3x01: Tin Man Is Down

 

Eu encarei um cursor piscando e uma página em branco por algum tempo. É fácil falar sobre um episódio muito ruim ou um espetacular, mas é difícil escrever sobre um que fica perdido em num lugar bem no meio dessas classificações. Assim é Tin Man Is Down, um episódio que parece feito no piloto automático, com momentos completamente esquecíveis.

A instabilidade de Carrie não é mais uma novidade a essa altura, então vê-la defedendo Brody em para os senadores não é exatamente uma grande surpresa ou desdobramento interessante para os eventos do season finale. Num episódio que se concentra em estabelecer as mudanças causadas pelo ataque a CIA, ver uma personagem se comportando da mesma maneira faz parecer como se ela não tivesse sido afetada por nada.

Para os outros personagens, a realidade pós-ataque é bem mais sombria. Os problemas da família de Brody são coerentes, mas mal trabalhados. Os clichês são evidentes: a filha revoltada que tenta se matar - para o irmão, surpreendentemente, tudo parece estar normal - e a sogra intrometida. Talvez se tivessem sido apresentadas em momentos diferentes, essas situações não parecessem tão formulaicas.

O único que parece ter problemas reais e Saul, que a cada cena parece de fato sentir o peso das suas decisões. A hesitação em matar os alvos é coerente com o que já foi visto do personagem mas suas atitudes em relação a Carrie não fazem muito sentido. A menos que ele seja o traidor misterioso dentro da CIA, cuja identidade permanece desconhecida desde a primeira temporada, não há por que ele simplesmente empurrar a culpa do que aconteceu para ela.
 

O ritmo lento da estréia depois do acontecimento impactante do fim da segunda temporada fazem parecer com esse episódio foi uma enrolação. Seu maior acerto foi manter o paradeiro de Brody um mistério, criando um suspense sobre o que ele estaria fazendo. Foi muito pouco para a estréia.


3x02: Uh... Oh... Ah...

Na ausência de Brody, e toda a conspiração que o envolvia, Homeland atualmente se concentra em três tramas desinteressantes e arrastadas. Saul, Carrie e Dana se mostram figuras incapazes, nesse momento, de sustentar qualquer interesse pela série, cada um deles por razões especificas.
 

Saul deveria se sentir pressionado pelas decisões que deve tomar, e na estréia isso até esta representado na hesitação dele em eliminar os alvos. Nesse segundo episódio entretanto, suas ações parecem completamente incoerentes com o personagem construído pelas duas temporadas anteriores. Se antes ele era uma figura oposta ao pragmatismo patriótico de Estes, agora ele surge tomando as decisões que podíamos esperar do outro, e a mudança nunca fica clara, temos apenas que aceitar que agora ele ignora crianças mortas e chega perto de se revelar um islamofóbico.
 

Carrie é inteligente e instável por conta da sua doença, mas isso não deve significar que a personagem deve ser condenada é uma infindavel repetição de atos que nunca conseguem nada exceto piorar sua própria situação. Ela grita e reclama, mas não percebe que quanto mais faz isso, mais louca parece. Se Saul tem novas atitudes incoerentes, Carrie tem uma consistência incoerente nos seus atos já que, a essa altura, devia ter notado que ela faz mais mal do que bem a si mesma a a idéia - a inocência de Brody - que defende.

A reação de Dana a tudo que aconteceu é perfeitamente esperada e coerente, e não poderia ser mais irrelevante. Quando ela faz um discurso sobre como ela queria morrer e agora deseja viver, deveria ser emocionante, mas não é por um simples motivo: Dana não é uma personagem principal. Mesmo como coadjuvante, ela nunca recebeu atenção o suficiente para ser algo além da adolescente que causa problemas então, como esperar que alguém se importe com seus dramas.

Brody é o único elemento que ainda pode adicionar algo a série nesse momento para melhorá-la. Que sua fuga e eventual retorno sejam interessantes e que com ele o drama adolescente de Dana desapareça.