Sharknado: Uma Necessária Explanação sobre o Segregamento Marítimo

14.7.13



Sucesso de crítica, mídia, com um nível de aprovação gigantesco da comunidade aquática, nota 4,2 no IMDB e sucesso no twitter, o melhor filme de 2013 obviamente devia ganhar um espaçozinho aqui no Seriadores.

Em 1975 estreava nos cinemas um clássico do cinema. Jaws, Tubarão no bom e velho Português. A história é clássica e conhecida até hoje como um dos melhores filmes de criaturas marítimas, o filme, contudo, não é apenas um filme de tubarão sangrento e agressivo, pelo contrário, é uma narração intrínseca sobre um sujeito perdido, distante de qualquer civilização conhecida, ele procura abrigo, compreensão e amor nos corpos de surfistas e banhistas, porém nada encontra além de ódio, temor e ignorância. Ouso dizer que o Tubarão Branco, que inclusive passa o filme todo sem um nome, sendo apenas o “Tubarão” acaba se tornando um dos personagens mais incompreendidos do cinema moderno. Sendo um pioneiro do que muitos anos após ainda seria importante, o dos jovens perdidos... Ermos, isolados, depressivos.

34 anos depois, era lançado o fantástico Mega Shark vs. Giant Octopus. No filme, mais uma vez a figura de um tubarão em uma disputa violenta e sanguinolenta contra um polvo gigante que ameaçava seu território, a saga continuou em Mega Shark vs. Crocosaurus onde o herói desta vez lutava contra uma criatura híbrida de um Crocodilo e um Dinosauro! Nesses filmes da maravilhosa The Asylum em parceria com o genial, inovador e ativo canal americano Syfy, a saga do Mega Shark é novamente uma afronta aos valores burgueses de nossa sociedade, onde criaturas gigantescamente marinhas devem pertencer apenas aos mares e oceanos. Segregados, eles se tornam violentos e rancorosos.


My Milkshake bring all the sharks to the yard

Sem duvidas o canal Syfy é um pioneiro na luta por direitos civis dos Animais Marinhos. Tanto que inovou ao mostrar que no épico Mega Shark vs. Giant Octopus, material genético de ambos os animais foram colhidos e geneticamente modificados para tornarem-se o assassino Sharktopus, que estrela o filme de mesmo nome. O que vemos, contudo é outra criatura confusa, perdida. E ainda mais do que todos os outros, Sharktopus mostra realmente como a segregação marítima, do qual todo este texto é sobre, funciona. Sharktopus (realmente não me canso de dizer Sharktopus. Sharktopus. Sharktopus.) possui descendentes biológicos marinhos, contudo sua figura paterna é um cientista louco, humano. Ao se desenvolver é devolvido ao mar e ai sua confusão começa. O Pobre animal deve viver no oceano, contudo não se identifica com aquele ambiente, toda sua história baseia-se na confusão do individuo quanto a suas raízes e quem deve ser.  Acima de tudo, Sharktopus é a busca do ser pela essência.

O filme foi bem aceito pela comunidade Hipster que
compartilhou imagens do mesmo com o filtro “Earlybird” no instagram.
Porque obviamente uma massagem cardíaca é extremamente eficaz nesta situação.



E você, querido leitor, neste momento deve estar indagando-se quanto a “que merda isso tem a ver com Sharknado?” É simples, Sharknado é o momento em que a confusão, dor, melancolia, miséria, toda a humilhação e crise existencial desta raça chega ao ápice. Eles não são apenas testados e jogados em arenas publicas (praia) para lutarem por suas vidas contra aberrações gigantes. Não, desta vez eles são retirados de seu lar e finalmente tem a chance de seguir seus sonhos mais profundos de conhecer aquilo que está acima deles, os seres que podem andar sob o sol, eles finalmente conhecem aquilo que sempre quiseram... Porém não da forma que gostariam... Perplexos e desorientados eles recorrem a seu instinto mais primário.

O drama também foi bem aceito
pelo publico infantil.
Segundo o Brasil Escola, “Os tornados são redemoinhos atmosféricos caracterizados por um espiral, em forma de funil de vento, que gira em torno de um centro de baixa pressão atmosférica; são produzidos por uma única tempestade convectiva.” Claro, isso é o que dizem, porém sabemos que o homem, a camada de ozônio, a poluição e o espirito abalado da cadela Laika aumentaram proporcionalmente o numero de tornados nos EUA, fazendo com que, durante alguma festa, reunião ou período de confraternização e acasalamento dos tubarões os mesmos possam ser agressivamente transportados sem respectivas autorizações.

A atriz Mia Farrow (O bebê de Rosemary) aprovou!



E é isso sobre o que Sharknado discorre, a maneira mais dolorosa e confusa de conseguir aquilo que sempre se quer. Compreendam bem. Os filmes de tubarão sempre mostraram seus protagonistas na agua, vez ou outra saltando, e como mostrou o extraordinário Mega Shark, pulando a cerca de onze mil metros. Contudo, os tubarões sempre ansiaram em poder vir para terra firme, algo que é possível ver naqueles tristes olhos é a vontade de descobrir novas terras... Literalmente.

Esta busca interior sempre foi vista em diversos filmes, porém até então foi retratada de forma individual, um elemento de uma espécie sente-se perdido, ou como diria meu bisavô: “Proscrito”. Sharknado é diferente de todos esses outros filmes banais, inexpressivos até, mostrando a angustia de toda uma espécie, em busca de quem realmente são, como um coletivo, não se apoiando apenas em um ou dois membros de determinada comunidade.
#PARTIU

Algo muito interessante de se notar é que, no filme, uma belíssima cena, logo no final, descobrimos que uma das personagens humanas estava viva dentro de um dos tubarões. Isso mostra que ele sequer estava tentando mata-la ou se alimentar da vilanesca jovem, mas sim tentando ajuda-la a sobreviver o tornado que assolava a cidade.
"Sharknado é ainda mais impressionante quando você percebe
que Tatiana Maslany interpreta todos os tubarões diferentes"

Denúncia um confiável usuário do Twitter.

Claro que, um filme tão bom não é feito apenas de tramas e plots com consciência sociocultural e denuncias quanto à sociedade na qual vivemos, nada disso seria possível sem um elenco, e o desse filme foi escolhido a dedo torto. Como protagonista temos Ian Ziering da clássica Beverly Hills, 90210 (Barrados no Baile), ele realmente encarna o papel de um pai desesperado, que ao mesmo tempo em que ama sua família está disposto a sacrificar a vida de inocentes para alcançar seus objetivos. 

Os vilões do filme sendo perseguidos
por uma roda-gigante desgovernada.
Cassie Scerbo, de Make it or Break it, também se destaca no filme, tendo ótimas falas como “A propósito, eu não sou uma stripper”, isso sem falarmos da emocionante cena onde sua personagem confessa que “Eles pegaram meu avô. Então eu realmente odeio tubarões.” Mas sem duvidas o maior destaque é Tara Reid que ainda parece tentar alavancar sua carreira natimorta.
**ATUANDO**




Particularmente acho que a peculiar narrativa intrínseca de Sharknado é de grande semelhança com o outro clássico infanto-juvenil, Procurando Nemo. Ambas as tramas marinhas falam de sair e explorar o mundo, porém este mundo novo acaba subjugando os protagonistas. Mas Sharknado acaba sendo extremamente superior, pois a comovente história mostra os protagonistas sendo retirados de sua casa através de um desastre natural e após isso sendo torturados e ameaçados por motosserras, bombas e atores ruins!

O Filme, devido a perspicaz visão inovadora de seu diretor (Anthony C. Ferrante, que possui um currículo admirável) e roteirista (Thunder Levin, não tão bom quando Ferrante, mas que concebeu esta dádiva da sétima arte), além de ter conquistado os mais inflexíveis críticos, Sharknado se tornou um sucesso na XoXo mídia, tendo mais de trinta e um mil tweets sobre o filme que virou febre nos Estados Unidos e no mundo, tendo até mesmo importantes figuras do Twitter e do cinema, como Wil Wheaton e Mia Farrow postando sobre o drama. Mas, principalmente sendo o ultimo tweet a ser postado por Cory Monteith, o Finn de "glee".

"Que merda é Sharknado [?]", "oh. É UM TORNADO DE TUBABÕES"



"Tubarões em um tornado...
Sharknado. Simplesmente Fantástico!"

Sem duvidas Sharknado é um daqueles filmes que te fazem pensar sobre a vida, o universo e tudo o mais. Em alguns anos será considerado um épico e clássico, que faremos nossos filhos e netos assistirem. E realmente espero que seja possível contemplar ainda mais desta obra cinematográfica, ainda mais quando sites de fofocas dizem que uma continuação já é planejada e se chamará “Sharkami”, e desta vez os virginais e jovens tubarões serão atacados por uma Tsunami, Coquetéis Molotov e Amanda Bynes.

BTW: I'm back bitches!

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6 comentários

  1. um post sobre o filme-evento do século!!! I CAN'T!!

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  2. Apenas: Cretinice lvl over 9000

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  3. Só aqui vcs dão o devido valor as maravilhas da sétima arte....

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  4. Já estou esperando um S.A.Leatório de Sharknado, vai ser EPICO!!

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  5. E porque não dizer 8ª arte?

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