American Horror Story: Freak Show 4x06: Bullseye

14.11.14


Aquele momento em que, numa série marcada pelo horror, quando este está em falta, a coisinha mais adorável é aquela que mais agrada.

É com um pouquinho de decepção que venho escrever essa review. O ótimo episódio da semana passada me deixou ansioso por esse e, arrependido que estava pelo tempo que demorei para assistir ao Pink Cupcakes, tratei de assistir a Bullseye assim que pude. O monstro da expectativa não ajudou dessa vez. O ritmo que a temporada adquiriu com Pink Cupcakes não se manteve e terminei o episódio me perguntando “Era isso?”. Essa era a sequência de um episódio tão bom? Esse era o destino ao qual Pink Cupcakes deveria chegar?

Estava indo tudo tão bem. A trama evoluíra bastante, abordando uma nova filosofia que tinha muito potencial e acredito que ainda terá, mas, em Bullseye, ela ficou esquecida. Tudo encaminhava para algo grandioso e, de repende, não mais, como se um buraco se abrisse no meio do caminho. Não que o episódio tenha sido horrível, até trouxe uns pontos significativos, se pudermos enxergá-los através do excesso de dramas bobos, como o da enfermeira cuja existência já nem me lembrava. Porém, Pink Cupcakes fez promessas que não foram cumpridas e isso é triste, porque aposto que muita gente estava ansiosa por elas.

Uma dessas promessas e talvez a que mais me deixou ansioso foi o destino de Bette e Dot. O início desse plot até que foi bem bacana. Dandy já tinha se mostrado interessado pelas gêmeas logo no primeiro episódio e seu discurso sobre ser amado por alguém com dois corações faz todo sentido, considerando o mundinho dele. Ele cresceu solitário, com uma mãe que acredita que o amor deve ser comprado e nunca soube como demonstrá-lo. Encontrar Bette e Dot, com seus dois corações, e sentir-se amado por elas é a forma como ele encontrou de ser compensado pela falta de amor e carinho, e pensando nesse sentido, é até bonito e triste de se ver. Quando Dot se recusa a dar a ele o que tanto quer e se revela como uma interesseira que só quer dinheiro para se separar da irmã (até aqui, ainda interessante), era de se esperar que ele a retribuísse com um inferno, mas ele se torna o mesmo Dandy chorão de antes. Tudo bem, bastou que Gloria reascendesse a faísca psicopática novamente, mas eu esperava bem mais desse plot. Vamos ver o que a visita de Jimmy causará.

Bette e Dot ainda trazem um debate legal sobre identidade. Quero dizer, um debate diferente daqueles pelo qual nós passamos e que pode até ser inútil para nós, mas que para elas é fundamental: o questionamento sobre os limites do individualismo, até que ponto elas são um único indivíduo e a partir de onde elas são dois. O que Dot mais quer é a separação, o conserto do que ela considera uma piada cruel de Deus, ao contrário de Bette, que está conformada com “a vontade de Deus”. As duas divergem até nos bofes, o que por um lado é bom, mas por outro reforça a idealização de que elas devem ser separadas. Como proceder então se isso representa, nesse caso, a morte de uma delas? Bette não conseguiria ser tão egoísta, mas Dot certamente não liga nem um pouco de sacrificar a irmã, o que faz lembrar demais um discurso de uma certa Elsa Mars.

As dúvidas sobre Elsa começam a se esclarecer e talvez isso seja uma das poucas coisas das quais não vou reclamar. Se na maioria das vezes podíamos afirmar que ela é apenas uma vadia sedenta por fama, temos alguns momentos que sugerem que há sim humanidade dentro dela. Como ela diz em seu discurso abrindo o episódio, a vida é feita de escolhas e você precisa controlar seu destino, não apenas esperar que ele venha da forma que vier. Apesar de sua forma distorcida de “controlar seu destino”, Elsa realmente acredita que está fazendo o certo, que tudo bem mentir e tudo bem passar por cima até mesmo de quem você ama para conseguir o que quer. Por isso é tão fácil para ela se livrar de Bette, Dot e Paul, que descobrimos ser seu paramour. E mesmo que ela sinta falta do amor, ela não consegue ver que é sua forma de vida meio maquiavélica, confundindo amor com temor, que a mantém longe dele. Ela clama pela devoção de seus freaks, fazendo-os ter medo dela, sob a forma da temida roda da morte, acreditando que, assim, eles passarão a amá-la.

Stanley e Esmeralda poderiam representar perigos reais e a redenção de Esmeralda também é um ponto bacana, mas tudo até agora não passou de propostas vazias. A suposta morte de Ma Petite não me doeu porque eu já sabia que não seria real. As fantasias no episódio passado podem até ter enganado num primeiro instante, mas agora já ficou batido. Não tem propósito algum ficar repetindo isso. Já sabemos que todos os freaks estão sujeitos a sofrer nas mãos gananciosas de Stanley, está na hora de sair da teoria e partir pra prática. E acho engraçado como ser posta à prova, se mataria ou não Ma Petite, fez com que Esmeralda mudasse imediatamente de personalidade: no episódio anterior ela se recusa a beijar Jimmy e agora está super disposta a fugir com ele.

P.S.: Ma Petite é uma das coisinhas mais fofas que já se viu pela TV. Dá vontade de apertar e coloca-la num chaveirinho de tão adorável. 

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1 comentários

  1. Achei esse o episódio mais fraco da temporada até agora. Espero que, antes do hiatus, a série ganhe força o suficiente para nos deixar roendo as unhas até a próxima parte da season. A série está ótima, mas esse "Bullseye" me desanimou um pouco. Porém, achei a cena final muito boa e a promessa de Ethel me surpreendeu. Morri de pena de Ma Petite e sim, por um momento cheguei a pensar que Esmeralda faria aquilo com ela. Hahah'. Estou ansioso para ver a saga de Elsa na TV (se é que vai acontecer) e achei todo o plot dela nesse episódio uma perda de tempo, principalmente seu romance com Paul. Espero o 4x07 para animar as coisas. Ou não, né? Heheh'

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