Copper 1x01: Surviving Death

24.8.12


Uma boa ideia com uma péssima execução.

Copper é a primeira série da BBC America com um roteiro original. Há dez episódios ordenados para a primeira temporada, mas a pergunta que fica é: você realmente vai aguentar os próximos?

Obviamente, a série tinha tudo para se tornar um hit. A premissa não é original, mas é interessante. Só faltava mesmo uma melhor execução e desempenho do Piloto, que infelizmente não foi um bom jeito de começar a série.

Copper se passa em Nova York, em 1864, no notório bairro Five Points, bem conhecido por possuir diversos imigrantes e ser uma região instável. Somos apresentados ao detetive Kevin Corcoran (Tom Weston-Jones), um imigrante irlandês. A série o seguirá, enquanto o detetive navega pelas ruas corruptas de Nova York tentando encontrar justiça para os pobres e impotentes.

 Nós logo descobrimos que Corcoran também tem laços com um filho de um rico industrial, Robert Morehouse (Kyle Schmid), ao ter lutado na guerra civil e Matthew Freeman (Ato Essandoh), um médico Africano-Americano, que secretamente auxilia-lo com as investigações forenses.

Um dos pontos positivos é descobrir que Kevin, que se mostrou malvado na primeira cena é, na verdade, um bom samaritano (quando quer, é óbvio). Não tem medo de tomar as rédeas da situação e passar medo em quem precisa para conseguir o que quer (positivamente falando).

De cara, há a tremenda necessidade de parabenizar a equipe de fotografia da série por conseguir mostrar como Nova York era naquela época, onde prostituição infantil era algo que obviamente acontecia praticamente no meio da rua, sem ninguém achar estranho.

O protagonista, cuja esposa está desaparecida, deixou uma boa primeira impressão. Mas aparentemente, todo o arco central da série será sobre o amor tórrido que vai acontecer entre o próprio e a menina, ou seja, pedofilia vai rolar solta.

Pareceu que o Piloto não era bem um piloto, já que não houve algumas das (básicas) características que uma série deve mostrar na primeira oportunidade: aprofundamento, ou pelo menos diferenciação de personagem, um bom protagonista, um roteiro interessante e no caso do procedural, um bom caso da semana.

Não tivemos uma boa apresentação dos personagens, até o protagonista mesmo não parecia muito certo do que estava fazendo ali. O roteiro, porém, foi um dos piores. Em séries de época (que não são chamadas épicas, ok?) o roteiro precisa fazer a maior parte do trabalho e destacar-se no meio de tantos outros elementos. Infelizmente, não foi o que aconteceu em Copper. O roteiro era raso, previsível e cheio de diálogos esquecíveis. A previsibilidade já aconteceria só pelo fato de que o assassino era um dos imigrantes ricos e influentes, ou seja, com certeza uma pessoa que NÃO era desse nipe ia levar a culpa por algo que não fez.

O passado do protagonista deverá ser uma das bases para a série em diante, principalmente qual é a sua relação na Guerra Civil e com a Condessa. Outro personagem que se sobressaltou foi o amigo chocolate, Matthew, que obviamente ainda vai sofrer muito em casa por possuir um amigo caucasiano.

Mas no final, Copper é realmente uma história de amor. Mesmo com alguns pontos positivos, no final, o Piloto se mostrou completamente arrastado, para uma resolução óbvia, com um péssimo roteiro. Fingiram que explicaram várias coisas, só que não explicaram nada. A série é cheia de potencial, só espero que a bagaça melhore daqui em diante. Seria bem triste se a BBC não conseguisse emplacar uma produção original americana, considerando que possui inúmeras britânicas. A originalidade e a criatividade só se encontram do outro lado do Atlântico?

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