The Mentalist 5x15: Red Lacquer Nail Polish

7.3.13



Acima de qualquer suspeita.

O ponto forte de Red Lacquer Nail Polish: a genialidade do roteiro. The Mentalist tem tido mais hiatus do que episódios exibidos nesta quinta temporada, e o retorno após uma semana de ausência trouxe mais um capítulo “caso da semana” – isto é, sem grandes acréscimos à trama central – mas, foi um crime bastante interessante e cuja trama pareceu ter sido estrategicamente pensada.

Tudo começou numa mansão de dar arrepios (nos personagens, pelo menos). Uma velhinha cheia da grana e famosa por ter enfrentados tragédias ao longo da vida era a aparente vítima e o que esperava por Lisbon e Jane eram cinzas e um par de sapatos. O primeiro policial a chegar no local tinha ido parar lá a pedido do médico de Elise Vogelson (Mariette Hartley), a vítima.

Cheio de referências a romances policiais, o episódio também foi recheado de personagens impacientes. Logo de cara, enquanto analisavam a cena do crime, Kimball e Patrick tiveram de aturar o nerdão tagarela Brett Partridge, que estava cheio das teorias baseadas na obra de Dickens sobre como Elise havia morrido por autocombustão. Cho sendo monossilábico e impaciente não era de se estranhar, mas o rapaz conseguiu tirar até Jane do sério. Sem milongas, o consultor calou a boca do pseudoespecialista e deu o veredito: aquela era a cena de um assassinato.

Continuando a falta de paciência, a primeira de várias doses de Chigsby do episódio: Rigsby divagando sobre a própria mãe e sendo cortado pelo colega, que deixou bem claro que não estava afim de ouvir as reflexões de Wayne. Aos poucos a série está voltando a evidenciar a amizade dos dois detetives, o que serve como um ótimo quebra gelo. Outro ponto positivo de Red Lacquer Nail Polish!

Como é de praxe, os suspeitos foram surgindo ao longo da investigação. Primeiramente, Curtis Wiley (Michael Gladis), sobrinho de Elise, e a esposa dele, Alex. Curtis fez que estava preocupado com a tia, afirmou que ela vinha sofrendo alucinações e não pareceu um assassino potencial. De cara, minhas apostas estavam em Alex. 

Cayce Robins (Vanessa Ray) pareceu pouco suspeita o suficiente para ser muito suspeita. O ar de luto genuíno e a falta de profundidade no interrogatório de Jane e Lisbon fizeram pairar uma interrogação no ar. Na escala de suspeitos, o Dr. Lance Reinhardt (Erick Avari) parecia estar no topo (o que geralmente significa que não é o assassino, em ficção policial). Foi revelado que ele estava prescrevendo medicações além do necessário para a vítima. Qual seria o motivo? 

Apesar do Dr. Reinhardt ter pinta de suspeito, Lisbon concentrou as atenções em Curtis, para quem as evidências apontavam cada vez mais. Elise tinha uma fundação para veteranos de guerra e familiares de soldados vítimas da 1ª Guerra Mundial. Curtis queria acabar com o projeto e parecia mais interessado em usar a fortuna da família para bancar o trabalho de sua galeria de arte. A família Vogelson não era o melhor exemplo de bom relacionamento e estavam se engalfinhando judicialmente pela herança. Elise foi pintada o tempo todo como a alma boa de quem os parentes estavam tentando tirar a grana. 

A desaparecida Lissie Calhoun, enfermeira veterana de guerra que atuava na fundação, também levantava suspeitas.

Enquanto isso, Cho conduzia Rigsby à depressão. Todo chateado com o cartão-postal formal que recebeu de Van Pelt, o pobre Wayne estava sofrendo. Para ajudar, Kimball fez o amigo admitir (ou quase) que não pegava mulher há tempos e fingir que ia mudar a situação, entrando em sites de relacionamento. (Porra, Wayne!) A situação cômica chegou ao ponto de Rigsby ser negligente com o trabalho para ficar tentando “customizar seu tipo ideal” na busca do site.

Patrick também não deixou de trollar Teresa, para não perder o costume. Atormentando a chefe por todas as fobias que ela demonstrou ter (da mansão Vogelson a passeios de barco), o mentalista fez questão de mostrar que a investigação de Lisbon não estava dando certo.

É claro que ele não entregou o ouro tão facilmente. Aliás, o ouro que fez Teresa ficar certa de que sua teoria de que os culpados eram Curtis e o Dr. Reinhardt, atuando em parceria, foi a medalha Vogelson, que havia desaparecido da mansão e foi encontrada na galeria de Wiley. Até então, Alex ainda me parecia a mais indicada ao cargo de assassina. Tudo apontava para o marido, mas ele parecia inocente.

Mais um pouco de investigação e uso das técnicas não tão profissionais de Patrick e a verdade veio à tona: Elise estava vivinha da Silva. E mais, tinha queimado Lissie Calhoun, plantado a medalha na galeria de Curtis e arranjado para que o Dr. Reinhardt parecesse culpado também. A maquiavélica sra. Vogelson convenceu Cayce a ajuda-la, fazendo a moça pensar que a família estava armando para deixar a velhinha sem um tostão. No fim, ia matar Cayce também. Com esse desfecho, ficou clara a minuciosidade do roteiro. Ainda que o médico de Elise tivesse afirmado que ela o havia subornado para prescrever os medicamentos em excesso e dito que a velha era maléfica, parecia difícil de acreditar. Em momento algum foi mostrada a imagem de Elise, o que parece ter sido proposital. Quando, no final do episódio, ela foi desmascarada por Jane, a visão da personagem destruiu a imagem de pessoa bondosa que havia sido construída. Elise era a cara da maldade. A confissão reforçou essa ideia. Sem aparentar remorso, Vogelson desdenhou até mesmo de Cayce.

Para contrapor, Cayce pareceu ainda mais frágil ao constatar que havia sido ludibriada pela velhota. Destaque para Cho sendo bem carinhoso com a testemunha. Isso vindo da pessoa que arrasou de vez com Rigsby, fazendo-o ter de se explicar com as várias ruivas (demais que ele tenha customizado a busca com as características da Grace) do site de relacionamentos, em quem Wayne havia dado bolo. 

Sem fugir ao padrão, o episódio encerrou com as faíscas entre Lisbon e Jane. Depois de ter parecido ligeiramente enciumada em ver Alex Wiley tirando casquinha de Patrick (na cara do marido), Teresa estava ainda mais inconformada de ter errado na investigação. Culpem as evidências! Patrick não poderia ter encerrado a discussão de forma melhor:

“Vou lá perseguir o Red John. Ciao!”

O episódio trabalhou bem os personagens e suas relações, fossem protagonistas ou secundários. E a trama típica de romance policial surpreendeu. Saldo positivo.

PS: Polêmicas prometidas para o próximo episódio.

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