Quero ser Mad Men.

Faça esse exercício mental comigo: se Playboy Club fosse uma criação genial, superior ou igual a Mad Men — a melhor série que existe —, série que ela descaradamente tenta emular, quais seriam as chances dela sobreviver?

Se você acompanha não só muitas séries, mas também as noticias que rodeiam esse universo, você certamente conhece o funcionamento da audiência americana. É impossível que a tal Playboy Club hipotética, sugerida no primeiro parágrafo, com um desenvolvimento de personagens excelente e tramas inovadoras e bem trabalhadas, sobrevivesse mais que uma temporada.

Tendo isso em vista, a temática dos anos 60 deve ser simplificada, afinal os produtores tem que fazer com que sua série tenha audiência. A trama não situada no presente certamente cria um preconceito em parte do publico, então simplifiquemos mais ainda as tramas. Pra que abordar as mudanças sociais vividas nos EUA na década mostrada na serie quando podemos nos concentrar em briguinhas entre as bunnys do Playboy Club e na crise de meia idade de uma delas?

Ao invés de estabelecer os elementos daquele tempo distante para os espectadores presente, o pilot é genérico. Ele se concentra em criar rapidamente as tramas abordadas: romances, máfia, mentiras e conflitos bobos. O único elemento do piloto que chamou minha atenção foi o grupo dos homosexuais que se encontram em segredo para, aparentemente, lutar pela liberdade.

Vou persistir e ver o próximo episódio, mas não vejo potencial na série. E, caso tenha gostado, não se apegue a série, a chance de cancelamento é enorme.