Grey's Anatomy 7x17x18: This Is How We Do It/ Song Beneath The Song

10.4.11

Um final capaz de destruir um episódio perfeitamente bacana.

Do mesmo jeito que existem clichês bons na TV há outros que são absolutamente terríveis. Não digo isso pelo tom de tragédia que vai se instalar em Grey’s Anatomy no próximo episódio, mas sim, pela total falta de necessidade em forçarem a barra acidentando Callie e Arizona, em meio a uma briga/pedido de casamento.

Quando começou a cena no carro eu sabia. Quando Callie retirou o cinto de segurança eu tive ainda mais certeza. Pausei de raiva. Respirei fundo e desejei lá no me âmago estar enganada. Eu não estava. Nem sei dizer o quanto eu repudio o final desse episódio. Pior do que ser clichê, esse final é idiota, gratuito. Fico com a impressão de que a série vai mal e precisam de medidas desesperadas por audiência, tentando atacar duas personagens queridas pelo público.

Verdade seja dita, tivemos alguns momentos chatos (vide Cristina depressiva), mas de geral, o andamento está bom. Estava. Nem sei mais o que pensar. Acho melhor ignorar essa imbecilidade de roteiro e falar do que tivemos de bom. Farei isso, ainda sem sair do tema Callie e Arizona.

A interação que se estabeleceu entre elas e Mark é simplesmente ótima. Toda a tensão familiar desse núcleo é um convite às risadas. Adoro quando Sloan zomba de Arizona com pequenas coisas só para se vingar de sua falta de voz ativa nesse triângulo.

A sequência do chá de bebê foi excelente. Bem humorada e até fofinha, mostrando todos os médicos customizando as roupinhas para o bebê. Isso sem falar em Karev roubando comida e Meredith dando a dica final para a obstetra decidir atacar Karev no estacionamento.

Incrivelmente, a temática de Alzheimer está rendendo de forma positiva. Ainda acho que o Chief é quem transmite o “vírus do alemão louco” para suas parceiras, mas isso é detalhe. Impossível não perceber o quanto Derek e Meredith temem estar na mesma situação em que Chief e Adelle estão agora. Eles não dizem, propriamente, mas está no olhar. A cirurgia não autorizada também foi ótima para debater os limites da medicina e mostrar que às vezes é preciso correr certos riscos para ajudar as pessoas.

Falando em riscos, eu espero que Teddy saia de sua zona de conforto e faça seu casamento valer. Eu faria, afinal, estamos falando de um marido bem aprazível. Também gostaria de ver Kepner parar de se importar com a opinião alheia. Tudo bem que ela merece um homem menos escroto que Stark, mas já seria um começo para ela, que tem tanto medo de relacionamentos.

Tentando não chocar meus amigos fãs de Sexie (Sloan e Lexie), preciso ser sincera e dizer que gostei das cenas dela com Avery. Não sei como isso aconteceu, mas começo a imaginá-los como um casal potencialmente interessante, diferente de outro casal, que tem se tornado potencialmente inútil. Cristina e Hunt entraram no mesmo abismo em que Derek e Meredith já estiveram. Na verdade eles nunca saíram completamente desse buraco e não há escolha de residentes que resolva essa questão.

Pelo menos sinto que estão tentando recuperar Bailey. A personagem esteve perdida entre tramas sem importância e honestamente, sinto falta de quando ela era a Natzi. Agora ela até permite que enfermeiros passem por cima de sua autoridade e não me digam que ela reagiu. Foi muito fraco. Em outros tempos o enfermeiro nem sonharia em cometer essa ousadia, especialmente se ele conhecesse Bailey na intimidade.
 
 

Um episódio para amar ou odiar. Sem meio termo.

Antes de eu começar a falar desse episódio-evento de Grey’s Anatomy, preciso confessar uma coisa: Eu estou com medo de escrever o que penso de verdade nesse texto. Pois é. Tenho a impressão de que a maioria das pessoas vai discordar de mim, me chamar de louca, insensível e o escambau, mas é isso aí. Não tenho o costume de mentir ou tentar minimizar os danos, então estou preparada para os xingamentos.

Provavelmente, a essa altura, vocês já notaram de que lado do muro eu estou. Porque existe um muro. De um lado estão as pessoas que amaram esse episódio musical, choraram, se emocionaram. Do outro, estão os que odiaram cada minuto de confusão musical com texto e interpretação forçada. Eu estou desse lado, mas entendo perfeitamente aqueles que residem entre os apreciadores.

Shonda Rhimes, sem dúvida, é uma mulher que sabe mexer com as emoções humanas, para o bem ou para o mal. Eu dou esse crédito a ela, já que é impossível ficar diante desse episódio sem se posicionar. Shonda sabe disso e usa em seu favor constantemente. Sou admiradora dos talentos dela. De verdade. Caso contrário não seria tão fiel a Grey’s Anatomy até hoje e incapaz de deixar a série de lado, mesmo nos piores momentos. No entanto, vez ou outra eu tenho um probleminha com as decisões criativas que ela toma, porque na verdade eu as julgo nada criativas. Lógico que estou falando mais uma vez do acidente de Callie na semana passada, que nos guiou até aqui.

Sim, eu sabia qual era a intenção. Sabia que o episódio seguinte seria o evento musical. Eu vi as promos, os sneak peaks, tudo. Eu estava perfeitamente consciente do que viria a seguir e me desculpem, ainda assim, eu não gostei. Entendo, mas não gostei.

Ao contrário do que podem pensar, eu também não sou contra episódios musicais. Eu sou fã de Glee, afinal de contas e gosto muito quando as séries se dão ao direito de ir além do convencional. O problema é que isso é sempre um risco. Pode funcionar e pode estragar tudo, como foi o caso para mim.

Quando o episódio começou, eu até me arrepiei com a música tema cantada à capela. Minhas esperanças se renovaram e eu até achei que a coisa ia fluir. Logo em seguida, me senti bombardeada. Era música misturada com fala, fala misturada com música... Resultado é que não conseguia prestar atenção em nenhuma das duas coisas direito e resolvi me prender às canções e ao emocional do episódio. Era tarde demais.

Fui rapidamente invadida por um forte sentimento de vergonha alheia e me peguei fazendo caretas durante as cantorias.Só sei que fiquei com  a impressão de que cenas e canções não combinaram em momento algum. Minha vontade era invadir a tela e pedir para pararem tudo e voltarem ao ‘feijão com arroz’. Acredito que o drama de Callie teria funcionado melhor para mim sem as intervenções musicais, quem sabe.
Quero deixar claro que eu aprecio a potência vocal de Sara Ramirez. Ela canta bem e se não fosse ela, esse episódio jamais poderia ter sido feito (mesmo que eu ache que em termos de execução, tenha sido tudo muito infeliz). Só que a cena final, especialmente, foi de doer. Ela cantava e se tremelicava pelos corredores do Seattle Grace Mercy Death (grande sacada do Karev!), depois balançava a cama hospitalar me provocando mais e mais constrangimento. Eu estava constrangida por ela. Não pude evitar.

Outra cena que me deixou no mesmo estado foi aquela da reunião com os médicos, onde Kevin McKidd canta enquanto explica aos outros o que fazer. Lastimável. Contudo, o que eu gostaria de esquecer mesmo foi a música romântica com pegação inserida no meio. Não sou capaz de encontrar um adjetivo para aquilo.

 A música durante o parto de emergência e a intervenção cardíaca de Cristina foi outra que não me agradou. Todos cantaram sem forçar a barra, é verdade, mesmo que o auto-tune tenha ajudado, em conjunto com que eu chamo de “Coral Abafação”. O bendito coral surgia para suprimir as vozes de Ellen Pompeo ou Jessica Capshaw, que não tem a menor, repito A MENOR, obrigação de saber cantar e infelizmente não puderam escapar dessa tremenda fria.

O engraçado é que no meio de tanta coisa que deveria ser tocante e me fazer chorar, só uma personagem conseguiu me atingir em cheio: Meredith Grey. Belíssima cena com Derek no elevador, falando sobre as ironias da vida, as crueldades do destino. Foi honesta e direto ao ponto.

Também não ignorei o drama de Sloan e Arizona, que viviam um momento delicado. Não há o que dizer da atuação deles. Aliás, a “figuração” foi toda muito boa. Cristina, Karev, a obstetra cujo nome nunca vou conseguir lembrar... Lexie era outra muito afinada cantando, que teve um destaque merecido. A situação dela é delicada, entre o namorado atual e o problema com o ex. Ela se desdobrou para não abandonar nenhum lado e no final, quando deixa o hospital com Avery, acho que tomou a decisão certa.

Como se pode ver, não encontrei apenas coisas negativas para falar, porque afinal, Grey’s Anatomy pode não ter me agradado hoje, mas amanhã ou depois, isso será inevitável. Sempre acontece, sem falta. Agora, o que eu quero saber é de que lado você está. Amou ou Odiou? Vale tudo, menos ficar em cima do muro.

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7 comentários

  1. concordo com cada vírgula que você escreveu. :)

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  2. Foi um ótimo ep... tirando as músicas, muita coisa foi determinante para o desenrolar da temporada, com por exemplo:
    - parece q Lexie se decidiu "definitivamente" por Avery #odiei;
    - A cena de MerDer no elevador (a melhor do ep), nos mostra q possivelmente eles vão abordar o tema da adoção #muito bacana;
    - A obestetra vai msm embora;
    - Cristina e Owen ou fica mais interessante ou termina #espero.
    Enfim muita coisa aconteceu, mas foi meio apagado pela overdose de músicas.

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  3. Esse episódio foi um jeito de chamar a atenção para a série novamente. Realmente foi bastante arriscado. Lendo seu post, consegui por em palavras o que senti sobre o episódio musical: vergonha alheia.
    Também gostei da cena da Meredith no elevador e pensei nas crianças que foram mortas no Rio.
    Parabéns pelo post.

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  4. Posso ser sincero, senti a mesma coisa que a autora do texto sentiu, vergonha alheia, assistia as cenas e cada vez ia me assustando mais e perguntando "Glee invadiu o hospital Seattle Grace!?!?", achei totalmente desnecessário essas cantorias, e me pergunto qual a função desse capítulo para Grey's Anatomy, antes desse epidósio tava até conseguindo enxergar aquele Grey's anatomy das primeiras temporadas, mais após essa aberração coletiva, fica aqui meu desagrado e a quebra desse encanto!

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  5. Pior ainda foi a figuração da Addison. Desperdiçar a diva dessa maneira....

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  6. Posso ser sincero, senti a mesma coisa que a autora do texto sentiu, vergonha alheia, assistia as cenas e cada vez ia me assustando mais e perguntando "Glee invadiu o hospital Seattle Grace!?!?", achei totalmente desnecessário essas cantorias, e me pergunto qual a função desse capítulo para Grey's Anatomy, antes desse epidósio tava até conseguindo enxergar aquele Grey's anatomy das primeiras temporadas, mais após essa aberração coletiva, fica aqui meu desagrado e a quebra desse encanto!

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  7. Quando começou a cena no carro eu sabia. Quando Callie retirou o cinto de segurança eu tive ainda mais certeza. Pausei de raiva. Respirei fundo e desejei lá no me âmago estar enganada. (2)

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