Dexter 5x09: Teenage Wasteland
23.11.10Quando você se arrisca por alguém pode colocar mais em jogo do que gostaria.
Dexter Morgan embarcou numa jornada sem volta. Antes, ele era apenas um assassino solitário, que usava as pessoas para parecer um cara normal. Acontece que a vontade de ser um cara normal e ter uma família tomou conta dele e, mesmo que ele seja um psicopata, que tecnicamente é incapaz de qualquer sentimento, Dexter foi além. Muita gente reclama que essa é uma falha na série e uma descaracterização psicológica e pode até ser verdade, mas eu não ligo.
Para mim, o grande diferencial de Dexter, desde o começo, era esse vestígio de humanidade que ia além do código de Harry. O que acontece é que essa característica se desenvolveu e chegamos ao ponto em que Dexter diz “Eu te amo” para a enteada e conseguimos entender que isso é realmente verdade. A cada dia que passa ele se transforma, se torna humano e essa não é uma coisa que começou recentemente, mas sim, no primeiro episódio da primeira temporada. É um desenvolvimento gradual e lento, muito complexo e que é fruto de um árduo trabalho de Michael C. Hall.
Toda essa jornada trouxe Dexter até aqui. Por isso ele é capaz de ajudar Lumen. Se ela tivesse aparecido na vida dele antes, acredito, a história seria muito diferente. Os riscos em se tornar humano são muito grandes, simplesmente porque humanos erram, vacilam. O monstro frio jamais se arriscaria e, portanto, estaria sempre seguro. O retorno de Astor, sem dúvida, serviu para mostrar toda essa mudança e o novo papel de Dexter dentro de sua própria história.
Jordan Chase é perigoso. Não apenas porque ele entende a cabeça de Dexter, mas porque ele sabe que há mais coisas em risco para seu inimigo. Jordan é o monstro e ele não está disposto a se prejudicar e perder tudo por causa de outras pessoas. O interessante é que ele faz o tipo ameaçador. Ele não precisa atacar para causar pavor. A fala calma e paciente, de quem sabe que é só uma questão de tempo até vencer o jogo, é o que mais assusta.
Afinal, Dexter conseguiu um adversário à altura depois de Trinity, talvez não com a mesma força na temporada, mas um inimigo que merece respeito. Aliás, ele não é o único. Há tantos fatores juntos que Dexter nunca esteve tão exposto e o surpreendente é que talvez ele encontre em Quinn um aliado inesperado. A fixação dele em Deb vai salvar Dexter de um flagra e já imagino as muitas maneiras com que o Robocop pode se dar mal.
1 comentários
Acabei de chegar por aqui e vi que você está em todos os lugares hehe Acho que existem umas três Camis Barbieri na internet, só pode. By the by, me emocionei com esse episódio de Dexter. Muito bom, não? A temporada, para mim, tava meio mais ou menos até o 8º episódio. Mas, meu amigo, valeu a pena. Esses dois últimos episódios deram um novo fôlego ao seriado, pra mim tá perfeito.
ResponderExcluirE concordo totalmente contigo no post, da história da humanização do psicopata. Ótimo texto!
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