S.A. Top: Surpresas e Recomendações da Summer Season 2013

21.7.13


Não tem jeito: seriador que se preze sabe que existe aquele período do ano em que as vacas magras fazem a festa. Maio varre para o limbo do hiatus a nossa programação de séries, seguindo até setembro com um número reduzido de novidades e produções que fogem bastante das que nos acostumamos durante a temporada normal. É uma época de aproveitar a calmaria, fazer maratonas e garimpar aquelas que serão as suas queridinhas enquanto as séries do "primeiro escalão" não voltam e, para alguns, as produções do verão americano estão até superando a programação normal.

Pensando nisso, nosso time de colaboradores compilou a sua lista de surpresas entre as novidades e recomendações de veteranas que já estão aí fazendo a alegria dos telespectadores há alguns verões.


Camp
(por Leo Oliveira)

Não espere arcos elaborados, personagens profundos e diálogos reflexivos, a premissa de Camp é bem honesta: uma galerinha do barulho aprontando altas confusões num acampamento da pesada! Típica série de verão da NBC, Camp se passa no acampamento Little Otter, comandado por Mack (Rachel Griffiths, de Six Feet Under e Brothers & Sisters) e um seleto grupo de monitores que esbanja substância corporal. A rivalidade com o acampamento vizinho, cantorias em volta da fogueira, buscas por olhos de vidro no lago e pegadas fortes na floresta, na rua, na fazenda e numa casinha de sapê dão a tônica dessa trama que celebra a vida próxima à natureza.

O núcleo jovem, composto por Kip (Thom Green), Buzz (Charles Grounds) e Marina (Lily Sullivan) segura bem a onda, equilibrando discussões existenciais com planos para perder a virgindade e roubo de lagostas. Pelo menos numa primeira olhada, as dinâmicas lembram bastante Greek, saudosa dramédia universitária da ABC Family, e a probabilidade é que continue nesse ritmo de diversão descompromissada. Ou seja, é a típica produção da summer season que não vai mudar a vida de ninguém e nem provocar uma revolução na watchlist, mas que para quem sempre sonhou em fazer partes desses bizarros acampamentos de verão e cantar Kumbaya enquanto assa marshmallows, pode ser de uma diversão inexplicável.

Devious Maids
(por Jonathan Ferreira)

Diante dessa proposta tão ousada de fazer a versão americana das Empreguetes, eu não pude controlar minha curiosidade de conferir o resultado, quer fosse para elogiar ou para malhar. Para minha surpresa, a primeira opção venceu e cá estou, apaixonadíssimo por essa deliciosa dramédia, que já começa por ser baseada numa série mexicana e cujo Pilot lembra demais (intencionalmente, como vemos logo na premissa) o de Desperate Housewives.

Recheada da mais pura cretinice (quem melhor do que mulheres latinas quando o assunto é esse?), Devious Maids narra a história de um grupo de amigas empregadas domésticas após o assassinato de uma delas, cada uma com seu próprio drama, como envolvimento com o patrão, sonho de ser cantora (#EmpreguetesFeelings) e rixa com as patroas, é claro. E aí tem vários desenrolares, é bem ágil e entrega informações muito mais rápido até do que algumas séries que deveriam seguir esse princípio de mistério. Tudo isso sempre banhado de um humor impecável, com personagens divertidíssimos, tanto no núcleo das madames quanto no das empregadas; alguns propositalmente clichês (que se encaixam perfeitamente no contexto), outros mais excêntricos. É o remédio perfeito para o cansaço depois de um dia daqueles (eu experimentei e garanto!) e já fico louco esperando pelos episódios.

Orange Is The New Black
(por Tiago Costa)

A maior qualidade de uma série é conseguir fazer com que você se importe com os personagens, e isso a nova aposta alaranjada do netflix tira de letra. A primeira série do "canal" a ser roterizada por uma mulher (Jenji Kohan - Weeds) foge dos padrão convencionais e te leva pra dentro de uma prisão federal americana para contar a história de Piper Chapman (Taylor Schilling), uma mulher bem de vida e mimada que vai ter que aprender a lidar com o novo habitat. A premissa parece clichê, mas na prática é completamente diferente do que já foi mostrado sobre o assunto. É triste, verdadeira, engraçada e honesta. Dentro do isolamento da cadeia, a vida é apresentada como que por uma lente de aumento, e ali dentro o medo, a raiva, a saudade e a mágoa estão todos à flor da pele. 

A cada semana, a série laranja apresenta, por meio de flashbacks, a vida de uma das detentas. E todos os sonhos frustrados e caminhos errados que construíram suas personalidades, nos mostram que na vida todos somos vítimas e prisioneiros de nossas escolhas. Orange Is The New Black é uma dramédia inteligente, sensível e bem pensada. Emociona e diverte não esquecendo da sua proposta, fazendo você rir e chorar ao mesmo tempo.

Se o seu tempo é limitado, cuidado! Com a temporada inteira lançada simultaneamente, você vai querer ver todos os episódios de uma vez!

Ray Donovan
(por Diogo Pacheco)

A grande aposta da Showtime para quem sabe manter a audiência após o fim de Dexter, Ray Donovan é o drama que traz para a TV o ator Liev Schreiber, conhecido por sua atuação como Dente de Sabre nos filmes de X-Men, vivendo o personagem que dá o título à série, um homem que tem como profissão resolver os problemas das celebridades de Hollywood. Além de trazer situações bem interessantes envolvendo grandes estrelas de filmes de ação que ao invés de gostar da mulher melão preferem a mulher banana por exemplo, a série mostra como Ray é capaz de resolver absolutamente qualquer coisa para os seus clientes ao mesmo tempo em que não consegue lidar com os seus próprios problemas. Além de ter que conviver com todo o drama que acompanha a sua família desde a infância, a vida de Ray se complica ainda mais quando o seu pai, Mickey, interpretado por ninguém menos do que Jon Voight, sai da cadeia e tenta uma reaproximação com a família que ele tanto prejudicou no passado.

A série é um verdadeiro prato cheio para quem gosta de drama, tramas mais pesadas e protagonistas anti-herói e passa longe de usar a fórmula do caso da semana em sua estrutura narrativa. Além de trazer situações bem legais no dia-dia de Ray, a guerra dele travada com o pai é muito interessante e muito bem construída. Ray Donovan, com certeza, é uma série adulta, que trata de temas densos como pedofilia, suicídio, consumo de drogas, homossexualidade e fama, sem comprometer o entretenimento, principalmente com o canastrão personagem de Voight.


Rectify
(por Jairo Souza)

Do produtor de Breaking Bad, Mark Johnson, com texto de Ray McKinnon (Sons of Anarchy), essa série é a mais nova joia da TV à cabo americana. Com apenas seis episódios em sua temporada de estréia, Rectify, apesar de não ter um elenco de peso, nem ser exibida em um canal de visibilidade, ganhou o seu espaço (e já foi renovada) por ser uma grande produção, com um texto excelente e personagens cativantes.

A série conta a história de Adam Young, que após vinte anos no corredor da morte, acusado pelo assassinato de sua namorada, é solto devido ao recolhimento de novas evidências de DNA, que entram em choque com a sua confissão do crime. A partir daí jogos políticos na pequena cidade começam à ser acionados, ninguém quer pagar por um erro judicial cometido por duas décadas, e se realmente foi um erro, quem seria o verdadeiro culpado?

Repleta de tramas, e surgindo em um ambiente extremamente tenso, a primeira temporada da série faz questão de deixar tudo isso em plano de fundo e dar o real enfoque para o que é mais importante... As transformações humanas. É aí que a série entra em grande similaridade com Breaking Bad, ela é contemplativa e explora cada segundo das reações de Adam em sua chegada ao "mundo real". Considero extremamente necessária a estréia de uma produção assim, com perfil cinematográfico, já que esse ano ficamos órfãos da primeira delas. E a certeza é de que serão seis horas muito bem gastas na sua Summer Season.

Skins
(por Hadriel Maia)

Talvez você estivesse em coma nos últimos seis anos e por isso não conheça Skins, a melhor série sobre adolescentes já feita. Durante seis temporadas a série apresentou três gerações de personagens durante sua adolescência, na ultima temporada, saberemos o que alguns deles fazem agora, mais velhos.

Três episódios já foram exibidos e a mesma qualidade que a série teve quando mostrou esses personagens como adolescentes. Eles são complexos, criveis, com problemas reais e conseqüências nem sempre agradáveis. Se você nunca assistiu Skins, é possível assistir a essa temporada isoladamente — apenas algumas partes talvez não sejam muito bem compreendidas —, servindo até como uma boa introdução para a série. 



Suits
(por Itamy Sandoval)

Suits não é só mais um drama da queridinha Summer Season. Suits é o melhor drama jurídico da atualidade (melhor que The The Good Wife). Li um comentário no Banco de Séries que dizia “A série se chama ‘Ternos’, mas são os ‘vestidos’ é que mandam”. Quem sou eu pra discordar? Rachel e Donna sabem roubar cenas muito bem. Suits tem esse poder desde o piloto de criar grandes expectativas sobre a série e evoluir a cada episódio o nível de qualidade. O roteiro é fantástico, trilha sonora, atores e personagens cativantes, tudo perfeito. A primeira temporada já é muito boa, mas a segunda é superior.

A série é sobre um advogado eficiente chamado Harvey Specter (Gabriel Macht), que contrata um sócio que nem é formado em direito pela Harvard, mas é um nerd que sabe tudo que lê e nunca esquece, chamado Mike Ross (Patrick J. Adams). Eles trabalham na firma Pearson & Hardman, liderada por Jessica Pearson (Gina Torres). Tem também a gostosa e dedicada paralegal Rachel Zane (Meghan Markle), a secretária diva Donna (Sarah Rafferty) e o chato inconveniente Louis Litt (Rick Hoffman), pois ele vai littar você.

Na temporada anterior, a firma foi acusada de fraude e ainda tivemos o retorno do malígno ex-boss Daniel Hardman, só para fazer um inferno a vida de Jéssica e Harvey. Eu estou doido pra contar mais spoilers, but no no I can't I can't (#elenafeelings). A nova e terceira temporada de Suits retornou na terça-feira dia 16, mas se você for the flash ainda dá pra acompanhar. Você não vai querer perder essa crocância, né?

The Fosters
(por Andreza Stefani)

Aquela série amor que tava faltando na sua watchlist, produzida por J-LO #maravilhosa.

A prova de que boas coisas podem sair da ABC Family. Assim como SAB (Switched At Birth), The Fosters conseguiu me conquistar logo no piloto. Retratando o dia-a-dia de um casal de lésbicas que têm dois filhos adotivos e um biológico, a série começa com a chegada de mais 2 para essa família. Lendo isto fica parecendo que a serie não é grandes coisas, mas para mim vem sendo uma das melhores surpresas da Summer Season e quer  saber o porquê?

Com personagens ótimos, o ponto forte fica com as mães, que que já fogem do comum por não serem aquela coisa comum que vemos sempre em séries familiares. Elas trazem diálogos excelentes em todo episodio de forma madura e sem soar clichê, as cenas de carinho entre elas são sempre lindas e não soam forçadas ou fora de contexto. Na parte dos filhos, os atores conseguem ser eficientes em seus papeis. Brandon, o filho biológico de Stef, é maduro e parece aceitar tudo muito bem e apoiar as decisões que tomam referente a ter novas pessoas na casa. Entre os adotivos temos os irmãos gêmeos Mariana e Jesus, que são muito diferentes um do outro, um é atencioso, humilde e honesto com as mães, já a outra é egoísta e isso basta para definir a personagem que já é a mais odiada pelos fãs (eu diria que é a única odiada).

E então, temos os novos moradores que são os irmãos Callie e Jude. Callie é uma boa menina, mas que sofre por não ter recebido carinho quando criança, então se tornou uma pessoa fechada, tem dificuldade em se expressar e confiar nas pessoas que a querem bem. O que mais gosto na personagem é o relacionamento com o irmãozinho Jude, que é muito fofo e nos conquista logo de cara, uma das coisas mais legais na serie é o desenvolvimento da historia dele. Não consigo reclamar de nenhum personagem central, todos tem suas historias e personalidades desenvolvidas muito bem.

Com um clima maravilhoso, plots que convencem e não soam forçados, a série te deixa com vontade de ver o próximo episódio, as historias são desenvolvidas com eficiência  E não venham com plot de preconceito só porque a serie é produzida por J-LO, se derem uma chance podem acabar se surpreendendo.

The White Queen
(por Nikky Abreu)

“Homens vão à batalha. Mulheres fazem guerra!”

Uma grata surpresa para incrementar esta summer season! The White Queen não é uma série para acompanhar apenas por não ter nada melhor para ver, mas uma que vale o empenho e dedicação semanais, pois proporciona toda diversão e prazer que esperamos encontrar sempre!!

Quando a Guerra das Rosas vai para os bastidores, o que vemos é o astuto balé feminino coreografando uma ferrenha disputa pelo poder. Qualquer arma pode ser sacada, desde alianças, barganhas, fofocas, intrigas e casamentos até feitiços e orações. 

O selo de qualidade da BBC pode ser sentido em toda a produção, que conta com a parceria da Starz. Fotografia, figurinos, elenco, roteiro, tudo contribui para abrilhantar ainda mais a luta entre Yorks e Lancasters e nos fazer levantar nossas próprias bandeiras. São 10 episódios, roteiro de Emma Frost (adaptado da obra de Philippa Gregory, The Cousin’s War) e ocorrem sob a perspectiva das personagens de Elizabeth Woodville, Margaret Beaufort e Anne Neville.

True Blood
(por Samuel Sales)

True Blood já foi a série favorita de muita gente durante suas três primeiras temporadas, cativando muitos com sua trama sobrenatural que contava as aventuras da garçonete Sookie Stackhouse e seus muitos problemas envolvendo-se com vampiros que há pouco tempo haviam se revelado ao mundo graças ao sangue sintético True Blood. Em meio a muitas bizarrices a série sempre soube trabalhar muito bem sua trama e seus personagens, mostrando que poderia funcionar também de forma metafórica, servindo como pano de fundo pra diversas discussões relevantes em nossa sociedade, sendo direcionada muito bem, pelo menos até meados da terceira temporada, por Alan Ball que também foi responsável pela excelente Six Feet Under.

De lá pra cá, virou uma série confusa. Além dos vampiros, começaram a aparecer metamorfos, bacante, lobisomens, bruxas, panteras, fadas, fantasmas e até uma fumaça preta assassina, tudo envolto em tramas sem sentido que começavam do nada e terminavam de forma esdrúxula. Nessa fase, histórias tediosas se arrastaram mais que o devido, tramas aparentemente promissoras terminaram de forma broxante e tudo parecia um festival de bizarrices com o único intuito de chocar a audiência.

Apesar de muitos fãs a terem abandonado, muitos decidiram voltar para a 6ª temporada com a incerteza se a troca do showrunner da série faria com que as coisas melhorassem ou se a série desencarrilharia de vez. Após 5 episódios, a decisão de continuar com a série parece acertada, já que True Blood em sua essência continua lá, só que bem mais organizada. Algumas histórias foram abandonadas (as panteras), personagens que andavam meio sem o que fazer ganharam tramas interessantes, novas dinâmicas foram adicionadas e aos poucos, as milhões de tramas individuais deixadas pela temporada anterior parecem se unir à uma única central apresentando diversas surpresas e reviravoltas antes da resolução final dela.

Nem tudo é perfeito, afinal ainda temos Sam e Alcide mais perdidos que nunca, mas isso não compromete o bom andamento dessa boa temporada. Então para você que não tem muito pra ver nesse período de vacas magras, fica aí a recomendação. E para quem largou a série no meio do caminho, talvez seja a hora de dar mais uma chance.

Zach Stone Is Gonna Be Famous
(por Luciano Guaraldo)

Em meio a séries mais divulgadas como "Awkward" e "Teen Wolf", "Zach Stone" passou quase despercebida pela grade de programação da MTV norte-americana. Uma pena. A série, sobre um jovem recém-formado do colegial que decide usar todas as suas economias para produzir um reality show sobre si mesmo enquanto busca o estrelato das mais variadas formas, é uma das mais preciosas gemas não-descobertas da temporada.

Com um tipo de comédia que beira o exagero mas sem perder o coração na relação entre os personagens, o programa poderia ser visto como um "The Office" mais jovem e, principalmente, mais ácido - em um tempo em que Kim Kardashian e afins se tornam celebridades por motivos desconhecidos, um programa que satirize essa busca pelo sucesso tinha o timing ideal para desconstruir essa indústria. Infelizmente, "Zach Stone" não alcançou o público desejado, mas em sua primeira - e única - temporada, deixa 12 episódios que deveriam ser vistos e revistos. E que venha a próxima empreitada de Bo Burnham.

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12 comentários

  1. Pra quem diz q a summer é epoca de pouca serie, to surpreso q vejo quase todas da lista, exceto apenas a ultima da Mtv.

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  2. SUITS é melhor coisa que apareceu na summer season! Serie gostosa, brilhante e inteligente!


    Por favor, não são apenas Donna e Rachel que roubam a cena! A JÉSSICA É ÓTIMA!

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  3. Adorei o piloto de Orange is the New Black. Vou continuar.

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  4. "Eu estou doido pra contar mais spoilers, but no no I can't I can't (#elenafeelings)."
    AHAUUHAHAHUUAHUHAHUHUAUHAHUAHUAHU

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  5. The Fosters e muito bom :D

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  6. Suits é sambada atrás de sambada. Muito amor por essa série! <3

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  7. The White Queen é uma delícia. O único defeito da minissérie é a pressa, tentar adaptar três livros em 10 episódios não é fácil.

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  8. sim sim a Jéssica tbm é otima, mas n gostei do q ela fez na finale da season 2 D:

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  9. SAMBA MUITO NÉ *-*

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  10. Comecei a acompanhar Suits agora e curti muito. Donna <3
    Orange is the New Black. estou querendo conferir há um tempo! Assim que tiver oportunidade assisto.

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  11. Rectify nao conta a historia de Adan Young e sim de Daniel Holden. Adan é o ator que o interpreta.

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  12. Eu odeio e amo tanto você que escreveu esse post. Eu assisti Zach Stone e chorei e ri muito com a série, mas agora só choro porque não tem mais!!!

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