The Blacklist 1x02: The Freelancer

1.10.13





Agora livre das limitações intrínsecas a um piloto para uma série procedural, The Blacklist conseguiu melhorar consideravelmente sua narrativa. Ainda que esta se mostre problemática em certos aspectos, o desenvolvimento do caso da semana — o tal Freelancer do titulo — é atraente o suficiente para que haja algum investimento do espectador na trama.

Esse investimento em nada se deve ao Freelancer que deve ser capturado antes que ele faça sua próxima vítima. O interesse aqui esta completamente em Reddington, na maneira como ele se mostra sempre à frente do FBI — não mais tão burros quanto na estréia mas ainda consideravelmente estúpidos — ou como ele se porta sempre demonstrando estar no controle da situação, seja insistindo em chamar Elizabeth de Lizzy ou fugindo do FBI apenas para ser encontrado na van de vigilância.

Mais do que recursos de roteiro, a série vai além desses elementos mais superficiais para mostrar Raymond como uma figura aparentemente deslocada naquele ambiente e construir sua personalidade. As suas roupas são antiquadas — principalmente o uso do chapéu —, a mobília do seu hotel preferido esta longe da modernidade e ele lê jornal numa época em que se você perguntar a uma criança, talvez ela sequer saiba o que é isso.

Quando os detalhes empregados no desenvolvimento do protagonista são comparados com a superficialidade com a que o caso da semana em si é encarado, The Blacklist parece uma série sem identidade. Se por um lado parece desejar construir seus personagens com algum cuidado, por outro parece presa a restrições impostas pelo formato do caso da semana.

Não há nenhum esforço em criar uma trama minimamente complexa, tudo parece uma justificativa para vermos a interação entre Elizabeth e Reddington e como o ultimo engana o FBI como bem entende. Isso não teria problema algum caso os roteiristas assumissem a real natureza do caso da semana: ele não é o foco — ou não deveria ser —, mas sim um MacGuffin que recebeu um pouco mais de atenção do que deveria.

Há vários questionamentos muito mais importantes introduzidos pela série naquele que parece um arco mais longo do que aqueles relacionados ao Freelancer. Para citar apenas um: por que os agentes do FBI não parecem se questionar em momento algum quais são as motivações de Reddington? O problema em abraçar a realidade de que os casos da semana são menos importantes do que os protagonistas da série é que isso significaria abrir mão de um formato confortável, o procedural.

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1 comentários

  1. Realmente foi melhor que o piloto, mas ainda assim, só continuo com a série pelo James Spader, que tem carisma à granel. A trama do marido, que para mim deve ser um espião, se tornou um pouco mais interessante. Já quanto a questão da ligação entre Reddington e Lizzy, temo muito que eles apelem para o fácil, e já batido, eu sou pai, ou eu matei seus país.

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