Quando eu terminei de ver esse terceiro episódio de Terra Nova, até gostei do resultado, e dos divertidos 40 minutos que ele proporcionou. Mas agora, ao começar a analisar e escrever sobre o episódio, eu percebi que ele foi apenas isso: divertido. Mas o roteiro foi de uma infantilidade tão grande que poderia perfeitamente se passar por um episódio de desenho animado dos anos 80.

Isso, claro, não fosse o clima sexual que perpetuou o episódio desde o começo, com Jason O’Mara (Jim) desfilando seu abdômen sarado e tentando produzir um quarto filhinho com a esposa. Mas antes de conseguir isso, ele deve enfrentar um enxame de mini-pterodáctilos que atacam Terra Nova com a intenção de – adivinhem – procriar. Como se não bastasse, há a tensão sexual criada entre a esposa de Jim e um ex-namorado, e os filhos adolescentes de Jim que estão em pleno ápice da atividade hormonal, e só se importam com seus pares românticos. Nem preciso dizer pra quê, né?

A solução para mandar os dinossauros embora da vila é sintetizar um feromônio em laboratório e usá-lo para atrair os bichos para outro local de procriação. Tudo muito previsível e superficial. O problema de Terra Nova é não deixar o público intrigado com o que vai acontecer a seguir, e esse episódio filler, sem nenhum cliffhanger digno no final, não contribuiu em nada.

A premissa da série permite que os roteiristas abordem infinitas questões políticas e sociais, mas ao invés de se aprofundar nisso, eles preferem mostrar uma trama filler e com um péssimo desenvolvimento de personagens, mesmo caso de Falling Skies. E daí se a interação entre os Shannon é engraçadinha e bonitinha, se nenhum deles tem uma personalidade que faça o público se identificar ou pelo menos se importar?

Analisando num todo, Terra Nova ainda é melhor que Falling Skies. Só precisa se arriscar um pouco mais, ser mais intrigante e imprevisível. E parar de fazer episódios filler, claro. Porque mesmo com altos níveis de feromônios – pausa pra piada – eles não são nem um pouco atrativos.