House 8x11: Nobody's Fault
9.2.12
“Dr. House, obviamente, é
brilhante. Mas o Dr. House também é um fiasco.” (Walter Cofield)
Em meio à decadência, um ótimo
episódio sobre House.
E eu digo “um ótimo episódio
SOBRE House” porque é isso que Nobody’s Fault foi. Um episódio sobre House,
sobre seu “não se importar”, sobre seus métodos pouco convencionais. E quando
Hugh Laurie assume pra si toda a atenção, não deixa a desejar.
O caso do professor de química
serviu perfeitamente de pano de fundo para mergulharmos numa análise muito boa
sobre como House faz seus diagnósticos. Não senti absolutamente nenhuma falta
de uma maior participação dos outros personagens, pois o foco principal era o
protagonista, e a série é sobre ele. Até que ponto seus jogos e intrigas podem
influenciar no trabalho da equipe? Até que ponto vale a pena ir às últimas
consequências para se chegar a um resultado?
Em meio a várias provocações
entre House e Chase durante as discussões sobre o diagnóstico, onde cada médico
tinha uma opinião diferente, Chase acaba sendo esfaqueado pelo paciente num dos
muitos tratamentos experimentais realizados, e quase morre. Foreman solicita que
seu antigo mentor no início da carreira, Walter Cofield - no qual confia e
espera intimamente que absolva House para que não perca a reitoria do hospital
Princeton-Plainsboro - realize audiências disciplinares para investigar o
ocorrido, e essas audiências são o pilar de sustentação do episódio. Acho que
exatamente pelo fato de ser quase totalmente centrado numa análise crítica
sobre o médico que tudo se tornou tão interessante. Gostei do clima intimista,
gostei de ver House sendo analisado sem poder retrucar.
Fiquei impressionada com o fato dele realmente
não se importar com Chase, nem mesmo quando soube que o colega poderia não andar
nunca mais... Mesmo que o próprio Chase preferisse acreditar que House se
importa, que interrompeu uma operação crucial em seu processo para voltar a
andar simplesmente porque queria acompanhar tudo sem dar bandeira. House estava
diagnosticando e tive muitas razões para acreditar que é somente com isso que
se importa: com o desafio, com o quebra-cabeça. Mas eu estava enganada...
Cofield levanta a questão de que
a forma como House pressiona sua equipe para chegar a resultados é perigosa e
causa distrações fatais nos tratamentos, mas qual é a novidade nisso? Todos
concordam que ele é genial, independente de suas loucuras, independente de se
importar ou não, House sempre está certo, isso é inegável! Mesmo que as
entrevistas com a equipe tenham mostrado que cada um tinha uma opinião sobre o
acontecido, todos concordavam em um aspecto: House é brilhante! Mas qual a
novidade nisso?
A novidade é que no final, após a
esposa do paciente da semana interromper uma audiência só para dizer que House
salvou a vida do seu marido, após ser absolvido porque chegou-se a conclusão de que o esfaqueamento de Chase não
foi culpa de ninguém, House tem uma explosão, chama o médico auditor de covarde
por absolvê-lo só por causa de uma esposa chorona e sai da sala. House é um
fiasco. É um fiasco porque não consegue manter nenhuma relação em sua vida, nem
mesmo profissional, sem causar dor a alguém. É um fiasco porque para se
importar com alguém ele precisa ir contra tudo que acredita: que as pessoas
mentem e que quanto mais você se envolve com um paciente, menos chances de
realizar um diagnóstico certeiro.
House sabe que a culpa de tudo
foi dele. E o fato de Chase quase ter morrido mexeu com ele, mesmo sendo
debochado durante todas as entrevistas, mesmo com toda aquela pose de
insensível, ele sabe que ser um idiota tem suas consequências e que pessoas que
ele “gosta” podem pagar por isso. Ele foi visitar um Chase rabugento para pedir
desculpas. Quem sabe é um último arco sendo introduzido... quem sabe...
Com o final da série confirmado
pela Fox, talvez estejam procurando uma forma de encerrar tudo respondendo essa
pergunta: afinal de contas, House se importa ou não? E até quando vai conseguir
fazer todas as suas insanidades sem que nada mais grave aconteça? É um final
besta? É. Mas prefiro uma conclusão definitiva sobre o personagem principal do
que mais um carro jogado contra uma parede.
PS: Nos momentos finais, quando todos
os médicos da equipe se reúnem para ouvir o veredicto de Walter, fiquei
com uma sensação de “a série poderia acabar aqui”.
2 comentários
Excelente episódio, trazendo dignidade a série.
ResponderExcluirFelizmente já saiu o anúncio de seu cancelamento, então essa é mesmo a última temporada. Agora é só esperar que a série tenha um series finale digno.
Faltam só 11 episódios pra dizermos adeus a House!
Em nenhum momento eu acreditei que o House não se importava,e quando o Chase falou que não sentia as pernas tocou numa ferida profunda,como se eu estivesse na mente de House..Só eu percebi que o House lembrou 2 vezes no episódio(coisa que ele só fez no piloto da temporada)que a perna dele dói?Sentiu a tensão?
ResponderExcluirAcho que está bem claro pra quem acompanha fielmente House que ele tem sentimentos e que se importa SIM!Só que ele é um fiasco(por falta de melhor palavra e porque adoro trocadilhos ridículos!)
Também fiquei com a enorme sensação de que a série podia acaber naquele momento,mas eu acharia que seria um final indigno House ser definido daquele jeito simplesmente por um cara amigo do Forman e BUMM tudo acabou
Ps:Meu coração parou por um momento porque eu cheguei acreditar que o Chase ia morrer
Ps:Dói tantooooooooooo no meu coração perceber que estamos na metade da última temporada de House,eu sei que passou por barracos nas últimas temporadas mas sou fã na saúde e na doença até que o Series Finale nos separe!
Comenta, gente, é nosso sarálio!