Weeds 8x12/13 (Series Finale): It’s Time

23.9.12


Após uma sétima temporada sacal, tive dúvidas se Jenji Kohan encerraria bem sua série. Avaliando a temporada como um todo o saldo com certeza foi negativo, mas levando-se em conta apenas este episódio a história é outra.

É impossível negar a má estruturação do último ano de Weeds. Neste último episódio fiquei com a mesma sensação de quando suprimiram Jill e Stevie da história: muita coisa importante aconteceu e ninguém viu. Claro que, desta vez, tudo é melhor justificado com o salto temporal de 10 anos, mas não seria mais interessante ter visto Doug já estabelecido como líder religioso por mais tempo? Ou Shane bêbado e perdido na vida? Nancy e Stevie estavam tão bem na finale que também foi um desperdício não ter acompanhado a interação dos dois por mais tempo. Talvez esse salto temporal aconteceu tarde demais, de qualquer forma isso não justifica a preguiça dos roteiristas em construir uma história que instigasse o público ao longo da temporada como acontecia nos tempos áureos da série.

Entretanto, esses problemas pertencem ao resto da temporada e não invalidam a experiência do series finale. Como acontecem na maioria dos “últimos episódios” houve aqui um retorno a antigas discussões e nesse quesito a finale estava cheia de auto-referências. A começar com o debate na reunião de pais na escola de Stevie sobre um assunto que só gente rica sem nada para fazer acharia válido discutir: o uso de capacete no soccer.

Também não poderiam faltar os temas mais recorrentes da série, maconha e judaísmo. No futuro segundo Kohan e seu time, ambos os temas já não são mais tabus e se encontram bem difundidos na cultura americana. Por conta disso, Nancy agora é uma mulher de negócios de sucesso por ter sido a pioneira da produção industrial do cigarro de maconha e Stevie está às vésperas de seu Bar Mitzva mesmo sem ser judeu de nascimento. 

O plot da celebração judia do princípio da vida adulta foi o centro da trama da finale. No dia anterior ao evento foi marcado pelos retornos mais aleatórios possíveis, mas que funcionaram e foram bem engraçados. Elizabeth Perkins estava fora de cogitação. As atrizes Allie Grant (Isabelle) e Tonye Patano (Heylia) se encontram em outras séries, não sei ao certo, mas as suas ausências podem ser justificadas com conflitos de agendas. De qualquer forma, gostei da participação de Dean Hodes mais depressivo do que nunca se atirando para cima da Nancy a esta altura da vida e comentando a cirurgia de troca de sexo da filha. Eu nem me lembrava direito de Sanjay que dirá de sua esposa, mas a personagem também rendeu bons momentos.

Meu retorno preferido com certeza foi o de Josh Wilson. O fato do personagem ter aparecido apenas no piloto e no series finale fez Nancy e o público refletir sobre o que mudou nesse tempo, além dos ótimos momentos envolvendo Josh e Doug que foram ao mesmo tempo hilários e tocantes. 

Enquanto isso, o arco dramático do episódio começava a se formar com Nancy à procura de Andy na festa e Steve descobrindo a verdade sobre o pai, Esteban. O garoto, filho de um mexicano católico e uma judia convertida teve como figura paterna o rabino Dave (outro ponto negativo da temporada, ele e Nancy nunca convenceram como casal) e não fazia ideia do que seu pai fez em vida até que Guillermo fez o favor de contar. 

Revoltado, Stevie faz um discurso tão inspirado quanto o memorável discurso de Shane no final da 2ª temporada, falando sobre sua identidade e abrindo os olhos da garota asiática que estava esperando pela sua vez de ser tornar uma mulher judia para o fato de que ela é, veja bem, asiática. Para completar ele vai ao seu after party fantasiado de Scarface! Sério, que personagem bacana. Outro ponto negativo por não podermos ver mais desse Steve mais crescido e legal que lembra o Shane de uma época melhor.

Nancy e Andy finalmente se encontram para concluir suas histórias da melhor maneira possível. Eles nunca deveriam ficar juntos, antes era Nancy que via isso, agora é Andy. A inversão de papéis funciona porque se a 8ª temporada valeu de alguma coisa foi trabalhar o psicológico desses dois personagens. Andy amadureceu muito ao passo que Nancy se tornava cada vez mais dependente de sua família, se agarrando ao máximo que podia principalmente a Silas (para o desprazer de Megan) e Steve.

E tudo isso culminando naquela longa cena final com o quinteto principal dividindo um cigarro, dando tempo de nos despedirmos dos Botwin (e Wilson!) enquanto uma música, que dizia muito sobre a trajetória da protagonista, tocava inteira. Pode não ter sido o final que os fãs queriam – principalmente os fãs de Nandy –, mas foi o final que Weeds precisava. Merece palmas lentas e um voto de confiança para Orange is the New Black, a nova série de Kohan.

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1 comentários

  1. Eu amei weeds e como fã sei que o fim foi fraco mas a negação de Andy pela Nancy a cena dele fugindo apos o sexo que ele fez com ela amedrontado limpou minha alma apos anos levando vários nãos, eu acho que ela deveria ficar com o Conhad, porém não imaginaria a sedutora Nancy botwin sozinha na vida e isso foi ótimo pra nos mostrar que mesmo após toda a fama a gloria nós poderemos ficar sozinhos quando nos dermos conta do que realmente importa, eu amei do inicio ao fim, claro que sinto falta da Célia e da Isabel, mas Célia não acrescentava mais ao se tornar Nancy em sua ultima cena na série, e Isabel sempre fez falta ela deveria ser a Bff do shane e ajudá-lo, sem delongas ser de ficou marcada na minha história mesmo fraquejando nas ultimas temporadas mas amei!

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