Doctor Who 6x01: The Impossible Astronaut

25.4.11


Começo este texto sobre o episódio sem ter ideia do que escrever. Tem tanto o que ser comentado e conjecturado que realmente estou perdido. Não que a estreia da sexta temporada tenha sido tão cheia de correria como foi a da quinta, mas dessa vez o Moffat abusou na hora de nos chocar já nos minutos iniciais do episódio.

Sim, tudo começa bem leve e divertido, além de, é claro, despertar a nossa curiosidade. Ver os Pond – sim, o casal leva o sobrenome da Amy, não do Rory, como de costume – receberem um misterioso convite com um dia, horário e coordenadas em um envelope azul tardesco enquanto discutem o quão ridículo o Doutor tem se comportado nos últimos dois meses para chamar a atenção deles, é bem legal. Também é divertidíssimo ver a River Song receber a mesma correspondência em sua prisão e se preparar para ir para o tal planeta América como se na verdade estivesse em um hotel. E é impossível não ficar com um sorriso no rosto quando os quatro finalmente se encontram nas tais coordenadas do convite após acompanhar diálogos inspirados daqueles velhos amigos.

Um astronauta em um lago? Isso é impossível!

Se esses minutos iniciais já seriam um grande feito pra qualquer roteirista, ver o que se segue só reafirma o misto de inveja e admiração que sinto pelo Moffat: o cara é capaz de em questão de segundos transformar o clima leve que estávamos assistindo em uma coisa que pende para o sombrio e o amargurado conforme o Doutor fala que passou a vida inteira fugindo de algo e está cansado disso – além de também parecer cansado de ter passado boa parte de sua existência salvando a raça humana. A essa altura, apesar do plot do episódio não estar claro ainda, eu já estava fisgado e esperava só ser guiado por mais uma aventura louca do Doutor.

Pois eu estava enganado.

Sacana como só ele é capaz de ser, o Moffat resolve usar o truque da série que é reservado apenas para seus momentos chave: ele simplesmente mata o Doutor. E pior, ele mata mesmo, já que o astronauta do Programa Apolo que o atinge atira mais uma vez enquanto o Doutor ainda está se regenerando. E pra encerrar com chave de ouro, temos um funeral viking para o Doutor. Isso tudo, meus caros, acontece por volta do 10º minuto do primeiro episódio da temporada!

Você não vai querer perder isso

Muita coisa legal se segue, mas acho que não vale à pena entrar em todos os detalhes. Por isso, vou mencionar só alguns pra poder discorrer a respeito do que eu acho que vem por aí:
  • Descobrimos que na verdade o Doutor tinha mandado 4 convites numerados. Um pra River Song, um para os Pond, um para o Canton Delawere III, um agente do FBI e um para a pessoa que ele mais confia no mundo: ele mesmo! Claro que não poderíamos ter uma temporada sem o Doutor, mas é fato que ele realmente morreu;
  • A River revirando os olhos e fazendo comentários enquanto o Doutor pilota a TARDIS é sensacional;
  • Toda a sequencia do Salão Oval é ótima. O Matt Smith consegue realmente passar do sombrio, para o falastrão show off e o genial com uma competência ímpar – sim, o Tennant ainda é melhor do que ele, mas tudo bem;
  • O Silêncio, vilão da temporada passada que acabou não dando as caras finalmente aparece. O Moffat diz que eles são mais assustadores do que os Weeping Angels, mas eu discordo – claro que pra mim os “Anjos Lamentadores” serão sempre os de Blink, não aqueles que apareceram na temporada passada...
Esses são apenas quatro momentos dentre muitos dignos de nota desse episódio. Então, se você é daqueles que lê review em vez de ver o episódio, faça um favor a si e vá ver essa porra agora, porque caso contrário você está realmente perdendo muita coisa.

Uma morte impossível e outras considerações

O que mais me deixou intrigado nesse episódio, obviamente, foi a morte do Doutor. Ele está morto, de acordo com que o Moffat diz no Confidential – se você vê “Doctor Who” e não vê os Confidentials em seguida, você não tem a experiência completa. E ele fala isso com a maior cara-de-pau possível. Acontece que o Moffat vai ter que rebolar pra resolver esse problema. Matar o Doutor como ele matou, significa que após a eventual saída do Matt Smith não teremos mais “Doctor Who”, e ninguém aqui é tolo de cogitar isso. A semente para a resolução já está lá: o Doutor que morreu tem 1.203 anos, cerca de 200 anos mais velho do que o da temporada anterior. E é exatamente este o Doutor, 200 anos mais novo, que recebe o convite, encontra o resto da trupe e viaja pra 1969 para seguir a pista deixada pelo Doutor que morreu – parece confuso, não? Pois acredite, não é. Há setas e mais setas indicando e explicando de maneira elegante toda essa confusão temporal.

Outra coisa me chamou a atenção. Em uma cena a River diz que não devem contar nada ao Doutor, pois eles não podem interferir e muito menos deixá-lo interferir no evento de sua morte sem que isso crie um paradoxo e abra um buraco no espaço-tempo que pode acabar destruindo tudo. O interessante é que a Amy retruca que ele já fez isso antes e o Rory ainda conclui dizendo que foi exatamente por isso que ele salvou o Universo. Isso me leva a crer que o Moffat já começou a temporada preparando o seu grande plot twist do fim com a resolução da morte do Doutor. Pra mim está mais do que claro que ela é, na verdade, o fim de um plano bem mirabolante para salvar o Universo do Silêncio e não o estopim de tudo o que vai se desenrolar até o fim da temporada. De maneira mais clara: o Doutor usou a sua morte como um grande ardil para criar um mega paradoxo que vai acabar por engolir o Silêncio.

E por falar no Silêncio, tenho duas coisas para comentar antes de encerrar:
  1. A estrutura que a River e o Rory encontram dentro da tal escotilha em uma das instalações da NASA em 1969 é exatamente igual à encontrada no andar superior da casa em que o Doutor se hospeda no episódio The Lodge, na temporada passada;
  2. Deem uma olhada neste link do Universo Who. Se todas essas especulações forem mesmo verdade, eu elevo o Steven Moffat à categoria de Deus e abro uma igreja para venerar o seu nome.
A temporada promete, não?

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2 comentários

  1. Hahah abrir uma igreja e venerar o nome do Moffat!! Boa!! Acho que isso vai ser necessário pq ele vai ter que explicar muitooooo bem pq ele matou o (meu querido, amado, venerado) Doutor!!

    Ótimo review!

    Ahhh mais uma coisa... Eu fiquei intrigada com o número 51 que aparece no ônibus em que os Ponds descem para encontrar o Doutor, assim como o lugar onde o doutor vai ficar preso no próximo episódio que é (parece, pelo menos) ser na área 51!! Só

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  2. Hahah abrir uma igreja e venerar o nome do Moffat!! Boa!! Acho que isso vai ser necessário pq ele vai ter que explicar muitooooo bem pq ele matou o (meu querido, amado, venerado) Doutor!!

    Ótimo review!

    Ahhh mais uma coisa... Eu fiquei intrigada com o número 51 que aparece no ônibus em que os Ponds descem para encontrar o Doutor, assim como o lugar onde o doutor vai ficar preso no próximo episódio que é (parece, pelo menos) ser na área 51!! Só

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