Smallville 10x21-22: Finale

16.5.11

Smallville pode até ser uma série que não precisava durar 10 anos, mas que em seu encerramento fez valer a longa espera.

Antes de discorrer sobre o episódio final, preciso dar um aviso àqueles que ao longo dos anos se indignaram com as supostas "heresias" cometidas com a mitologia do Superman: adaptação é pra isso mesmo! Acho engraçado a revolta dos fãs de quadrinhos que no decorrer das temporadas se inflamava proclamando que Lex não poderia conhecer Clark na adolescência, muitos menos Lois Lane, que o herói X não poderia aparecer desse jeito, ou o herói Y de outro... Pois bem, se vocês chegaram até aqui (e muitos não chegaram), o negócio é esse mesmo. Clark marcou casamento com Lois antes de virar Superman e o Lex Luthor das futuras histórias em Metropolis é um clone produzido na base da colcha de retalhos! E se você faz parte da turma que não é capaz de aceitar isso, lembre-se que quando começou a assistir a série, o foco eram freaks que controlavam insetos e comiam tudo o que viam pela frente.

Passado o meu desabafo, vamos a "Finale"... E que finale! A décima temporada foi feita para agradar fãs das antigas, referência atrás de referência, homenagem atrás de homenagem, como você pode conferir nos excelentes reviews do Alexandre, nosso colaborador mega-fã da série que, ao contrário de quem a largou nas primeiras temporadas, a enxergou sempre como ela é, alguns (ok, muitos) defeitos, mas também inegáveis qualidades.

Não dá pra falar desse desfecho sem falar no retorno de Lex, um desejo antigo dos produtores e dos fãs, que finalmente foi atendido nessa reta final. Michael Rosenbaum vestiu a camisa (e a touquinha pra ficar careca) do time e, mesmo com pouco o que trabalhar, fez valer a expectativa com a sua atuação de Lex, considerada por muitos a melhor já empregada para o personagem. As cenas com Clark e Tess foram absolutamente tensas e recompensadoras, com toda a carga meio canastra, as referências históricas embutidas no diálogo e a velha mistura de inveja e admiração que o personagem sempre sentiu por seu arquiinimigo. A participação de Lex foi pequena justamente porque esse não era o momento de colocá-lo no centro da ação, já que graças à amnésia providenciada nos últimos minutos (aliás, belíssima sequência de flashbacks mostrando tudo o que ele esqueceu), a promessa que fica é de embates futuros. Afinal, ao proferir "eu sou o vilão dessa história", Lex se referia à história do Superman, não de Smallville.

Também homenageados nessa despedida, e com uma participação maior (talvez maior do que eu esperava), vieram Jonathan e Martha Kent. Todo o conceito de Jonathan aparecer para Clark porque "está em seu coração" é um pouco incômodo pra mim, e acho que teria sido melhor se ele ficasse apenas de fantasminha camarada dando conselhos no cemitério que Clark não necessariamente ouvisse, mas assimilasse. De qualquer forma, foi a escolha dos produtores para honrar a influência que os Kent tiveram na formação de Clark como herói e tendo problemas ou não, preciso admitir que foi bonito. Martha se posicionou no centro da ação, assumindo o papel de "sogrinha de ouro" para Lois e também não ficou pra trás.

Não tão dentro da ação, graças a uma desculpinha esfarrapada de acessar um banco de dados em Star City, estava Chloe, a personagem mais querida dos fãs da série. Allison Mack ficou afastada em grande parte da temporada, participando apenas de 8 episódios, mas a importância de sua Chloe Sullivan, que por muito tempo carregou a série nas costas, jamais será esquecida.

Coube a Chloe o papel de narradora de basicamente toda a série, quando no início do episódio duplo, a vimos com seu filho (com Oliver? Provavelmente), 7 anos no futuro, contando a jornada de um rapaz que, guiado por seus pais (terráqueos e biológicos), aceitou o destino de proteger a humanidade. Ao que tudo indica, Chloe realizou seu desejo de reencontrar a essência da adolescente nerd que colecionava fatos estranhos para seu mural, e ainda teve seu final feliz não apenas como sidekick de Clark, mas assumindo a sua própria condição de heroína e construindo uma vida própria com Oliver Queen. Bom pra ela e ótimos pra nós, que por todos esses anos torcemos pela personagem!

Oliver, aliás, foi ponto de partida para a derrota do vilão da temporada, Darkseid. Marcado pela "escuridão", o arqueiro foi responsável por impedir o primeiro casamento de Clark e Lois, mas depois de uma luta repleta de slow motion e diálogos "do bem" que só Clark seria capaz de proferir, se livrou do problema à base de "muita luz" e ainda foi responsável por eliminar a Trindade que ajudava o vilão.

Mas ouso dizer que a Trindade, o planeta que se aproximava para cobrir a terra com escuridão e o próprio Darkseid eram o menos importante no andamento dessa finale. O conceito de bem versus mal e luz versus escuridão é que funcionou muito bem, por mais cafona que isso pareça (e lembrem-se que estamos assistindo a série do herói que ninguém reconhece ao tirar os óculos e usar cueca por cima da calça, então abram a cabeça). A ideia da humanidade toda "possuída" por seus próprios sentimentos negativos, e o fato de Clark ser o responsável por libertá-la dessa sombra foi a melhor maneira de encerrar a história do jovem de Pequenópolis.

E quem melhor pra representar escuridão do que Lionel Luthor? Deus do céu, John Glover nunca esteve tão assustador como nesse episódio (até mais como Lionel do que depois de virar Darkseid) e foi mais do que espetacular ver o personagem do mundo alternativo morrendo nas mãos da própria filha, espelhando a morte do Lionel original, pelas mãos de Lex. Cassidy Freeman como Tess (ou Lutessa?), então, estava irrepreensível e foi uma morte sentida, já que a personagem se estabeleceu muito bem depois de um começo conturbado, em que tinha a obrigação de substituir Lex.

O final desse texto fica, é claro, para Lois e Clark. Erica Durance entrou na série como alívio cômico e a nova gostosona para o deleite dos nerds, mas adicionou nuances o suficiente para nos convencer que ela é Lois Lane, a intrépida repórter (adoro essa definição) essencial para "manter Clark no chão", como Chloe bem explicou.

Quanto a Tom Welling, todos nós sabemos as suas limitações como ator, mas não dá pra não vibrar quando ele finalmente veste a icônica roupa do Superman e decola para salvar a humanidade, ao mesmo tempo em que dá um tchauzinho para sua amada na janela do avião. Limitado ou não, Welling já está na galeria de atores que mereceram usar aquela roupa, e a cena final, em que o tema clássico do Superman toca enquanto ele adia (novamente, mesmo que por poucos minutos) o próprio casamento para fazer a boa ação do dia, comprova isso. Para o alto e avante, Clark Kent!

Foi um prazer acompanhar sua história por esses 10 anos.

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5 comentários

  1. Como assim Tom Welling e sua atuação limitada, ele de longe é um dos melhores que fizeram o papel de Clark Kent o cara evoluiu muito em 10 anos e sua atuação sempre foi boa pra mim. De resto a review ficou show. Smallillve teve um encerramento perfeito.

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  2. João, isso é bem pessoal e acho que em muitos momentos ele podia ter passado maise moção, mas concordo sim que ele evoluiu nesse tempo. Que bom que gostou do review, tentei fazer jus ao que achei da qualidade desse final! Obrigado pelo comentário!

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  3. Léo ngm diz q vc n é fã... hahahaha
    Adorei seu review.. e aproveito para parabenizar o Alexandre tb pq sempre lia os reviews dele.
    Eu chorei da hora q o Clark voou na fortaleza da solidão até a parte q toca a música tema...
    Nunca foi segredo q Smallville (msm sendo tosca) é minha série preferida, foram 10 temporadas, vi todos os episódios e tenho cada box q lançaram de dvd...
    Sentirei mta falta, o final foi lindo e honestamente, msm sentindo falta e talz como fã, tava na hora msm...rs

    Agora o Tom Peter Pan Welling vai envelhecer em paz hahahahaha

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  4. Tom é lindo... mas bom ator ele n é não... ele 'passa'... mas boooooooom booooooooom boooooooooom eu tb n acho não.. ele tem 'momentos'

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  5. Eu achei o final bem fraco, de verdade. O drama entre Clark e Lois se estendeu mais do que deveria.... Teve pouquíssima ação e, sinceramente, os efeitos de Clark c/ o uniforme foram bem tosquinhos. Não curti mesmo... Mas enfim, eu já tinha baixado meu nível de expectativas. =X

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