The Mentalist 5x16: There Will Be Blood
quarta-feira, março 13, 2013
A gente sabe que o episódio será
atípico quando começa fora do padrão. No 16º da temporada atual de The
Mentalist, que bem poderia ter sido uma season finale, nada de início com
Patrick e Teresa chegando à cena de um crime. O episódio começou recapitulando
a última aparição de Lorelei e os últimos lances envolvendo Red John.
Maravilha, porque já deu aquele friozinho na barriga que quer dizer: o capítulo será bom.
There will be blood foi a volta dos que não foram (ou
foram?). Memórias refrescadas, o episódio já trouxe a primeira mostra de que seria
fiel ao título e teria mesmo sangue, com Lorelei Martins de volta a cena,
vestida para matar, e torturando uma mulher que parecia tudo menos vilã. Que o
motivo era a morte de Miranda, irmã de Lori, já sabíamos. Agora, o que a
aparentemente inocente Julia Howards (Elise Robertson) teria a ver com o
assassinato?
O caso foi parar nas mãos da CBI e
vimos de cara um Patrick Jane bastante fora do seu usual. Nada de piadinhas, de
pirraças à Teresa, tampouco sarcasmo. Apenas silêncio, seriedade e o óbvio: que
não ia revelar os insights sobre um
caso conectado a Red John tão facilmente.
Como foi a volta dos que não
foram, o segundo a retornar foi o desconfiável Robert Kirkland, da Homeland
Security. O interesse absurdo no caso – que tecnicamente não seria investigado
pela segurança nacional – e a relação cúmplice dele e Bertram deixaram uma
nuvem de dúvida pairando. Alguma aposta em que um dos dois seja RJ?
Não bastasse esse povo todo
retornando e Jane estar extremamente sinistro, o capítulo trouxe uma série de
sapateadas na cara de Lisbon. Por muito tempo não simpatizei com a personagem e
até hoje não sou fã número um da chefe, mas devo dizer que senti dó de Teresa e
certa raiva de Patrick pelos absurdos cometidos. A sapateada número um na face
da moça (e, anotem isso, o karma garante que a sapateada seja devolvida) foi a
declaração do mentalista de que confiava em Lorelei. O loiro foi tão
veemente em afirmar sua confiança pela aliada de Red John que deu até arrepios.
A investigação no abrigo que era
organizado por Julia conduziu a uma pista que Patrick fez questão de guardar
para si. Seguindo a pista, um outro endereço da vítima, Jane reencontrou
Lorelei e a atmosfera sinistra foi iluminada por faíscas entre os dois. Se
alguém pensava que não poderia ficar pior, estava redondamente enganado. O
consultor ofereceu ajuda à assassina, deixou-a escapar e, logo em seguida, teve
a capacidade de admitir para Lisbon que sentia algo por Lorelei. A detetive não
estava curada da sapateada anterior e ficou com os olhos cheios de lágrimas
durante a DR com Patrick. Claro que o conflito de interesses pesou nas costas
de Teresa, que sabe que continuar acobertando Jane é colocar a própria carreira
na reta. O clima ficou realmente pesado entre os dois e quase deu para
acreditar que Teresa fosse entregar o consultor para Bertram. Mas...
Desconfiômetro a mil com a conversa
de Lisbon e Bertram sendo ouvida e avaliada
por Kirkland. A pergunta que não quer calar é: se um deles for Red John,
qual o motivo?
A primeira deslizada do episódio
veio com o descuido ridículo de Lorelei, ao tentar sequestrar um dos
voluntários do abrigo de Linda em público, com a arma na mão para qualquer um
ver. Não precisava nem das criancinhas no meio do caminho para atrapalhar a
jogada, qualquer um poderia ter visto o revólver na mão de Lori no momento em
que ela desceu da vã. O tiroteio com os seguranças do local foi quase digno de
Matrix, mas compensou um pouco a escorregada (no sentido figurado) da moça.
Com os voluntários sendo
suspeitos, passei a desconfiar ainda mais de Melissa Einfield (Emmanuelle
Vaugier). Ainda penso que a personagem poderá reaparecer, já que no
interrogatório todos deram respostas parecidas e um deles – Jason Lennon (Christopher
Cousins) posteriormente foi comprovado culpado. A essas alturas, já se sabia que a morte de
Linda estava realmente relacionada ao assassinato de Miranda e que os registros
da irmã de Lorelei no abrigo de Linda haviam sido apagados.
O ápice chegou com a operação
para identificar qual dos voluntários era o alvo de Lorelei. A tensão entre
Lisbon e Jane estava saindo pela tela. A quebra de gelo veio com Rigsby
atormentando Cho via rádio – e de cara já levando toco – para falar sobre a Van
Pelt. Depois das palhaçadas de ambos no episódio anterior, faria falta se não
abrissem espaço para um momento Chigsby em There
will be blood. A cena veio no momento certo.
Era óbvio que Patrick não ficaria
confinado no escritório (já que foi proibido por Lisbon de participar da
operação, o que poderia prejudicar a ambos) sem fazer nada. Rapidamente ele
descobriu que Lennon era o alvo – e estava justamente sob a vigília de Rigsby.
Provavelmente distraído pensando em Grace, o policial foi pego de surpresa por
Lorelei e ficou fora do jogo.
O ponto altíssimo do episódio sem
dúvidas foi o momento em que Lorelei deixou de torturar Jason e aceitou a ajuda
de Patrick que, com a habilidade verbal, arrancou do pescador a verdade que ele
tanto queria que Lori ouvisse: que Red John havia matado Miranda. E só o
ingênuo consultor pensou que Lorelei fosse cumprir a promessa de revelar quem é
o assassino da carinha feliz. Filha da puta ao extremo, Lori não só não
revelou, como meteu bala em Lennon enquanto beijava Jane, depois de dizer que o
cara poderia dizer o nome. Eis o karma dando o troco em Patrick pelas
sapateadas na cara de Teresa em forma de voadora.
Antes do final incrível, a
segunda aparente deslizada do episódio. Parece que se perderam na questão temporal –
Teresa e Cho estavam tão longe assim para chegar no local quando já estava
claro? Em primeiro momento pareceu A falha, mas, talvez, seja plausível. Daí em
diante foi rápido para a Homeland tomar o caso e deixar Jane a ver navios de
novo. A identidade de Red John? Isso não te pertence, mentalista.
There will be blood terminou com sangue e com o óbvio. Estou
falando, é claro, da morte de Lorelei. Foi surpreendente que não tenham
enrolado mais para que isso acontecesse. Mas, de todos os arrepios que o
episódio causou, os melhores foram ao ver o smiley sangrento na parede
(saudades dessa assinatura!) e ouvir o tom amargo de Jane ao ver Lori morta e
dizer: “ela teve o que mereceu”.
Tiro o chapéu para os
roteiristas, esse episódio provou que a trama ainda pode render. O fato de Lennon estar vivo - mesmo que em coma - é a premissa de uma ótima season finale.
3 comentários
Show de bola esse episódio. Gostei muito dos seus comentários...Parabéns !!!
ResponderExcluirMuita coisa ainda vai rolar...Fiquei desapontado com o Patrick não conseguir a sua pista...Tipo pra deixar um gostinho na boca para o próximo episódio , entende...??? Bom...é isso ai...Valeu fui.
Obrigada, Léo!
ResponderExcluirFiquei um pouco desapontada com o Patrick tb. Mas penso que já é feito de propósito, pra lembrar que quando o assunto é Red John ele acaba não fazendo jogadas tão bem pensadas e perde pistas. Foi confiar na Lorelei, dançou...
Enfim, valeu pelo comentário ;)
Comparando a cena final com a da morte de James Panzer, o SFK (Epis. 4x07), com iluminação semelhante, artificial e de cima, percebe-se que o símbolo de RJ não está completamente iluminado. Será que Lorelei não foi morta por RJ?
ResponderExcluirComenta, gente, é nosso sarálio!