Battlestar Galactica 4x19x20 (Series Finale): Daybreak (Parts 1 and 2)

5.7.10


Tudo isso já aconteceu uma vez. Será que acontecerá de novo?

Não há outra forma de começar esse texto sem usar essas duas frases. Elas são a alma de Battlestar Galactica e a prova cabal de que é possível criar um universo complexo, ter personagens com profundidade psicológica, misturar ciência e fé num caldeirão de emoções e mitologias, fazendo o mais completo sentido.

É uma satisfação imensa poder dizer isso. Uma sensação de jornada completa indescritível que eu não tinha há muito tempo com uma série. Arrependo-me de não ter acompanhado durante a exibição normal e sofrido com a espera, criado minhas teorias e debatido com outros fãs. Esses detalhes fazem muita diferença, especialmente quando você precisa fugir de spoilers e tentar ignorar os comentários de quem já viu e sabe melhor. No entanto, como essa é realmente uma experiência imperdível para qualquer fã de séries, goste ou não de ficção científica, recomendo que pare tudo o que está fazendo e comece a assistir agora. Aliás, é bom que pare por aqui. Não leia spoilers, não saiba de nada antes. O elemento surpresa é fundamental e eu digo que fui feliz em passar incólume por isso.

Conforme tenho comentado, sofri alguns percalços durante o inicio dessa última temporada. Temi que a trama tivesse se perdido em enrolação, mas recuperei a fé rapidinho. Agora estou aqui, ainda em êxtase por um final tão coerente e ao mesmo tempo incrível.

Nesse momento, não posso deixar de comparar Battlestar Galactica com Lost, embora não haja comparação. É um paradoxo, até, mas o que uma fez para me decepcionar a outra fez para me emocionar. Digo isso porque em Battlestar, todos os elementos que compõem o final, de fato, são a essência da série. Cada detalhe foi aproveitado – bem aproveitado – e não houve evasivas. Toda a finalização da batalha entre humanos e cylons, o resgate de Hera intercalado de cenas de temporadas passadas tinha razão de existir. Não tivemos flashbacks gratuitos, tudo era fundamental e necessário para completar o ciclo da série.

Até mesmo o desfecho de Starbuck, que muitos descrevem como “Puff”, é tão coerente que espanta. O “Puff” não me incomodou em nada, pelo contrário. Acredito que era o final perfeito para ela, que morreu, voltou, cumpriu a missão e seguiu em frente, sem mais. Por mais absurdo que pareça uma pessoa simplesmente desaparecer, Starbuck era uma personagem inexplicável e seu desfecho não poderia ser de outra forma, sendo esse o “Puff” mais lógico que já vi na vida.

E se alguém temia mais um final iluminado, essa pessoa era eu. E até que tive minha parcela de LUZ, o que é assustador. Para variar, a culpa é sempre de Lee, que não deixarei de nominar como paunocu nem mesmo hoje, aliás, especialmente hoje. Essa história de desistir da tecnologia, da medicina, do conforto e da defesa para viver como selvagem é a maior ideia de jerico. Tinha que vir do nosso arauto da democracia, do homem que não podia ver mais de três pessoas decidindo que sabor de pizza pedir para tentar abrir um plebiscito. Lee começa paunocu e termina paunocu. Não fosse por ele, não veríamos a linda imagem que ilustra o topo desse post, quando nossa amada Galactica vai para a LUZ (do Sol) junto com toda a frota. Nessa hora, meu desespero maior era pensar em Sam queimando, já que por algum motivo (qual será?) eu sempre gostei dele. Fiquei feliz em vê-lo ganhar importância na trama e ser peça fundamental da história toda, sempre em busca da perfeição.

Adorei ver Tyrol esganando Tori. Se um cylon merecia isso, era ela. Só fiquei chateada com essa toada de ermitão. Sozinho numa ilha? E sem o Wilson? Não dá.

Tigh e Ellen, sempre um casal muito polêmico em conturbado, finalmente encontraram a paz. Mas só porque na nova Terra não tem pinga e nem machos por perto e assim, Ellen não pode pular a cerca, até porque, não tem cerca para pular naquele descampado.

Adama é favorito, sempre. Esse homem foi imbatível, sempre o personagem mais forte, mostrando até onde pode ir a fé e as convicções de um homem que acredita, acima de tudo, em si mesmo. Roslin foi dura na queda. Achei que iam subir os créditos sem ela morrer, de verdade e eu teria ficado irritadíssima se tivessem aprontado essa comigo.

Baltar, que deu uma de Inri Cristo das galáxias até o fim, meio que recuperou a admiração que eu tinha por ele. Durante muito tempo a trama dele me incomodou, o cabelo sem corte, mais ainda, mas nada poderia ser mais perfeito do que vê-lo, finalmente, fazer algo que não fosse só por si mesmo. Confesso que ri ao ouvir os diálogos dele sobre plantação com Number Sex. Ai, que castigo bom. Melhor que isso, só o momento no matinho, com Tigh, Adama e Lee, reconhecendo o novo planeta. Gaius já fica todo ouriçado com as selvagens e Adama não perde a piada que, se ele não tivesse feito, eu mesma faria.

E 150 mil anos mais tarde, somos fruto dessa união entre cylons e humanos. Poderia ser diferente? Quem de nós nunca imaginou como era a vida na Terra antigamente? O curioso é que sempre pensamos na evolução da raça humana de outra forma, deixando de lado que nossos sonhos em conquistar o universo e ir além dos limites conhecidos, viajando em velocidades altíssimas, talvez já esteja por aí, ou melhor, já esteve.
Impressionante como essa informação faz parte da série desde o começo. Nós já sabíamos: tudo isso já aconteceu antes. E se acontecer de novo e der tudo errado - já que os centuriões estão por aí, se desenvolvendo em liberdade - culpem única e somente ao Sr. Lee (paunocu) Adama. Afinal foi ele quem deu a idéia de queimar no sol nossa última esperança. So Say We All.

Talvez Você Curta

10 comentários

  1. Aeee Camis parabéns pela jornada. Afinal oq importa é a jornada e não o final. rs
    BSB é o creme de la creme das séries. Genial, fantástico, emocionante. Também gostei muito do final. De tudo. Assim como vc, consegue ficar satisfeito e ver coerencia e todos os desfechos.
    Agora é juntar uma grana pra comprar a série completa em blu ray e rever daq uns 2 anos.

    ResponderExcluir
  2. Muito bom seu review!

    concordo com tudo, mas não gostei do final da starbuck. (SPOILER!) se ela era um fantasma, for god's sake, pelo menos não coloca a mulher pra digitar as coordenadas do jump. coloca outra pessoa, sei lá. mas não fiquei puto com o PUF. o final tava tão bom, em todos os sentidos, conforme você ressaltou, que nem liguei pro PUF.

    outra coisa que me incomodou é tudo, na vida, ter tido a ver com a música All along the watchtower. mas de novo, é tanta diversão, que passa despercebido. mas terminei o episódio igual a você, assim. em êxtase. maravilhado. ainda to, inclusive. putassérieboa.

    muito pertinente a comparação com lost! HAHAHAHAA

    ResponderExcluir
  3. Camis, acabei a serie uma semana antes que vc e também assisti a serie toda em poucos meses, de tanto que ouvi falar bem da serie acabei comprando o box com a serie completa, o que me forçaria a assistir até o fim. Nem precisava forçar, a serie é otima. Achei o final um pouquinho arrastado, esperava um pouco mais, já que tivemos episodios brilhantes na reta final, mas foi bem satisfatório com uma quantidade aceitavel de luz e religião. Não achava que o final de Starbuck seria este mas foi bem coerente com a personagem sim. Achei até o final que ela era filha do cylon (daniel) que foi desativado e que ela era a primeira Hera.

    ResponderExcluir
  4. #Palmas

    Estou emocionada !!!!

    Parabéns. Estou muito feliz pq gostou estava tensa com isso.

    E outra coisa teorias ainda podem ser levantadas e eu tenho umas ótimas.

    Estou muito feliz mesmo e que todos vejam essa série maravilhosa, sobre pessoas, sobre espiritualidade e sobre ser humano, mesmo quando se é uma máquina.

    SO SAY WE ALL !!!!!

    ResponderExcluir
  5. Muito bom!

    - SPOILER -
    No final, só tive medo que toda a guerra terminasse apenas pela habilidade do Baltar em enrolar as pessoas - ou cylons, no caso.

    ResponderExcluir
  6. aê, terminei também. Disse tudo, foi demais, final redonndinho. É assim que se termina uma série, viu, galera. Luz, só se for a do Sol.
    beijos

    ResponderExcluir
  7. aê, terminei também. Disse tudo, foi demais, final redonndinho. É assim que se termina uma série, viu, galera. Luz, só se for a do Sol.
    beijos

    ResponderExcluir
  8. Camis, acabei a serie uma semana antes que vc e também assisti a serie toda em poucos meses, de tanto que ouvi falar bem da serie acabei comprando o box com a serie completa, o que me forçaria a assistir até o fim. Nem precisava forçar, a serie é otima. Achei o final um pouquinho arrastado, esperava um pouco mais, já que tivemos episodios brilhantes na reta final, mas foi bem satisfatório com uma quantidade aceitavel de luz e religião. Não achava que o final de Starbuck seria este mas foi bem coerente com a personagem sim. Achei até o final que ela era filha do cylon (daniel) que foi desativado e que ela era a primeira Hera.

    ResponderExcluir
  9. Aeee Camis parabéns pela jornada. Afinal oq importa é a jornada e não o final. rs
    BSB é o creme de la creme das séries. Genial, fantástico, emocionante. Também gostei muito do final. De tudo. Assim como vc, consegue ficar satisfeito e ver coerencia e todos os desfechos.
    Agora é juntar uma grana pra comprar a série completa em blu ray e rever daq uns 2 anos.

    ResponderExcluir
  10. Muito bom seu review!

    concordo com tudo, mas não gostei do final da starbuck. (SPOILER!) se ela era um fantasma, for god's sake, pelo menos não coloca a mulher pra digitar as coordenadas do jump. coloca outra pessoa, sei lá. mas não fiquei puto com o PUF. o final tava tão bom, em todos os sentidos, conforme você ressaltou, que nem liguei pro PUF.

    outra coisa que me incomodou é tudo, na vida, ter tido a ver com a música All along the watchtower. mas de novo, é tanta diversão, que passa despercebido. mas terminei o episódio igual a você, assim. em êxtase. maravilhado. ainda to, inclusive. putassérieboa.

    muito pertinente a comparação com lost! HAHAHAHAA

    ResponderExcluir

Comenta, gente, é nosso sarálio!

Subscribe