Um episódio, 'It-Girl Happened One Night', se mostrou quase completamente irrelevante para série. Já o outro, o décimo sexto, mostrou uma qualidade um pouco superior essa fraca quarta temporada.

A medida que a série piora, certas coisas que talvez passassem desapercebidas antes ficam difíceis de ser ignoradas. Se, desde de o inicio da série, Blair e Chuck se destacavam como os personagens mais interessantes dessa série, agora em tempos de roteiros sofríveis essa diferença é esfregada na cara do telespectador.

Comparemos os personagens: enquanto Nate nada faz na série, Chuck esta sempre envolvido em alguma armação ou conspiração contra alguém — aprendendo dessa vez, ao menos por um episódio, que ele também pode ser manipulado, como foi por Thorpe —. Enquanto Serena é um verdadeiro buraco negro que consegue levar a série ao fundo do poço junto com a sua infinita chatice e infantilidade, Blair opera milagres — fazer Dan deixar de ser um mala não é nada menos que um milagre.

Aliás baseado nessa recente aproximação entre Blair e Dan, digo que Chuck deveria namorar Serena. Talvez a união de um bom personagem com outro insuportável seja a receita para que Gossip Girl se mantenha em um nível possível de ser assistido. Ao menos assim, seriam evitadas cenas repetidas a exaustão em séries como Gossip Girl, onde o ex-namorado vê a ex com o atual namorado e não sabe como reagir — exatamente como acontece na abertura do episódio mais recente, quando Dan vê Serena com Ben.

Não importa se Damien ou Russell tentam criar algum conflito na série se logo os roteiristas tratam de ‘equilibrar’ uma boa idéia como outra ruim, como trazer Vanessa de volta. É indiferente se toda a loucura em que Blair se vê mergulhada ao tentar virar uma mulher de sucesso recebe uma explicação coerente — o seu desejo de ‘ser Blair’ antes de ser a ‘namorada do Chuck’ — se durante o mesmo episódio vemos Russell, que tão habilmente manipulou Chuck, se enganado com facilidade similar a qual enganou.

Assim Gossip Girl continua, num equilíbrio precário entre boas histórias e outras sofríveis. Quando a parte boa tem uma ligeira vantagem em episódio, como em ‘While You Weren't Sleeping’, isso deve ser comemorado afinal, momentos assim são cada vez mais raros.