Breaking Bad 5x09-11: Blood Money/Buried/Confessions
9.9.13
A volta de Heisenberg.
Depois de passar quase um ano cagando, Hank
finalmente tomou consciência de sua descoberta: a raiva que ele apresenta não é
apenas dirigida a Walt e o perigo que Walt trouxe para a família inteira, mas também
a ele mesmo, por não ter percebido que o infame Heisenberg estava debaixo de
seu nariz o tempo todo.
Além disso, não havia duvidas de que o grande
confronto entre os dois chegaria logo no mesmo episódio – Hank só estava checando
todos os fatos antes do grande confronto, que foi nada mais nada menos que
subliminar. Um show de atuações de Bryan Cranston e Dean Norris, mas confesso
que fiquei mais surpreendido pela performance de Norris, que conseguiu, sem
nenhum exagero, transpor todas as emoções possíveis de um ser humano que acaba
de descobrir que seu amigo e familiar é o maior produtor de drogas da região –
emoções que estavam sendo desenvolvidas durante todo o episódio. Norris acertou
em cheio na atuação, interpretando suas emoções de forma palpável e desconfortante.
Porém, o episódio 5x09 remete ao termo Blood Money, que é exatamente o que
Jesse pensa sobre a grande quantia de dinheiro que ele ‘herdou’ de Mike.
Desnecessário dizer que Jesse não é mais aquele garoto ingênuo de antes, mas
ainda continua bastante irresponsável. Só alguém com abobrinhas da cabeça
pensaria em distribuir uma grande quantia de dinheiro, no meio da noite, em um
bairro extremamente pobre.
A abertura do episódio também foi bem pensada,
deixando o telespectador totalmente ansioso para os próximos acontecimentos.
Agora, todos sabem que Walt é Heisenberg? Onde está sua família? E o que mais
Walt fez para receber um “seja bem vindo” tão caloroso de Carol?
O décimo episódio traz todo o desenrolar da
descoberta por Hank. O que precisa ser pontuado aqui é que desde o início
estava claro que Skyler iria ficar ao lado de Walter. Skyler que antes
rejeitava o que o Walt fazia, sabe que agora tem de ficar a seu lado, pois
consentiu toda a lavagem de dinheiro. Porém, não temos certeza disso e por isso
Skyler se torna a pessoa mais enigmática da temporada.
Anna Gunn entrega ótimas atuações em cada cena
como Skyler (ou seria Sra. Heisenberg?) e a indicação da atriz ao Emmys veio em
boa hora, muito mais do que merecido. No episódio, a personagem brilhou
novamente. Gunn nem disse tanto durante o episódio, mas a gama de emoções que
ela consegue transmitir em todas as suas cenas é surpreendente.
O plot de Skyler tem sido quase tão
interessante quanto o de Walt - ela passou por várias fases diferentes, assim como
seu marido. Mesmo com o medo que ela exibiu durante toda a temporada anterior, nunca
questionei a sanidade de Skyler. Ela é uma mulher esperta e sabia que, mesmo parecendo
que Skyler estava desistindo, ela na verdade estava pensando em novas formas de
agir, para salvar a sua família. Quando ela decide que o melhor para Walt e sua
família é ficar em silencia, Skyler estava dominando nesse relacionamento de
poderes trocados. Walt estava indefeso no chão do banheiro, enquanto Skyler
possivelmente tecia um plano que talvez não seja tão previsível assim. Ainda
podemos esperar muito da personagem, que já se mostrou completamente dúbia em
episódios anteriores.
Mas a melhor cena do episódio tem que ser o
confronte de Skyler com Marie. Marie foi ótima, juntando todas as peças,
culminando com a descoberta de que Skyler poderia ter impedido o ataque dos Salamanca
ao seu marido. A emoção é tão sufocante que ambas nem conseguem se olhar nos
olhos, culminando com um pedido manso de desculpas, até Marie bofetear a
própria irmã. Novamente, nada é dito, mas os gestos falam tudo. A transposição
com a próxima cena foi magnífica: enquanto que em uma temos poucos diálogos e
calmaria, na outra, gritarias e súplicas eram as formas de comunicação,
enquanto Marie tentava tirar Holly à força da casa de Skyler. As duas
personagens deram um show nos poucos minutos que ficaram juntas em tela.
Jesse, porém, não poderia ficar de fora. Toda
sua angústia e rancor só poderia dar espaço à verdade - Um roubinho bobo de um
saco de maconha trouxe à tona um dos atos mais cruéis e uma das manipulações
mais maéstricas de Heinsenberg. Depois de muitos episódios calado, Jesse
finalmente presenciou o que faltava para explodir – e não de uma maneira legal.
Nesse episódio, porém, vimos o grande vão que existe entre Walt e Jesse. Não
acho que Jesse seja mau. Ele é, na verdade, fraco e suscetível. É muito
diferente do Walter, que é manipulador e comanda as situações. Fica bem claro
como White é controlador quando ele planeja perfeitamente o contra-ataque a
Hank.
Com os novos episódios, o que vemos de Jesse?
Ele não tem um plano, nenhuma aspiração para o futuro. A polícia o pega com
milhões de dólares e tudo o que ele faz é ficar calado na sala de
interrogatório. Ele descobre a verdade sobre o cigarro com ricina e faz a
primeira coisa que lhe dá na telha: queimar a casa de seu ex-amigo, coisa que Walt
nunca faria, pelo menos não por impulso. Walter pensa nas coisas, e por mais
estúpidas que possam ser suas decisões, ele não age com emoção, na maioria das
vezes.
Se a casa realmente for incendiada (ou pelo
menos meio incendiada, já que vimos no flashfoward que ela ainda existe), o
bilhete de loteria que possui as coordenadas da fortuna de Walt vai queimar. O
seu império vai ruir e esse será o primeiro passo para seu final definitivo.
Sabemos, porém, pela cena do deserto, que o destino de Jesse está selado: ele
irá morrer, por não aceitar mais as manipulações de Walt. É só uma questão de
tempo para que o ‘amigo’ decida se livrar do viciado, como já fez tantas vezes
antes com outros personagens. Jesse não aceitou mudar de vida, então ele vai
perder sua própria vida.
Toda a sequência com Walt, Hank & cia. foi
ótima também. A tensão do encontro estava palpável e não ia demorar muito para
Hank pular no pescoço de Walt. A confissão de mentira como chantagem foi
simplesmente brilhante, uma coisa tão simples, tão dissimulada, tão genial.
Claro que se Walt vai se afogar, ele vai arrastar todo mundo junto com ele. Até
porque, todos sabem que a carreira de Hank é uma velha lembrança, pois ele
estará morto daqui em diante. Esse jogo de gato e rato só vai acabar quando
alguém ceder – ou pior, morrer.
P.S: A cara do Hank e da Marie quando a fita
acabou foi hilária.
P.S: Poderia Hank Jr. estar dentro da casa?
Essa vingança de Jesse pode estar indo longe demais...
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