The Crazy Ones 1x03: Bad Dad

13.10.13


Sobre rêmoras e aulas de direção.

Mais importante do que ser uma boa comédia é fazer o público pensar que você é uma boa comédia. E talvez este seja o maior desafio que The Crazy Ones terá que enfrentar assim que o buzz “da nova série do Robin Williams” não tiver mais efeito.

Exemplos para deixar mais clara a afirmação acima existem aos montes: The Big Bang Theory, que alcançou sua maior audiência numa temporada não tão boa assim e ao mesmo tempo conseguiu criar um burburinho mundial em torno de seu nome. Já na ABC temos The Neighbors, uma comédia com uma temática que a princípio soa idiota, mas a partir do momento que toda  a situação maluca é comprada fica fácil encarar de braços abertos e com risadas impagáveis.

A primeira é sem dúvidas um fenômeno de audiência, já a segunda rala para conseguir alcançar o mínimo de relevância (nem que seja para os poucos fãs da mesma). Mas o grande truque é fazer o público pensar que aquilo que se está sendo vendido realmente merece ser comprado, tão bom a ponto do gosto pessoal ser enganado pelo próprio hype em torno da produção.

Engraçado tratar sobre este assunto, numa série que fala sobre isto (toda a propaganda que The Crazy Ones relata não poderia se encaixar mais perfeitamente). Seria  a mais bela metalinguagem se no fundo não me preocupasse. E não por eu estar achando a série ruim (eu realmente estou gostando de The Crazy Ones) mas eu sou o mesmo cara que adora Community, Arrested Development, Parks and Rec, Cougar Town e até mesmo The Neighbors. Séries que encarem ou não, não agradam o público em geral, simplesmente porque não conseguem fazer com que este pense que elas merecem ser compradas.

Neste episódio de The Crazy Ones temos dois plots que ficam bem definidos. O primeiro, e principal, visa mostrar quão “maluca” é a relação vivenciada por Simon e Sydney. Fica fácil encarar tudo com naturalidade já que existe certa química entre Robin e Sarah. (Menção honrosa à cena do pombo morto que foi de longe a melhor do episódio).

Já o segundo é tratado com menos importância e acaba ficando como plano de fundo, utilizando uma metáfora sobre comensalismo para relatar novamente a relação entre os personagens (agora os colegas de trabalho, que acabam desenvolvendo diálogos interessantes e até mesmo inteligentes para a série).

No final encarar tudo não é tão fácil quanto parece, principalmente para quem ainda não se encantou com os personagens criados. É o problema da venda, que precisa ocorrer mesmo quando a série não está em sua melhor forma. É preciso que o público sinta a necessidade de assistir The Crazy Ones.

Do contrário corremos o risco de nos apegar e ver a série ter uma curta vida (The Neighbors vive esse risco agora nas sextas). Crazy Ones, assim como já disse aqui, não é o tipo de comédia que visa matar alguém de rir, mas sim conquistar o público utilizando o argumento da empatia.

E dizer exatamente qual a fórmula “mágica” para fazer a série engrenar de vez é impossível. Mas posso dizer que de alguma forma a série já me conquistou, porém é preciso mais: vendê-la, aproveitá-la ao máximo, desenvolvendo tudo com tranquilidade (em minha visão a série está no caminho certo). Mas é um processo longo e que exige, no mínimo, paciência.

• Observações:

Não assisti Buffy, mas imagino quão felizes ficaram os fãs da série ao verem Sarah referenciando a mesma nos erros de gravação.

40 e 30 e pouco é quase a mesma coisa? Mas não é mesmo. (linha sensacional).

• Audiência do episódio: 9.69 Rating: 2.4M

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2 comentários

  1. A química está melhorando aos poucos... Mas roteiro está lindo, me apegando a essa série... Ótima review é isso msm... Mas o problemas é q para a CBS cativar seu público tem q forçar as piadas, fazer piada de peito... É o estilo de tds as comédias da CBS, com certeza não é o de Crazy Ones... Que é um frescor na grade da emissora... Espero q a mesma consiga atrair outro tipo de público, ou adestrar o seu...

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  2. É isso mesmo Jairo, o público da CBS é outro. Na verdade esse tipo de comédia é difícil na tv aberta como um todo. O pessoal prefere sentar e assistir a comédia de piada pronta que te indica quando rir através de risadas de fundo.
    Fico muito feliz de ver a CBS arriscando com algo diferente, mas ao mesmo tempo surge essa preocupação constante com a audiência no futuro... o jeito é torcer e apreciar a série que tem se saído muito bem.

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