Person Of Interest 2x01: The Contingency

3.10.12


Na ficção cientifica alguém pode ter a mais complexa e brilhante idéia, um conceito revolucionário, entretanto esse provavelmente estará fadado ao fracasso caso os personagens que guiam o espectador nesse novo mundo sejam desinteressantes, meros artifícios inexpressivos utilizados apenas para satisfazer necessidades momentâneas de seus idealizadores, que precisam mover a narrativa adiante.


Fringe não seria metade da série que é se não acreditássemos na culpa de Walter pelos erros cometidos no passado. Battlestar Galactica não seria tão épica caso o almirante Adama fosse um personagem ruim. No episódio em que deu seu passo definitivo rumo ao caminho do Sci Fi, Person Of Interest mostrou que seus personagens são muito mais complexos do que imaginávamos e que a ambição temática de seus criadores e maior do que previa.

Reese revela nesse episódio o quanto se importa com Finch e é interessante notar que ele não fica emotivo pela perda do amigo que, nas suas próprias palavras, o salvou. Diferentemente, ele age com uma obstinação nunca antes vista — essa é a maneira dele demonstrar a sua preocupação — para encontrar uma pista, criando uma eficiente tensão, por exemplo, na cena onde ameaça a Máquina. Se houve um ponto fraco, foi apenas a insistência em criar um caso da semana que, embora funcione para mostrar que a Máquina continuaria gerando números sem se importar com seu criador — ou apenas seguindo suas ordens —, a história do contador que rouba a máfia poderia ter encontrado uma resolução mais ágil.

O ponto alto do episódio se encontra na interação entre Harold e Root. Enquanto ela parece apenas querer ver ‘o circo pegar fogo’, ele acaba revelando as motivações que o levaram se afastar do contato humano em geral e a criar a Máquina. Através dos flashbacks foi possível ver a dimensão do que ele criou e uma pequena amostra das capacidades da vida, como Root define, desenvolvida por Finch.

Root, alias, pode ser uma adversária interessante para a dupla de protagonistas. Enquanto o antagonista da temporada passada, Elias, possuía ambições muito mais simplórias, a antagonista dessa recém-lançada temporada mostra ter motivações mais complexas, sendo mais uma adversária para Finch, mantendo um duelo intelectual interessante com ele, do que para Reese, que esta muito mais ligado a ação.

Esses foram sem duvida alguma quarenta minutos que podem ter mudado completamente o caminho que a série parecia seguir. Esqueça aquela distopia com um pequeno elemento Sci Fi, agora Person Of Interest parece querer ir além, se perguntando o que acontece quanto a ferramenta de opressão e controle da população ganha autoconsciência.

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