É preciso um amor imenso pra conseguir se animar com Big Love.

A temporada não está totalmente perdida. Creio que ainda tem como se virar com o que até agora foi dado. A figura do Senador Bill Henrickson está sendo a mais desanimadora. Apesar das boas pretensões acusatórias de um Senado tão hipócrita, com um corpo de senadores de Utah, que ao mesmo tempo incriminam a poligamia de forma tão impiedosa ao mesmo tempo em que não se intitulam laicos e coloca os preceitos do Livro de Mórmon a frente de tudo. Bill conseguiu jogar à luz a esse embate de maneira eficaz, mas ainda assim, o tempo gasto com os trâmites dessa nova empreitada vai deixando a série cada vez mais desanimada.

Quanto às discussões familiares que estão sim exageradas, bem, drama familiar tem que ter por preceito todo e quaisquer tipos de confrontos. O fato de Margene ter mentido a idade (de 18 para 16 anos) para se casar com Bill causou uma situação delicada no convício familiar. A coisa se torna ainda mais séria por que Bill agora é uma figura pública, além de ser irônico saber que se casou com uma menor de idade quando ele bradava que o pai de Nicky apoiava a pedofilia. Fora o fato de que a mentira é algo descabível mesmo. Depois de tanto se acusarem, Nicky leva a maior tapa moral, de acusadora passa a ser uma culpada, afinal Barb disse que só aceitou a terceira esposa por não saber lidar com o casamento entre elas.

Foi ótimo ver Don dizer a Bill que só ele não via com quem estava casando por estar obcecado por uma ninfeta. Não chegamos a presenciar como foi o processo de casamento entre ele e Margie, mas pelo que conhecemos de Bill, sabemos que é bem capaz de ser verdade o que Don disse. Ele é arrogante e chega a ser egoísta quando se trata de escolher o que ele considera o melhor para sua família. Sua tentativa de subornar o Procurador-Geral demonstra que ele não é um político tão idôneo assim, embora busque lutar pelo seu direito.

Do outro lado da trama, Alby Grant tarda para executar sua vingança contra Bill. E eu acho que vai ser a melhor coisa da temporada, e espero não estar errado. Adaleen volta à comunidade e impede que esposas sofridas busquem ajuda do Governo. Tenho pena dela e ao mesmo tempo acho que ela e o filho se merecem. Já a outra matriarca, Louise, que sempre fora um alívio cômico na história, atua os momentos mais deprimentes agora. A cena em que ela se lastima no quintal em meio ao frio, como se tivesse auto punindo-se por ter desperdiçado sua vida foi triste. Agora ela sabe que além da demência, ela sofre de uma DST (sífilis) contraída pelo próprio marido, Frank.

O retorno de Rhonda Valmer foi outro grande momento de “The Oath”. A vilã tem o dom de irritar só em aparecer em cena, e não engoli a história de ser uma mãe de família recuperada. Agora ela está casada com Verlan, que apesar de parecer uma pessoa tão carismática num primeiro momento ao reencontrar Cara Lynn, se mostrou maquiavélico ao confabular com Alby. E aquela olhada entre os dois levanta algumas desconfianças. O que será que já aconteceu, acontece ou acontecerá entre eles?

É com essas dúvidas que Big Love tenta buscar um atrativo mais quente para sua última temporada.