Por mais que a temporada estivesse ótima, ainda tínhamos um ou dois pés atrás com Grey’s Anatomy, por tudo o que ocorreu no final da última temporada. Eis que aparece “Hard Bargain” e a série nos prova, mais uma vez, que ainda tem fôlego para voltar ao seu ápice. O episódio foi tão bom que tenho certeza que fez muitas pessoas voltarem a amar Greys como nos velhos tempos. Shonda Rhimes alcançou mais uma vez um grande feito, conseguindo transformar um plot óbvio e que poderia até soar meio ridículo em perfeição. Fico realmente impressionado em como o roteiro foi capaz de fazer uma ideia tão maluca fazer tanto sentido.

Logo de cara, as discussões sobre a compra foram muito bem conduzidas e Arizona fez muito bem o papel de chata, listando todas as falhas do plano de Callie e Derek. Os dois, inclusive, estavam excelentes e são os personagens certos para trazer o entusiasmo necessário para a coisa dar certo. Outro ponto muito positivo foi a agilidade do roteiro, que foi capaz de apresentar todo o complexo plano de forma bem rápida e sem cansar a audiência. Mas o que Shonda soube fazer melhor foi a construção da motivação de cada um dos personagens. Seria muito mais cômodo para qualquer um deles continuar sendo médicos e aproveitar a bolada ganha no processo, porém eu realmente acredito que aqueles personagens tomariam a decisão de arriscar tudo e comprar o hospital. Pode até ser que exista algum furo pequeno ou grande nesta história (não que eu tenha percebido), mas isto realmente não importa.

Além de tudo, toda a interação entre Owen e a analista financeira Megaevil foi muito boa e ainda criou um bom drama entre ele e Cristina. É óbvio que eu não quero ficar vários episódios vendo Owen fazendo mimimi por ter sido “enganado” pela ex-mulher e pelos colegas de trabalho, mas gostei muito da maneira com que a situação fez Cristina se comportar. Por ser a personagem favorita de muita gente e por ter tanto destaque na série, Cristina deu voz ao público, primeiro dando risada e ridicularizando a ideia da compra e depois entendendo que este caminho é o necessário para consertar as coisas. Sem dizer que Sandra Oh é uma atriz ridícula de tão boa e consegue dar vida a Cristina como poucos atores.

Bailey também teve um papel importante, voltando a ser a médica que eu tanto gostava e lutando pelo seu paciente. Foi incrível a maneira com que a história conseguiu provar para Arizona que Callie e Derek estavam certos e que eles deveriam seguir com esta ideia tão maluca. Tudo até ganhou um ar de dramalhão, principalmente pela trilha sonora, que foi um pouco demais para o meu gosto, mas este problema ficou longe de me incomodar.

Num episódio tão dramático, não tivemos tanto humor como o de costume nesta temporada, porém o episódio conseguiu ser descontraído apenas com a brincadeira com os banners de Derek. Gostei muito destas piadas e mais ainda ao perceber que Shane estava pichando os cartazes a mando do próprio garoto propaganda.

As histórias de Karev com Jo e April com o paramédico ficaram um pouco avulsas, mas deram fluidez para o episódio e também conseguiram manter a qualidade da trama principal. Gosto muito de Karev com Jo e quero ver o personagem sofrendo um pouco para conquistá-la. Já April teve uma interação bem legal com Avery, porém acabei achando o final da história meio forçado. Por mais que o paramédico seja meio esquisito e combine muito com April, achei que o roteiro forçou a barra com ele querer se guardar para o casamento da mesma maneira que ela gostaria. O engraçado é perceber que ela deu a entender que ainda é virgem, o que deve desestabilizar o casal quando ele descobrir que não é bem assim. A não ser que ela continue o sue plano de revirginização e peça para o Avery reconstruir o seu hímen da mesma maneira que a Angela Bismark fez.

Muito bom perceber que Greys ainda consegue fazer episódios tão bons como este e nos fazer ficar tão ansiosos pelo que ainda vem por aí.