político e o poder religioso na série.

Falando em poder religioso, é impossível de não notar a mudança na postura de Stannis, seja por ter chegado com êxito à muralha em luta, seja por se render mais à dominação – voluntária? – a Melisandre. Esta é fissurada em indivíduos fortes e poderosos, como pudemos ver em Jon Snow. É óbvio que essa fissura da bela fanática religiosa está intimamente ligada à religião do Deus do Fogo, só não sei os detalhes. Talvez Melisandre considere o fato de o Deus do Fogo desejar a simpatia com esses homens para a realização de alguma missão. Imagino que as religiões terão papel importante nessa temporada.

Jon Snow, por sua vez, não compreende muitas verdades que não sejam aquelas proferidas por ele como juramento. A máxima “você não sabe de nada, Jon Snow” significa justamente isso, a ingenuidade de um indivíduo para as preocupações do mundo. Imagino que Jon Snow cresça muito nessa temporada, ainda mais se levarmos em consideração que ele é um personagem quase tão estagnado quanto Daenerys.

Evolução de verdade percebemos nas meninas Stark. Se Sansa, por um lado parece querer exercer poder a essa altura do campeonato, mesmo jogando em um time lá não muito querido – Mindinho – a Stark mais jovem chega a bravos, terra de Syrio Forel e Jaqen h'ghar, dois dos seus admirados. Mas afinal, o que é Jaqen? É tudo? É nada? Muito mística a chegada de Arya a Bravos, com as portas branca e preta. Sansa rejeita Brienne, afinal não tem o que temer! Ela tem o Mindinho. Creio que nessa temporada veremos outra Sansa.

Uma dúvida cruel me atormenta: o que deseja Varys, a aranha, com Tyrion? O eunuco diz que deseja apenas um bom reinado para os Sete Reinos. Mas... não está certo! Não pode ser assim tão simples. Tem algo aí implícito que a minha inocência – a nossa, na verdade – nos torne incapazes de perceber. E fico muito curioso para saber como seria a recepção de Daenerys a Varys, dada a fama do malandro. Só precisamos muito torcer para que essa viagem não dure toda a temporada, senão será uma temporada perdida para Tyrion, que a propósito, já passou mai tempo preso e/ou e escondendo nessa série do que solto. Seria um desperdício se Peter Dinklage não interagisse com mais personagens no decorrer da temporada.

Uma grande ‘barriga’ na série anda me incomodando com Brienne e Poddrick. De lugar nenhum para qualquer lugar, um ‘andar só por andar’, quase um Dom Quixote com Sancho pança, com uma pequena dose de loucura que Martin concedeu a Brienne.


Tenho algumas ressalvas para quem estiver muito animado com a temporada: não creio que Arya sofra grande evolução, é próprio do Martin deixar os personagens mofando um pouco a chegar em novas regiões. Então a pequena e corajosa Stark deve aparecer para nada, como Daenerys em alguns momentos. Também não espere muito de Dorne logo de cara, já que quebraria muito o ritmo da série se muita ação ocorresse naquele contexto de repente. Talvez algo sério ocorra por lá ao fim da temporada apenas. Tendo esses cuidados de decepções acho que podemos desfrutar melhor de uma das grandes séries da atualidade. Boa diversão!

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1 comentários

  1. Olha, como uma pessoa que leu os livros(e por isso estou um pouco bravo com a adaptação nessa temporada), mas muita coisa acontece, com Aria, e um pouco com Dany, quanto ao João das Neves... ele é meio stark então...

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