Castle 5x23: The Human Factor.

9.5.13


A busca incansável pelo reconhecimento.
Inúmeros são os momentos onde acabo por encontrar-me deslumbrada com a sagacidade desenvolvida nos roteiros de Castle. São detalhes, nuances que em um momento imediato tornam-se imperceptíveis, mas que quando associadas ao contexto objetivado, são aqueles particularidades que atrelam uma bela composição à trama. A única coisa ao qual o telespectador precisa se apoiar para “encaixar” as peças deste “quebra-cabeça”, é a paciência...
E com esta “calma” chegamos ao penúltimo episódio desta temporada que, tradicionalmente carrega a responsabilidade de expor a conexão que abrirá o grande ato da season finale. Porém, mais do que isto, The Human Factor preencheu espaços vazios, e trouxe em sua esfera a verdadeira complexidade que irá envolver a trama de Watershed.
E em se tratando de complexidade, eis uma palavra que define muito bem a qualidade do episódio desta semana, que expôs “com todas as letras” os atributos intrínsecos nos roteiros de Castle quando assim se faz necessário. Neste caso, a necessidade de um tema, onde o crime se posicionaria como protagonista do episódio, surgia com a inserção de um personagem de significância profissional e que abalaria questões pessoais existentes em Beckett.
Para compor este cenário de crime, vítima, e evidências vetadas pela hierarquia, o enredo do episódio apoia-se na utilização inadequada de tecnologia militar. É fato, de que o tema não é novidade, porém ele se enquadrou muito bem ao contexto e foi admiravelmente bem estruturado, direcionando com êxito e sem esforço, a posição crucial do elenco protagonista para a resolução do crime e condicionando, assim, a grandiosidade profissional de Beckett, principal tema a ser explorado neste fim de temporada.
E eis que aqui, o momento em que irei justificar os elogios ao qual direciono sobre este episódio.
Com o desenvolvimento apresentado no relacionamento de Rick e Kate ao decorrer desta temporada, surgiu a oportunidade de evoluir este cenário e expor concepções complicadas que passam a existir na vida de todo casal. Porém, inicialmente, estas questões foram apresentadas de forma gradativa até alcançar um ponto duvidoso para o telespectador em The Squab and the Quail. E naquele momento, poderíamos questionar se o rumo determinado para o destino desta temporada seguia por um caminho compreensivo.
E na realidade, os esclarecimentos sobre este caminho, apenas tornaram-se claros durante o episódio desta semana. The Human Factor (com a subjetividade até mesmo em seu título) expõe a tenacidade dos conceitos filosóficos que sujeita Beckett a um momento de decisões em sua vida...
É um fator intrínseco da natureza humana a busca pelo autoconhecimento, e este se apresenta como uma etapa fundamental para a formação do espírito e da consciência. Desde o momento em que tomamos consciência de nossa existência, buscamos o entendimento do que somos e do que representamos. Esta é uma busca pelo reconhecimento.
Durante as quatro primeiras temporadas de Castle, Kate representa um individuo que tenta buscar explicações sobre o crime de sua mãe para entender a si mesmo, pois foi esta ocorrência em sua vida que a destinou em sua atual condição. Encontrar o assassino de Johanna, é mais do que trazer justiça a este crime e mais do que alcançar um objetivo traçado há mais de dez anos, é compreender neste cenário o significado de sua posição, é ter o reconhecimento de suas ações. Para Beckett conhecer Bracken significou ter consciência de parte de si mesma. E é por esta razão, que este ponto de sua vida é marcado pela evolução de seu personagem. A partir daquele momento, Kate é uma pessoa com maior consciência de si.
Durante esta quinta temporada, enquanto nos deliciamos sobre o relacionamento Caskett, para Beckett este é um dos maiores pontos evolutivos de seu personagem. Mergulhar em um relacionamento e se expor em sua singularidade a alguém, ao mesmo tempo em que se obtém a reciprocidade desta ação, é um momento onde a sua autoconsciência se projeta naquela pessoa e você é capaz de se conhecer naquele individuo. Este momento transporta Kate a um ponto de tamanha evolução que a estimula em novas lutas por este reconhecimento.
Castle é a razão de Beckett encontrar-se neste momento de angústia e buscar maiores significados para sua vida. Estar com Rick lhe permite enxergar este seu lado, tão constantemente argumentado como excepcional. Viver este relacionamento é o que leva Kate a este instante de impasse, em perceber o seu desejo por algo mais, para que assim possa reconhecer a plenitude de seu espírito.
È lógico, que inicialmente temos a exposição dos fatos e os caminhos traçados por Beckett. Porém The Human Factor apresenta de forma bela a exploração deste tema a ser transportado para a season finale. E de certa forma, o episódio consegue mostrar a perspectiva que por hora, havia-se ofuscado diante do romance entre Rick e Kate. E com este cenário, é possível posicionar o telespectador à grandiosidade desta dúvida, pois de fato, este impasse também é nosso.
Então... Resta-nos aguarda por Watershed, e torcer para que Kate decida com o coração.

Observações Finais:
Castle, definitivamente, é uma eterna criança. Mas qual o adulto que também não retornaria à infância com os seus brinquedos?
A persistência de Beckett destaca-se em inúmeros momentos do episódio. Desde quando Ryan e Esposito demonstram-se “desistentes” em investigar a cena do crime enquanto ela persiste em descobrir a identidade dos agentes no local. Até o momento em que ela comparece à base militar com Castle, e enquanto este desiste de “arrancar” alguma “informação confidencial” ela persiste e até mesmo ameaça os militares.
A simulação do míssil explodindo o veículo foi tão simples que me fez recordar daqueles jogos de vídeo game ainda da “era do cartucho”: Nitendo, Turbo Game, Dynavision... Alguém se lembra desta época?
A participação de Carlos Bernard foi muito boa. Seu personagem foi extremamente participativo e sua atuação com Stana Katic durante a cena do interrogatório, foi fantástica.
Beckett “barganhou” com o Procurador Geral... Apenas este fato já era suficiente para receber uma oportunidade de carreira.
Quando assisti ao Sneak Peek achei consideravelmente loucura o Castle acreditar que os seus brinquedos estavam lhe atacando... Mas durante o episódio, foi compreensível a “pegadinha” de Beckett, pois um drone havia matado a vítima.
(Beckett):“Se fosse ‘A Rebelião das máquinas você havia falhado! ’”.
Storm Season está em liquidação... Sacanagem!
(Castle): Não acredito que você errou todos os tiros ... Eu me impus na situação, desta vez eu realmente te protegi... Isto corrige qualquer momento de falta de masculinidade. Eu mereci a rendeção.
O caso direcionou a causa do crime para uma mesma vertente de discussão do conceito sobre a busca do reconhecimento... Sean buscava o reconhecimento de seu pai junto à família, porém este colocou sua missão ativista acima de tudo, omitindo a posição de filho que Sean gostaria de reconhecer... Um tema delicado, mas bem perspicaz.


PS: Com grande satisfação, venho editar este texto para comunicar ao público fã de Castle que a série recebeu sua confirmação oficial de renovação para a 6ª Temporada. Já podemos comemorar!
Então preparem os lenços para as emoções desta season finale e tenham certeza que teremos um significativo clifhanger... Pois como já se tornou ditado: "In Marlowe we trust".

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18 comentários

  1. É 'The human factor' foi um gancho para 'Watershed' deixando-nos loucos com a pergunta feita por Castle no fim, e ela omitindo a tal proposta, o quê é compreensível pois ela encontrava-se, ainda, em estado de choque pela oferta!

    A revolução das máquinas para mim foi tão clichê e óbvia que era sacanagem de Kate que vê-lo assustado lembrou que ela nunca deixará de ser o velho/menino Castle, as cortadas do agente do procurador-geral nele também, e seu vanglorio quando abate o drone, de homem da situação, faz-me rir só pela lembrança da cena, este é nosso Castle, um homem tão singular que mesmo no auge da fama de mulherengo nunca se comportou como um de fato com Kate, houve brincadeiras ambíguas de contexto sexual, que devem-se frisar mais forte da parte dela, mas ele em relações a Kate comportou-se como um lord inglês em sua espera por ela, então uma oferta de trabalho incrível no FBI, pode balançar Kate, mas não ao ponto de destabiliza-la que não consiga compartilha com Castle? Aqui Fabiana, já entro nos sneaks de 'Watershed', por isso a revoltar dele, bem justa e normal, espero uma grande finale, a altura das suas antecessoras que nos leve do choro ao riso e deste ao estonteamento/fascínio.
    Essa briga é necessária para legitimar a situação para os dois e verbalizar suas posturas e perspectivas quanto a este relacionamento, porque o que Castle está esperando para pedi-la em casamento?

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  2. Boa, review,Sol!Volto depois pra comentar com mais calma.

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  3. Hey, Sol! =D ótima review, como sempre!

    Dxo dizer que por mais que eu reclame o Marlowe sempre me ganha! #facinha hauhauhauha gostei mto do episódio, não sei se alguém mais se sente assim, mas morri de orgulho da Kate. Aquela hora que o Bracken fala que ela é uma força da natureza, estufei o peito junto com o Castle.
    To preocupada com a SF, acho que vai ser interessante, mas meu coração não aguenta um cliffhanger desses sofridos. São quatro meses de angústia, eu não mereço.

    Agora, mudando de assunto...Sol, tu és psicóloga? to curiosa. A escolha das palavras e a forma que vc analisa sugerem isso.
    <3

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  4. Ridícula a "motivação" do rapaz para matar o próprio pai. Busca reconhecimento do paterno matando o objeto da busca?

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  5. Então Luna, etendo sua percepção e lógico que não motivo ninguém matar ninguém por busca de reconhecimento, porém existem alguns estudos no campo da filosofia e psicologia que justificam revoltas sociais (como o caso) diante da posição onde o individuo não consegue se encontrar no mundo. Ele sofre o preconceito ou a falta de compreensão e esta reclusa resulta na revolta. Porém entendo sua insatisfação, e lógico que quando comentei que foi interessante o caso não significa que apoio o mesmo. Apenas admiro a perspicácia da série de conectar o contexto do plot principal ao secundário.

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  6. Na realidade não.... Gosto muito de estudar vários conceitos abordados em livros, séries e filmes, e sempre que posso direciono o tema para onde ele tende a ser mais profundo. Se for sci fi, busco mais conceitos de tecnologia e ciencia, se for histórico busco este foco... Porém Castle é muito sagaz quando busca este estudo da personalidade dos protagonistas, e isto me permite mergulhar neste universo.

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  7. Vlw pelo apoio e por sempre estar por aqui. :)

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  8. aaah, entendi! É que quando se trata de psicologia eu me identifico muito com a sua escrita, sempre me pego fazendo reflexões parecidas ^-^ e eu tenho que dizer, seu texto é muito bem construído! recentemente a maioria das reviews são superficiais, não trazem nada de novo pra quem lê, ou reflexões a mais pra quem não é leigo no assunto. Por isso que prefiro ler a sua <3

    Mas hey, Castle foi renovada ~o~ #asminapira -q uahuhuahuah tão feliz! tão aliviada! *___*



    =*

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  9. Poxa grande vdd Pri, cheguei até em pensar colocar um PS e comentar esta felicidade! Mas fiquei com medo de levar bronca, kkkkkkkkkk!!!
    Então fico feliz por alcançar meu objetivo sobre os textos. Pois quando me posicionei a querer muito escrever as reviews de Castle. Queria expor o tamanho de conteúdo que a série tem e ninguém comenta... Então fico feliz quando gostam desta perspectiva que eu abordo.

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  10. Tirando o comportamento de Beckett omitindo a conversa que teve com o agente de Castle, eu gostei do argumento do episódio.
    As cenas Castketts foram inseridas de forma a fazer parte do contexto do episodio e sem cair na banalização.

    Havia duas histórias ali que na verdade tem tudo haver com a situação de Beckett.

    1 - Um homem que por uma causa abandonou tudo por ela trazendo a infelicidade para sua família.

    2 - Um ex policial que agora é agente do FBI que enxerga em Beckett o que viram nele, mas destacando: o cara usa ma identidade falsa.

    Então eu vejo nessa duas situações a Kate , pois o interesse dela pelo FBI é por uma causa, não é dinheiro ou status. Mas a decisão dela pode mudar a vida das pessoas que ela ama e talvez perder o contato com elas, e será que isso vale a pena?

    A resposta dela só vamos saber no próximo episódio.

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  11. Adorei a sua review, como sempre, mas dessa vez infelizmente vou ter de discordar da sua opinião sobre o espisódio. Não que não tenha gostado, teve cenas bem divertidas e o início do caso foi até bastante diferente e interessante. Só que achei a resolução muito fraca no sentido que não achei plausível. Com tanto potencial em termos de gente poderosa que podia querer silenciar o homem, no final foi o filho é que o matou com um droide?? Tipo, até compro o filho estar revoltado e sentir raiva do pai, daí a decidir cometer assassinato, já é preciso alguém com uma relação mesmo muito doentia com os outros e consigo mesmo, mas a decidir matá-lo, a forma como foi executado é muito louca: roubar uma pen para pilotar um droide do governo e atirar um missíl no pai! Se fosse qualquer outro episódio eu pensava apenas que o próximo será melhor e tudo bem, mas sendo o episódio anterior à season finale, confesso que me desiludiu um pouco. Usualmente Castle sempre apresenta episódios muito fortes próximo do fim da season. Espero que pelo menos a final seja tudo o que estou a contar, até agora nunca desiludiu, então ainda estou confiante!

    No entanto, não sei se gosto muito de para onde estamos a ir. Não gostei da forma como introduziram essas dúvidas da Beckett, nem acho que todo esse plot seja muito natural. Acho óptimo que introduzam dificuldades para o casal, até porque estando juntos há um ano, nada mais natural do que passarem por algumas crises, mas não sinto que isso esteja a ser feito da melhor forma. Aquela dica da Martha me deixa na dúvida se eles não estão a tentar convencer-nos que os vão separar e na verdade o Castle vai pedi-la em casamento. Prefiro mil vezes isso a uma crise por causa da oferta de emprego, mas continuo a achar que é um passo precipitado e que eles ainda não estão nessa fase da relação. Vamos lá ver o que nos espera na próxima segunda e qual vai ser o cliffhanger para os 4 meses de espera!

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  12. Vlw por sempre acompanhar o seriadores, e minhas resenhas.
    Respeito sua opinião e acho que é isso mesmo, a divergencia de opiniões vai criar muita discussão até esta season finale. Mas uma coisa que penso é que talvez a própria finale possa vir a dividir questões até setembro... Vamos ver...

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  13. Marcília, obrigado por sempre estar por aqui, acompanhando os seriadores e minhas resenhas. Obrigada :)
    Esta é a questão que a faz não decidir por completo em dizer: "Sim" de imediato, na realidade, provavelmente a proposta será grande... Mas ela precisa sentir que vale a pena ficar e que ficando ela obterá mais "benefícios" do que partindo.
    Aguardemos a finale.

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  14. Excelente review, li outras reviews a respeito da série e todas cairam no clichê de analisar o episódio como ruim, não é uma crítica destrutiva que estou fazendo, mas fica a dica para os demais de como embasar seu ponto de vista, se aprofundar nos fatos, mesmo que não tenha conhecimento do assunto, pesquisar é o caminho para fundamentar seu ponto de vista. Parabéns pela review e por ao mesmo tempo mostrar que a série não se fundamenta apenas num romance, ou no personagem que dá o nome a série, mas que existe um enredo que vai além do senso comum.

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  15. Nossa, Clóvis. Fico muito feliz por outras pessoas que também visualizam este ponto de vista.
    Muito obrigada por acompanhar os seriadores.

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  16. ana karoline lucena de oliveirsegunda-feira, 13 maio, 2013

    primeiramente meus parabéns pela excelente review. Fazia tempos que não via umareview tão bem estruturada que coloca todos os pontos de uma sérienegativa ou positiva, mas sm desmerece-la. castle é ma série que não vive só de romance, que acima de tudo continua uma série policial, questionamentos sobre essa patente de melhoria proficional faz parte de too bom profissional. Uma trama bem relacionada onde a busca por reconhecimento de Beckett se mesclava com a busca de Sean. Session finale esperamos anossa aguardada resposta apergunta que Kate está se fazendo. Bjoss

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  17. Obrigada Ana.
    E acho que vc tem razão, na realidade este é o grande mérito que dedico a série, porque de alguma forma ela busca mais do que o romance, ainda que não seja para agora... De imediato, a temporada se dedica ao romance, mas acho que de fato abrir o leque mostrando que a vida é mais... é o que vale a pena.

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