Castle 6x06: Get a Clue

3.11.13

A Lenda de um tesouro... E um crime.
SPOILER ABAIXO


Os mitos históricos são elementos fascinantes a qualquer individuo. É impressionante o quanto os contextos de aventuras na arqueologia conseguem desenvolver enredos fantásticos e com resultados bem sucedidos em inúmeras ramificações da arte.

O universo cinematográfico é marcado por um personagem lendário nesta temática, o eterno Indiana Jones. Suas aventuras marcaram a história do cinema na década de 80 e teve a oportunidade de uma nova saga em nosso novo milênio. A criação de George Lucas foi precursora e responsável pelo enorme sucesso destas lendas e mitos associados à história da humanidade, que gradativamente, marcou sua presença em outras ramificações como o universo dos games, e a destemida Lara Croft em Tomb Raider; no mundo das séries (Relic Hunter); ou até mesmo novos roteiros hollywoodianos que traziam a essência de Henry Jones, descarados nas histórias e no personagem protagonista, como em National Treasure.

E na literatura, (antes tarde do que nunca), esta representação da vida pacata das salas de aulas que, bruscamente, depara-se com assassinatos, perseguições, e a lenda de um tesouro, um mito ou um símbolo. Ganhou grande presença por todo o planeta com a polêmica obra de Dan Brown, O Código Da Vinci. Análises literárias de lado, é inquestionável que este best seller marcou o universo literário na última década.

E porque estas histórias ocultas, a possiblidade da existência de sociedades secretas, símbolos ou sinais eternos de sabedoria máxima, são tão inebriantes ao universo da imaginação? Porque associa a realidade dos fatos à possibilidade de algo a mais... Estas histórias e aventuras trazem intrínsecas em seu contexto uma magia única, onde existe a probabilidade de que todo mito possa ter um fundo de verdade.

E é entrando nestes mitos históricos que marcaram o universo cinematográfico e literário, nos últimos anos, foi apresentado esta semana o episódio Get a Clue, onde Castle e Beckett encontram-se no meio de uma lenda de um tesouro que foi responsável por um assassinato.

Divertido, sarcástico, curioso e enigmático. Estes são os adjetivos que o episódio merece receber com grandes honras, pois de forma leve e bem humorada, ele conseguiu unir elementos destes personagens marcantes, (já citados), em uma história que mescla exatamente o fundo de verdade ao meio de tantas mentiras. O elemento curioso e diferenciado de Get a Clue, é que para encontrar o assassino, Rick e Kate saem em busca de um tesouro.

Aquele mito histórico que envolve as histórias literárias de romances como O Código Da Vinci, ou O Símbolo Perdido, (base essencial para o desenvolvimento deste enredo), em Get a Clue não foram fatos apenas referenciados, o contexto conseguiu capturar a essência desta literatura, onde a história transporta o telespectador como mais um integrante do elenco, ele busca desvendar as pistas, os enigmas e entender os mapas, tanto quanto o protagonista, e em uma boa história ele é surpreendido e envolvido pelas revelações com a mesma carga emocional que os personagens.

Não vou negar! Sou amante desta temática literária e já li todos os livros de Dan Brown, assim como os filmes de Indiana Jones, National Treasure e já salvei nos jogos de Tomb Raider. Então, ficou fácil perceber os elementos destes cenários inseridos, propositalmente, no episódio e como tais situações encaixaram-se ao contexto.

A cena inicial com a vítima posta de forma similar a uma crucificação enquanto “símbolos pagãos” marcavam o seu corpo, transmite a perspectiva de que a cena do crime é um elemento que irá compor a sequência das pistas e permitirá que o protagonista siga para a próxima etapa. E é lógico que a similaridade da cena com a morte de Jacques Saunière, não é ao acaso.

            Jacques Saunière - O Código Da Vinci.
 Susannah Richland - Get a Clue.                  


Além dos cenários há também a exploração entre o personagem cético e aquele detentor da fé. Aqui Castle não é Robert Langdon em suas crenças, esta é responsabilidade de Beckett, enquanto Rick segue as características de Sophie Neveu, de quem acredita e busca por respostas.

Mas deixando a arqueologia de lado, e mergulhando na aventura do tesouro. O ápice do episódio torna-se a luta de espadas. Quem não gostaria de ver Castle sair uma pouco da sua postura defensiva e “mãos ao alto” no primeiro apontamento de armas, para momentos onde ele faz valer a sua masculinidade? Além de viver um momento total Indiana Jones, duelando com o guardião do segredo, Rick mostra por todo o episódio que ele é quem desvenda o mistério do tesouro e auxilia na resolução do caso, até mesmo quando a NYPD está sem provas, é ele quem encontra as pistas do mapa e é ele quem decifra os significados das letras.

‘Harrison Ford e Nicolas Cage que se cuidem!’

É lógico que no universo de Castle o humor é inserido de forma mais intensa, porém neste cenário é aceitável e até mesmo se enquadra melhor às características dos personagens. Como por exemplo, encontrar o tesouro e pegá-lo, como se este fosse o procedimento mais comum no universo da arqueologia. Ou tentar recoloca-lo de volta, em sua localização, na tentativa inocente de desativar uma armadilha.

A criatividade do episódio encontra-se em inúmeros detalhes, até mesmo em reconhecer que presos em uma gruta, não haveria porque procurar uma saída ou gritar por socorro, quando se está em posse de uma iphone.

Caçar relíquias no mundo moderno, tornou-se bem mais fácil!’

Então, mais uma vez Castle mostra a criatividade e diversificação de seus roteiros, mergulhando em elementos que não são inéditos ao universo das séries, mas não deixam de ser fabulosamente envolventes e se enquadram à temática do seriado, de maneira única.

Será que esta foi uma das aventuras das quais Simon Doyle não quis revelar a Rick e Kate? Bem, se foi... Imaginem as próximas!


O Relacionamento entre Alexis e Caslte

Como este tema é um caso extremamente paralelo aos acontecimentos do episódio, decidi abrir um tópico, apenas sobre ele, que por sinal é digno de atenção a esta altura do campeonato.

Entender o comportamento de Alexis é complicado, na realidade nem eu sei se entendo. Acredito que puxar uma temática tão mencionada durante as duas últimas semanas, foi uma jogada inteligentíssima por parte dos roteiristas para então, apresentar o próximo episódio (Like Father, Like Daughter). Porém, isto não significa que há uma aceitação unânime para os caminhos designados em seu personagem.

Acho que decidir sair de casa é compreensível e se enquadra ao perfil impulsivo de Alexis, que já pensou em cursar o mesmo curso que o ex-namorado na universidade, apenas para ficar mais próximo do rapaz. Neste contexto, Martha é a voz da sabedoria quando menciona que estar com PI é o que a garota quer neste momento, porém sabe-se lá se isto será o seu desejo amanhã ou depois.

O que me chateia é o afastamento que ela tomou de seu pai, não consigo compreender que muito próximo ao presenciar a “quase morte” de Castle, Alexis se comportaria desta maneira. Eu acho que ela sairia de casa, sim. Acredito que ela teria sido fria com o pai para dar este passo adiante. Mas não acredito que ela fecharia a porta de seu apartamento na cara do pai.

Acredito que este enredo tenha sido forçado e que não condiz com seu personagem.

A Alexis que conhecemos diria umas boas verdades ao pai, mas aceitaria que este é um processo transitório, e que ela como filha, buscaria gradativamente convencê-lo a aceitar PI.

Enfim, me preocupam os caminhos deste enredo, porque é um deslize que pode descontruir a personagem que conhecemos e gostamos tanto, com a intenção de quê? Mostrar uma evolução desagradável à família de Castle como um preço a ser pago para ficar com Kate?

Bem... espero que eu esteja enganada, e que o episódio da próxima segunda traga um significado aceitável à esta história.


ELEMENTOS DA MITOLOGIA EM CASTLE.

Durante o Episódio Get a Clue muitos elementos citados pelo enredo realmente são utilizados em símbolos religiosos, mitológicos, sendo estes: 



O Olho que tudo vê (Olho da Providência) - O Olho da Providência é um símbolo exibindo um olho cercado por raios de luz ou em glória, muitas vezes dentro ou em cima de um triângulo ou de uma pirâmide. Costuma ser interpretado como a representação do olho de Deus observando a humanidade, mas não necessariamente significa que pertença a Ele. É bastante usado na simbologia da maçonaria. Está presente do verso do Grande Selo dos Estados Unidos. (fonte)

O Pentagrama – Eis um símbolo com inúmeros significados representativos conforme a sociedade histórica com o utilizava ou o conceito cientifico de sua representação: matemática, filosofia, mitologia ou astronomia. Porém um de seus significados mais conhecidos é a sua representação pagã, onde cada uma de suas pontas apresenta um significado: Espiríto, Terra, Ar, Fogo e Água.

Para saber mais de seus significados, eis algumas fontes interessantes:



Os cinco elementos – São os elementos responsáveis por toda a criação, (concepção mitológica).


UMA DICA DE CULTURA.

Não é ao acaso que depois de assistir um episódio como este você sinta vontade de mergulhar uma pouco mais neste universo de aventuras arqueológicas, então aqui vai uma lista de dicas de filmes e livros que você pode relacionar para o tempo vago que surgirá com o hiato a partir de 25 de novembro.

1. Cinema: A Saga Indiana Jones: Estes filmes são referências primordiais para um bom amante de cinema.

Criação de George Lucas e dirigido por Steven Spielberg, os quatros filmes são um deleite sobre o universo das mitologias históricas, com a criação de um perfeito anti-herói (Henry Jones), que conquistou plateias do mundo inteiro.

Eis um clássico cinematográfico que você não pode passar a vida sem assistir os quatro filmes:

Raiders of the Lost Ark.
Indiana Jones and the Temple of Doom.
Indiana Jones and the Last Crusade.
Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull.


2. Literatura: O Código Da Vinci e O Símbolo Perdido.

Ambos os livros são obras de Dan Brown e abordam a temática do romance policial envolto aos cenários europeus, e norte americano (respectivamente). De forma a apresentar contextos históricos e seus símbolos representativos na história da arquitetura, arte, religião e politica.

Os livros não são um primor de conceituação literária ou fatos históricos, mas consegue apresentam uma dinâmica envolvente e conceitos que ampliam os seus horizontes para a compreensão da outro panorama da história.

Não se deixe levar pelas conjecturas de Dan Brown e aproveite a história como uma boa ficção, vale a pena!

PS: Não assistam ao filme!



CURIOSIDADE

Indiana Jones já foi mais do que homenageado em Castle no episódio da segunda temporada da série, Wrapped Up in Death. Quando nosso escritor, curioso e fuçador, coloca um chapéu ao estilo Indiana e abre o sarcófago de uma múmia, tornando-se vítima de uma maldição.



Você se lembra?

Se não, vale a pena rever!

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