Glee 4x15: Girls (And Boys) On Film

8.3.13


Luz, câmera, ação!

Não dá pra negar que essa temporada tem sido a mais eclética em relação a temas de episódios, sempre variando a linha condutora e encaixando grande parte dos núcleos na proposta, ainda que os personagens estejam em contextos e até cidades diferentes. A divisão por temas sempre existiu, é claro, mas nunca esteve tão evidente quanto agora e, o que é melhor, raras são as ocasiões em que a "tarefa da semana" ofusca a trajetória dos personagens, como costumava acontecer. As duas coisas têm se complementado naturalmente e, mesmo nos casos em que alguma temática ou personagem não agrada, o saldo final é positivo.

Toda essa filosofia nos leva à história de profª Schue, que largado no altar e sem ideia do paradeiro de sua noiva em fuga, vive sua comédia romântica ou filme de terror particular. O casal formado por ele e Emma, tão popular na 1ª temporada, nem de longe empolga como antes, nem mesmo para os alunos que fazem festa e mandam ver em quartos de hotel depois da tragédia, mas é louvável que ainda se esforcem para que eles não fiquem de figurantes. O apoio de Finn, que no final traz a promessa de fortes conflitos entre aprendiz e mentor, pode não ter contribuído em nada para o crescimento dele, mas pelo menos nos presenteou com uma cena de nosso frankenteen de peruca ruiva, ao lado de Artie, dando um balão nos pais de Emma, que bem ressaltam que no McKinley, os alunos começam a pensar na faculdade de seus sonhos uma semana antes da formatura e denunciam que ruivos cheiram como moedas.

Em New York, o gênero muda para comédia que se passa apenas em um cômodo. Confinados no loft (que a cada episódio cresce um pouco mais) por causa da neve, Rachel, Kurt e Adam precisam lidar com as revelações de Santana, que consegue a proeza de arrancar uma gargalhada por fala, revelando que Brody é traficante e feito de plástico. Cada apelido, fungada e insistência na questão do plástico fizeram com que cada minuto valesse à pena, comprovando que o que NY precisava para atingir seu potencial era Santana e sua recém-revelada mania de xeretar gavetas e lixeiras de banheiro. Fica claro também a hipocrisia de Rachel e Kurt, que como a própria Santana explanou, "fingem aceitar de tudo, mas quando a amiga aparece de supetão, se muda para o apartamento e começa a mexer em todas as coisas, ficam ofendidos". Dando um temperinho mais dramático ao plot, Rachel sucumbe à pressão de supostamente estar grávida de um cara que ainda usa pager e de outro que se fantasia com peruca vermelha, desabafando com Santana depois de ter o teste de gravidez descoberto abaixo de uma camada de papel higiênico, cotonetes e lencinhos sujos de acne.


Dramática também é a situação de Kurt, que obriga todo mundo a ver Moulin Rouge ao longo do dia, dividindo-o em suaves prestações de 3 horas, mesmo que o filme em si não dure tudo isso – embora pareça. Aposto que mais do que a barra de ficar ouvindo repetidamente sobre Blaine e o quanto Kurt sonhava em cantar o dueto de Christian e Satine em seu casamento com o rouxinol, Adam sofreu mesmo tendo que ver o filme, como fica claro na cena em que ele e Rachel dormem litros, enquanto Kurt se debulha em lágrimas e Santana gira os olhinhos. Mesmo assim, ele não se deixa abater e quer escolher um filme meloso para simbolizar sua relação com Kurt. Sugiro, sem pensar duas vezes, o ousado "As Mulheres de Adam", com Cassandrinha July, que aproveita muito bem essa onda de poligamia que chegou a Glee.

 

E claro, não dá para tocar nesse assunto sem voltar a Ohio para ver com que barra de vida Marley vai marejar seus olhinhos dessa vez. Depois de ver seus dois machos dançando sem calça na sala do coral, não teve conselho de Kitty, a boa samaritana, que desse jeito na afliceta angústia da pobrezinha. Não teve argila que garantisse para Jake alguma chance na disputa também, porque se na realidade Marley fazia cara de prisão de ventre enquanto acariciava as mãos do "amado", na fantasia com Ryder, a pegação rolava solta. Convenhamos, não dá mesmo pra comparar. Marley combina muito mais com Ryder em todos os aspectos e, mesmo que não namorar Jake a impeça de ser da família de sua melhor amiga Kitty, a torcida pelo meio-cubano disléxico é inevitável.

De resto, tivemos Sam personificando Nicholas Cage, Joe associando "you can't handle the truth" a Tom Cruise, a revolta de Tina por não escolherem um vencedor para a batalha dos mashups e Artie assumindo mais uma vez sua faceta Ryan Murphy ao garantir um papel pra todo mundo em seu filme. Nas palavras dele, "é impossível escolher um vencedor só e todo mundo ganha arcos", algo que não é estranho para quem viu The Glee Project. Óbvio que foi muito conveniente que todo mundo, até quem não está na competição de musicais de filmes no New Directions, tenha subitamente recorrido à sétima arte como solução para todos os problemas do universo, mas não seria Glee se não tivesse dessas sutilezas narrativas. A homenagem foi muito válida e já fico na torcida de outro tributo cinematográfico no futuro, com direito a muitos pés soltinhos.

Músicas do episódio:


You're All the World To Me - Fred Astaire: Will (Matthew Morrison) e Emma (Jayma Mays)
"A casa está de cabeça pra baixo!" é provavelmente tudo o que eu tenho a dizer, mas provavelmente o fato de não ter visto Royal Wedding e sentido o frisson que era Fred Astaire caminhando nas paredes nos anos 50 me impediu de apreciar a performance com mais empolgação.

Shout - The Isley Brothers: Blaine (Darren Criss), Brittany (Heather Morris) e New Directions
É uma música muito legal, muito pra cima, muito "vamos dançar em cima do almoço das pessoas no refeitório e ninguém vai ligar", mas vamos combinar, para a comemoração do número 500 foi uma escolha bem chocha. Basta lembrar do número 300, o mashup de "Rumour Has It" e "Someone Like You" que culminou com Santana deixando uma marca eterna na cara de Finn, para ver que esse de agora não passou de bacaninha.

Come What May - Moulin Rouge: Blaine (Darren Criss) e Kurt (Chris Colfer)
Tenho uma relação conflituosa com Moulin Rouge, já que quando o assisti na época do lançamento, achei sensacional, lindo e qualquer outra expressão elogiosa que as pessoas ainda usam para descrevê-lo, mas quando tentei rever recentemente, achei a coisa mais maçante do mundo e fiquei que nem Santana, querendo tossir sangue se visse Nicole Kidman naquela situação mais uma vez. Dito isso, a parte visual do filme passa na regra dos 15 anos e foi bem reproduzida na série. O mesmo não pode se dizer da voz de Chris Colfer, que sempre dá aquela cagadinha nas músicas.

   

Old Time Rock & Roll/Danger Zone - Bob Seger/Kenny Loggins: Blaine (Darren Criss), Sam (Chord Overstreet) e garotos do New Directions
Blaine de avião humano e Sam liderando o trio de homens de camisa social e sem calça tinham tudo para criar um negócio pouquíssimo arriscado, já que a música só poderia dar certo. O mais interessante foi ver que, fora Tina, todas as meninas estavam um pouco alheias à apresentação, e Finn e Will é que estavam empolgadíssimos torcendo por seus pupilos de pernocas de fora.

Diamonds Are a Girl's Best Friend/Material Girl - Marilyn Monroe/Madonna: Unique (Alex Newell), Marley (Melissa Benoist) e garotas do New Directions
Depois de provar que é uma série musical melhor, mais adulta e coerente do que Smash, Glee mostrou também que pode fazer um musical de Marilyn mais empolgante do que Bombshell. Quando será a estreia de Unique na Broadway?
In Your Eyes - Peter Gabriel: Will (Matthew Morrison) e New Directions
Quando anunciaram nos spoilers que esse seria um dueto de Will e Unique, tive a certeza de que estávamos diante do melhor casal já criado em Glee, mas infelizmente não era nada disso e nossa diva trava só soltou uns agudos que se sobressaíram no coro. Eu gosto muito dessa música e o encaixe dela no episódio com a clássica cena do boombox na janela não me incomoda, mas alguma coisa na versão ficou muito estranha (talvez o corinho de "do-do-do, dat-dat") e tirou o brilho da performance.




Unchained Melody - Todd Duncan: Jake (Jacob Artist) e Ryder (Blake Jenner)
Tenho a leve impressão de que, atento como é, Jake entendeu que Ghost era o filme favorito de Marley ao ouvir um comentário irônico qualquer de Kitty, porque a apatia dela na cena chega a ser constrangedora, a não ser quando está acoplada aos beiços de Ryder. Também fiquei tenso quando ela começa a fantasiar pela primeira vez durante a música, já que a câmera gira mostrando-a de frente para o casal na argila, e por um momento achei que mostrariam Jake e Ryder com as mãozinhas entrelaçadas. De qualquer forma, fica claro que nessa equação Ryder é o Patrick Schwayze dessa Demi, e que para Jake sobrou o papel de Whoopi.

Footloose - Kenny Loggins: Sam (Chord Overstreet), Artie (Kevin McHale) e New Directions
Melhor número do episódio sem dúvidas, esse sim merecia ser o número 500, mas diferente do que aconteceu com o 300, a conta não permitiu que a comemoração fosse no fim do episódio. Como deixar Footloose no comecinho e encerrar com Shout não seria das melhores decisões, pelo menos tivemos um encerramento marcante para o tributo.

   

E já que estamos falando de encerramentos marcantes, fica aí pra vocês o mais novo bromance dos bastidores de Glee: Choke! O casal foi descoberto por Santana, que se escondeu embaixo da cama e foi surpreendida com as atividades recreativas dos dois.

 

Talvez Você Curta

13 comentários

  1. Santana trouxe uma nova atmosfera a NY, desde a primeira cena dela isso já se mostrou claro! E semana que vem Nay mostra a Lea como se dançar (de verdade) na mesa do NYADA (pq aparentemente qualquer um entra e tem aulas lá)...

    Gostava muito de Marley no começo, mas essa cara de sono/depressão/labrador dela não dá mais pra aguentar... Quem ficaria assim ao ser disputada por Jake e Ryder?

    "Shout" teria tudo pra ser uma ótima performance, mas já começou errado sendo um dueto. Esperava um número em grupo com o velho e o novo ND, aí sim seria algo marcante. Mas "Footloose" recuperou tudo então... hahahaha

    E quando a Choke: viraria homem pra virar gay e me juntar a esse shipper maravilhoso (em todos os sentidos) <3

    E que venha FEUD!!!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  2. Santana não vai entrar em NYADA, acho que ela vai lá apenas para afrontar o Brody e divar na cara das recalcadas (bjs Lea). Há boatos que a arte imita a vida e Santana trabalhará como dançarina em um bar ou algo assim. Esperava mais das performances, footloose foi a melhor e deveria ser o número 500. Não consigo gostar da Unique, já tentei mas não dá. Acho que a implicância que tenho pelo Alex foi para a personagem, já que ele apenas interpreta ele mesmo. E Santana roubou o episódio pra ela, a cena dela cheirando é meu novo gif favorito, adoro como ela consegue se relacionar bem com qualquer personagem e dar vida a qualquer cena. Foi assim com Marley, Quinn e agora com Kurt e Rechal.

    ResponderExcluir
  3. Núcleo NY tava muito bom graças a Santana e sua crocância, quis até mais. Ri litros do comentário sobre a Satine e dela cheirando kkkk Deu um up no núcleo muito bom, espero por mais momentos assim. Não aguento mais esse draminha de Kurt, chega desse vai e vem! Jurava que o Mr. Schue ia dar um soco no Finn mas aquele olhar doeu mais, só quero ver como vai ser essa tensão em Feud.

    ResponderExcluir
  4. Choke? Ok eu sou burrinha. Alguem me explica isso prfv?

    ResponderExcluir
  5. Dois pontos a resaltar:
    1º Titia Schue está mesmo g.... e andando pros ND. Fez o povo andar a pé e foi sozinho de carro e ainda deu empate mesmo o mashup das garotas sendo chupados de Moulin Rouge;
    2º Impressionante como que o Finn ou o Cory é limitado como ator, ao colocar a Peruca ruiva ele baixou o Kurt do ep de trocas da temporada passada.

    ResponderExcluir
  6. É o mais novo ship CHris cOlfer e blaKE jenner Oõ

    ResponderExcluir
  7. Oi? É CHord Overstreet e BlaKE, vocês viram a foto?

    ResponderExcluir
  8. Adorei as homenagens aos melhores momentos de Santana com a cheiradinha e procurando Brittany embaixo da cama, parabéns por mais uma review crocante e cremosa, Léo!
    Marley e Jake só não é mais insosso porque eu aproveito as cenas para fazer um pips, prefiro mil vezes o casal Choke!

    ResponderExcluir
  9. Já li reviews melhores e mais engraçadas, essa foi muito curta e muito carente de gifs, mas não deixou de ser boa. Quanto ao ep. Começou chato, foi melhorando no geral, tanto NY quanto Lima, não agüento Kurt com sua choradeira, mas as performances foram boas e meu ship favorito, virou realidade (espero) k Blake e Chord, cada vez mais lindos e que casal hein kkkkk ansiosa por feud agora ❤💚💙💜💖💛

    ResponderExcluir
  10. Putz é mesmo Samara!!! E eu pensava que o Jonathan Groff, Jane Lynch, Chris Colfer e a rápida passagem pela série de Matt Bomer já tinham batido a cota homossexual da série para sempre...

    Certeza que o critério de seleção da Titia Ryan é o seguinte: - É gay? Tá dentro!!!

    Por essa eu não esperava mesmo, Chord e Blake... quem diria Oõ

    Agora, depois dessa, eu tenho certeza que o Darren também é gay (mesmo ele negando).
    Os guris comemoram!!!!

    ResponderExcluir
  11. Priscila Farias Carvalhosegunda-feira, 11 março, 2013

    Girls (and Boys) on a Film está, seguramente, estre os melhores
    episódios da temporada. Ryan Murphy e Cia. estão on fire. Vamos
    por partes. Santana em New York botando ordem nas tramas, deixando Adam
    intrigado e mais gamado por Kurt. Nossa representante de Lima Heights Adjacent também está botando Rachel nos eixos e jogando na cara dela que Brody é de plástico e traficante. Palmas para a ótima referência à Doctor Who. Santana é diva suprema e ainda fez um trocadilho maravilhoso com A Garota Ideal. Ou seja, dessa vez as tramas de NY renderam. Amei os plots de Coryzinho. Ver ele ao lado de Kevin, e os dois interpretando gingers fakes, não tem preço. Pena que Finn continua sendo um banana e resolveu contar a Will que beijou Emma. zzzzzz pra tudo isso. Sei que será importante
    pra os próximos episódios, mas foi dispensável, mesmo com Cory comprovando que
    não sabe chorar depois de 4 temporadas de Glee. Sugar apareceu do nada e nos rendeu as melhores expressões faciais e corporais do episódio, além de querer que o Glee Club fizesse homenagem ao premiado O Artista para que não precisassem cantar
    (oi?) e quisesse um mash up de Batdance/Howard, the Duck (mas o quê?). Marley
    estava mais apática que nunca na cena de Unchained Melody (mas, inocentemente,
    retomando seu plot Hunger Games). Mas foi Kitty que chamou os holofotes para si
    a fazer piadas com Zach Gafianalikis e dando ótimas dicas para Marley. Perfect.
    Todas as apresentações desse episódio foram ótimas, com destaque para Shout, a
    tão falada 500ª apresentação de Glee, que me fez dançar loucamente; Footloose,
    que acabou de entrar no meu top 10 melhores apresentações de Glee (e de quebra
    ignoraram a participação de Samuel Larsen na música); e o mash up em homenagem
    a Tom Cruise, Old Time Rock & Roll - Danger Zone, fazendo Chord se isolar
    na posição de mais hot e carismático do elenco. Enfim, não tenho nada para
    reclamar do retorno de Glee. A série voltou com uma belíssima audiência. Agora
    só nos resta esperar pela renovação. Façam suas preces e incomodem a Fox como
    se não houvesse amanhã. PS.: desculpem-me pelo tamanho do comentário. Sei que está maior que a recap, mas depois de tanto tempo sem comentar, precisava "desabafar", hehehe.

    ResponderExcluir
  12. Priscila Farias Carvalhosegunda-feira, 11 março, 2013

    Esse comentário é meu. Meu nome sumiu na hora de fazer a postagem. Foi mal.

    ResponderExcluir

Comenta, gente, é nosso sarálio!

Subscribe