Homeland 3x12: The Star (Season Finale)

21.12.13



Em sua pior temporada Homeland figurou um dos seus melhores episódios. The Star – que só fica atrás em qualidade do primeiro season finale da série – é bem executado em todos os seus aspectos, seja isso construir personagens mais críveis que em qualquer outro momento dessa temporada ou criando uma tensão quase palpável enquanto Brody foge da sede da Guarda Revolucionária.

A sequencia de eventos do episódio é bem elaborada, equilibrando momentos tensos, como a sequencia inicial que é excelente, apesar de apelar para um clichê desnecessário na cena do crachá, com outros calmos, como aquele logo a seguir onde há um vislumbre de esperança para o ex-fuzileiro, onde ele teria uma vida normal.

As vezes há alguns erros, como a desnecessária caracterização de Akbari como um infanticida, um vilão terrível indigno de qualquer remorso, que reduz algo muito mas complexo a uma mera questão de bem versus mal, ou toda a história de “nós estamos na Terra para nos encontrar”, mas no geral os momentos vividos entre Brody e Carrie enquanto aguardam o resgate que nunca viria são bons. A briga entre eles representa uma desorientação que é natural, principalmente da parte dele, depois de tudo que aconteceu mas também um desejo de alcançar uma vida normal, juntos. Todos os problemas devem ali ser resolvidos, sejam as dúvidas de Brody quanto ao que é certo ou errado, ou a gravidez de Carrie e o relacionamento dos dois.

Num segundo momento do episódio, quando o clima de final feliz é encerrado pela captura de Brody, The Star tem seus melhores momentos. Adotando um clima melancólico que jamais perde tempo tentando sugerir que há alguma chance de Brody escapar do Irã, Alex Gansa e Meredith Stiehm – roteiristas desse episódio – aproveitam para fazer pesar a iminente morte de um dos protagonistas, mostrando-o resignado diante do inevitável enquanto Carrie se mostra da mesma forma: desesperada e imprevisível.

Esse comportamento poderia ser encarado como algo negativo já que mais uma vez ela tenta agir de forma inconsequente, da mesma maneira que fez durante quase toda a série. Felizmente os roteiristas aproveitam a oportunidade para colocar as atitudes de Carrie em perspectiva, naquele que é o melhor dialogo dessa temporada, onde a analista da CIA tem suas ações confrontadas por Javadi. A conversa entre eles é um interessante duelo entre o pragmático e o passional, onde ela finalmente ouve aquilo que alguém já deveria ter lhe dito há muito tempo. Ela grita, ameaça, apenas para ouvir de Javadi como resposta “O que você vai fazer? Destruir tudo pelo que você trabalhou?”.

A cena da execução de Brody consegue manter o mesmo tom melancólico, tornando uma sequência que se passa diante de centenas de pessoas em algo intimista, sobre ele e Carrie, criando um contraste interessante que só reforça o impacto daquele momento ao vermos ela como a única pessoa que derramaria lágrimas por ele. Para todos os outros ele era apenas uma ferramenta que serviu ao seu propósito.


O que vem a seguir é apenas um epilogo e que bem poderia ser o encerramento definitivo da série. Ao mostrar os rumos tomados pelos personagens principais, fica a impressão que a série terminou. É difícil imaginar que o vem a seguir na quarta temporada tenha qualquer relação com os acontecimentos dos últimos três anos. Dessa forma, The Star é um belo encerramento para uma trama que teve altos e baixos - principalmente nessa temporada –, mas que é certamente memorável.

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1 comentários

  1. Podemos dizer que Carrie foi um dos personagens mais complexos da história - ao lado de Brody, Saul, Dar Adal e Quinn... Seria possível esclarecer as seguintes dúvidas:

    – Gostaria de ver a Homeland revelar como a CIA explicou Brody no Irã e sua morte à imprensa americana. Claramente, Javadi ser capaz de levar o crédito por capturar Brody ajudou sua causa no Irã, mas o governo dos EUA revelou o papel de Brody no assassinato de Akbari? O nome dele foi limpo para o atentado da CIA? Adoraria saber o que pensaram.

    – Outro fio solto: Paul Franklin e o assassinato do "verdadeiro" bombardeiro da CIA. Acabou de fazer isso... por que??

    Carrie foi publicamente humilhada, agredida, dopada, levou um tiro e colocou sua vida em risco inúmeras vezes sem hesitar, apenas para fazer com que os outros vissem Brody como ela o via… e conseguiu. Abu Nazir, a CIA, Jessica e o próprio público da série, ninguém chegou sequer perto de enxergar Brody com a clareza que Carrie sempre enxergou. Carrie sempre leu Brody como ninguém.

    Ah, o dialogo da Carrie com o Javadi foi foda, vai ficar como um dos momentos marcantes da série, sem duvida nenhuma!
    "E o que você queria, que era que todos vissem nele o que você vê. Isso aconteceu. Todo mundo o vê pelos seus olhos agora...''

    - Como Carrie enxergava Brody? e como os EUA passou a vê-lo? e o Mundo?

    A 3ª temporada não correspondeu à 1ª e 2ª como deveria ser.

    Comparado com a maioria das temporadas foi fraco, já que o enredo e os problemas do enredo que foram esquecidos ou abordados brevemente se destacaram na temporada 3. Não houve "caça" nas cenas de Brody no início da temporada para fazer parecer que ele era realmente desejado NOS.

    Onde Roya Hammad e seu parceiro terrorista Mister X estavam?

    Nunca recebemos uma explicação para os acontecimentos em torno de como o carro de Brody foi movido e seu envolvimento, apenas o que obtivemos foi o "verdadeiro" autor da bomba na CIA em um hotel que devemos acreditar ser um super salto que mudou o roteiro. Para tal investimento em contar histórias em torno da família de Brody nas últimas 3 temporadas, para ele simplesmente desaparecer do jeito que ele fez, foi uma perda de tempo - para piorar o enredo de Dana, era raso.
    E todas aquelas cenas sobre Mike e a esposa de Brody continuamente apaixonados um pelo outro, e apenas terminar na terceira temporada foram inúteis - e o filho de Brody desapareceu. E os amigos marinhos de Brody que pensavam que ele fazia parte da conspiração?
    E a subutilização de Quinn ao longo da temporada após ser fundamental no início da estreia da segunda temporada.

    Todos pontos positivos, eles deveriam ter feito da pátria um show dessa 3a temporada e abordar todo enredo possível!

    Claire Danes e Damian Lewis nos deram, nas palavras de Damian, "dois pássaros de asas quebradas meio que mancando e circulando um ao redor do outro" em Carrie e Brody de uma forma tão convincente que mesmo que realmente terminasse em lágrimas, foi um GRANDE PASSEIO enquanto durou. E se você sente falta desses dois tanto quanto nós, você pode querer reviver o AMOR com Carrie e Brody: Foi Amor? SIM.

    Homeland teve um final sensato, fechou todas as histórias de Carrie, enquanto continuou a história da rivalidade dos Estados Unidos e Rússia em andamento. A série se encerra, mas não termina, só que melhor do que isso foi vermos durante todos esses anos atuações incríveis de Davis, Damian Lewis, Rupert Friend e Mandy Patinkin...

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