Fringe 3x06: 6955 kHz

16.11.10


Há sempre esperança, certo?
Essa frase tem absolutamente tudo a ver com o momento atual de Fringe na TV americana, mas vou tentar me agarrar às palavras de Peter e esperar apenas pela solução, sem comentar o problema, porque esse assunto de possível cancelamento me aborrece além da conta.  Sei que esse é um tema que vive na cabeça de todos os fãs da série que, como eu, não querem que uma produção que chegou a um alto nível de qualidade seja riscada do mapa por causa de baixas audiências.
Resolvi começar dessa forma porque, de algum modo eu senti essa vibração meio conclusiva no episódio. Não sei se vocês entendem o que quero dizer. Fato é que com tantas teorias, First People e menções ao Big Bang e Big Crunch, fiquei com a sensação de estamos entrando na fase final de Fringe. Aliás, toda a temática do episódio me levou a isso. Posso estar completamente enganada (e tomara que eu esteja e que venham mais temporadas), mas quis compartilhar essa impressão geral.
Como sempre, gostei bastante do que vi, embora tenha achado algumas coisas meio lentas e até óbvias. Por exemplo, para mim, a ligação de Bolívia e de Walternativo com a história dos números era mais do que previsível. Nos últimos tempos tudo o que acontece no lado A faz parte de um plano maior arquitetado pelo lado B. De qualquer forma, não tem como não admirar o trabalho dos roteiristas e produtores, absolutamente atentos a detalhes mínimos que não apareceram na série ontem.  Nem vou me prender muito à trama em si porque as coisas interessantes estão guardadas nessas coisinhas.
Todo o lance dos números foi muito legal e me trouxe inúmeros questionamentos. Um dos pontos altos foi o destaque para Astrid, que sempre acaba em segundo plano, isso, quando não perde a cena para a vaca Gene, que tem mais mugidos do que Astrid tem falas. Colocá-la como peça chave no caso dos números misteriosos foi excelente para valorizar a personagem e tirá-la daquela função de babá do Walter. Não fosse por Astrid (e aquele maravilhoso sanduíche de abacate para clarear a mente) não saberíamos que os números transmitidos há anos são, na verdade, coordenadas para encontrar as peças da máquina bizarra de Walternativo, que agora sabemos, serve para “brincar de Deus”, expandindo e retraindo a massa que forma o universo.
Toda essa maluquice tem lugar na teoria do livro ficcional de Seamus Wiles, “The First People”, que dispensa maiores apresentações porque já foi bem explicado no episódio. Mas a coisa não para por aí. O que o episódio não diz é que Seamus Wiles é um anagrama de Samuel Weiss. Isso mesmo. Aquele cara do boliche, que ajudou Olivia a superar sua crise depois da visitinha ao lado B e que mesmo não aparecendo mais, ganhou status especial na mitologia da série. Tudo o que sabemos é que ele terá importância da trama, mas ainda é impossível prever se Samuel Weiss servirá para o bem ou para o mal.
Ainda falando nos tais números e nas teorias desse livro, fiquei bastante intrigada com a ligação de Walternativo nisso tudo. Claro que é tudo proposital, mas quero saber como ele plantou as peças sem ir para o lado A? Ou se realmente os primeiros humanos fizeram tudo isso, como Walternativo descobriu e porque usaria o próprio filho numa guerra onde apenas um dos lados sobreviverá? Minha cabeça dá muitos nós e já estou doida para ver a fase dois desse plano entrar em ação.
Voltando à temática da esperança, que foi citada tanto por Nina Sharp, durante seu “Tapa na Pantera” com Walter como por Peter, achei bem interessante notar como Bolivia já questiona suas motivações. É sutil. Ela ainda age para completar sua missão, mas aquela necessidade de justificar suas ações e provar para si mesma que não está lutando pela causa errada começa a aparecer, só não sei que peso isso terá no final. Também não posso esquecer da breve aparição de Olívia, que precisa começar a agir antes que seja tarde demais.
E claro: há mais e mais detalhes. Para começar, temos um no próprio título do episódio. A freqüência 6955 é muito utilizada para transmissões de rádio pirata, tanto nos EUA quanto na Europa.


Depois, nosso flagra do Observador, parado em meio à multidão que observava o corpo destruído do shapeshifter, enquanto Peter descobre que o chip ficou totalmente destruído. Para completar, temos o Glyph Code da semana que é DECAY. Podemos traduzir como decadência, ruína, apodrecimento, declínio. Faz pensar que estamos próximos de um novo Big Crunch, que seria (ou será) causado pela engenhoca que começa a ser desenterrada pela Fringe Division, concluindo os planos de Walternativo e colocando Peter justamente na posição que Walter tanto deseja evitar.

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2 comentários

  1. Já nem tenho esperanças de uma quarta temporada mas que pelo menos eles façam um desfecho digno para a serie. Terminar sem terminar vai ser foda.

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  2. Nesse episódio eu passei a odiar menos a Bolívia..ela parecia uma máquina pra mim, coisa que a Olívia está longe de ser. E, tipo, a na cara que ela é a "falsa" u.u'

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