1600 Penn 1x05: Frosting/Nixon
24.2.13
As pessoas
não entendem a pressão deste cargo.
Agradar a
todos não é tarefa fácil, especialmente quando se é presidente e tem nas mãos a
responsabilidade de cuidar de milhões de pessoas, que são muitas vezes
mesquinhas, hipócritas e egoístas. 1600 Penn mostrou bem isto neste episódio. Muita
gente exigindo coisas ao governo sem nem mesmo saber ao certo o que queriam ou
até mesmo o que precisavam de fato.
Vocês já
devem ter notado que eu uso essa série como meio de reflexão. É que embora
estejamos falando de um programa categorizado como “comédia” há sempre algo de educativo,
seja voltado para história, geografia, ou cultura de modo geral. E o que mais
impressiona é o cuidado que eles têm de humanizar os personagens e quando
paramos para pensar em como isso pode ser complicado, percebemos que é ai que
está toda a qualidade da série. Veja bem, não estamos falando de escrever e
interpretar a vida de um cara normal e sua família, estamos falando do
Presidente, da Primeira-Dama... Sabe, dos símbolos máximos de poder de toda uma
nação! E querendo ou não, temos a tendência sim, de esquecer que eles também
são seres humanos, com inseguranças, medos, problemas e vida pessoal para
cuidar, além de gerenciar todo um país.
O exemplo
usado para ilustrar isso neste episódio foi excelente. Um grupo de
manifestantes que se estabelece em frente à Casa Branca e começa e questionar
vários pontos do atual governo e ainda cobrar uma série de medidas e respostas.
Até ai tudo certo, comum até. E eles pareciam saber bem do que falavam, tanto
que convenceram até o sem noção do Skip a participar da manifestação onde eles
exigiam um reunião com o próprio presidente. Claro, um enorme absurdo, mas que ele
teve que acabar atendendo para dar um fim logo na coisa toda antes que o filho
fizesse mais uma vez com que toda a família fosse motivo de chacota mundial.
Na moral, não
acredito que alguém possa ser tão estupido na “vida real” feito o Skip, sério,
o nível de raciocínio dele chega a ser inconcebível de tão baixo que é, tanto
que ele está deixando o posto de personagem bobo que todos curtem, e passando a
ser o “idiotão” que você sabe que só aparece em cena para estragar alguma coisa
ou arrumar confusão.
Mas voltando
ao episódio depois deste breve momento de queixas sobre o que eu considero ser
o único defeito de toda a série, o presidente participa da tão aguardada
reunião, explica a todos o plano de governo e mostra como as reivindicações são
infundadas ou até vazias. O único problema é que isso gera uma espécie e
confusão no país e milhões de pessoas se juntam em um protesto tentando também
serem ouvidas, claro que não mostraram como isso foi solucionando e não acho
que mostrarão no próximo episódio.
Enquanto
isso, Xander (o filho mais novo) tenta concorrer à presidência estudantil, mas sofre
com a falta de habilidade e concorrência desleal. É que o menino é muito
inteligente, chegando ao ponto de ser um pouco egocêntrico e sempre acabava
usando termos técnicos para tudo, sem falar de um vocabulário bastante incomum,
de difícil entendimento por parte das demais crianças. Mas por sorte, Emilly é uma boa madrasta e
decide ajuda-lo, mesmo que tenha perdido um pouco a noção de até onde essa “ajuda”
pudesse chegar.
Mas no fim, o
menino contorna as adversidades e problemas causados pela trapaça da oposição e
ganha por mérito próprio.
Bom, tendo
dito que o menino ganhou, podemos focar nas trapaças que sofreu e que de certa
forma serviram para mostrar algo muito mais profundo do que simples
desonestidade infantil. Não sei se todos se lembraram, mas no pilot acontece a
insinuação de que a Marigold (a filha do meio), do alto de sua pré-adolescência,
seria homossexual. Nesse episódio, qualquer dúvida quanto a isso é esclarecida
e confirmada quando a menina se sente seduzida por Jessica, a concorrente de
Xander, que embora não valesse o chão que pisava, era extremante bonita.
A pilantra da
menina usou de sua influência e popularidade para persuadir Marigold a ajuda-la
a tentar vencer e oferece-lhe “amizade” em troca, o que ela aceita de prontidão,
mesmo que desejasse que essa amizade fosse mesmo é algo mais profundo.
Felizmente, no fim, Marigold percebe a estupidez que fez e conserta as coisas.
É fundamental
que antes de terminarmos essa review nos atentemos a esse detalhe da
sexualidade da filha do presidente. Veja vem, não estou aqui para julgar
ninguém nem dizer o que é certo ou errado, não sou ninguém para isso. Mas
certamente, é notável que uma personagem/atriz tão nova carregue uma bandeira
desse porte, assim com tanta propriedade. De fato, personagens com esse tipo de
enredo não costumam serem tão novos, por mais que saibamos que a opção sexual
de alguém não tenha “idade” para aflorar, parece que as emissoras tentaram ignorar
este detalhe e meio que criaram essa “classificação” etária para o que é aceitável
ou não para a vida de um determinado personagem com base no seu sexo e em
quantos anos ele tem.
Podemos estar
diante de algo grande aqui, 1600 Penn pode estar iniciando uma nova faze na
televisão americana. O que de certa forma, é sempre arriscado, já que muitos
ainda são um tanto quanto conservadores, ainda mais quando se trata de assuntos
que envolvem o governo e família americana.
Sem falar que
será interessante ver como a imprensa de “mentirinha” da série tratará todo o
assunto, já que apenas a simples gravidez de Becca foi motivo para quase um escândalo
mundial e ela ainda teve toda a sua vida exposta pela imprensa marrom.
No mais, é
isso. 1600 Penn segue firme na minha lista de “imperdíveis” e continuo botando
fé que a tendência é só melhorar. E você, o que pensa? Concorda? Discorda?
Prefere comer um pão de batata a expressar a sua opinião aqui em baixo? Sente o
dedo no teclado e pode falar a vontade, a democracia ainda impera por essas
bandas e você pode dizer o que quiser, sem precisar fazer manifestação na porta.
Até semana
que vem!
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