Almost Human 1x07: Simmon Says

11.1.14


A ideia de Simon Says poderia estar presente em um episódio da fantástica Black Mirror. Os temas abordados através das ações extremas de Simon são excelentes para criar uma ótima trama de ficção científica. Desejo por fama, reality shows e preconceito são aspectos essenciais que definem aquilo que o vilão faz nesse episódio, mas infelizmente todos ficam perdidos sob um texto que desperdiça essas oportunidades.

Colocar Dorian descarregado e, por isso, com um comportamento estranho gera algumas cenas divertidas, mas nada muito além disso. Se a incapacidade dele e Kennex salvarem a primeira vítima de Simon sugerem um risco maior para a dupla devido a baixa carga do androide, que se vê mais propenso a erros por isso, o resto da trama se esforça para ignorar esse problema, apenas lembrando dele para fazer piadas ou quando os roteiristas acreditam criar uma situação tensa. Ao usar o recurso da bomba-relógio para tornar tudo urgente e aliá-lo ao problema de Dorian, devia haver alguma sensação de ameaça mesmo que saibamos que os protagonistas não vão morrer. Ao invés disso, tudo corre como o planejado e, apesar da perigosa falta de carga, o DRN salva o dia.

Simon pode ser descrito como o Sr. Óbvio. Depois de já estar clara toda a motivação dele, devemos suportar um discurso de vilão megalomaníaco, que deve explicar todo o seu plano para o herói sem necessidade alguma. Seria tão difícil assim ter aproveitado aquele momento para, por exemplo, construir melhor a semelhança entre ele e Kennex que minutos mais tarde seria forçada através de um dialogo entre o policial e a capitã?

Alias, Stahl e Maldonado parecem afligidas pelo mesmo mal do antagonista. É doloroso ouvir um diálogo tão desnecessário como aquele entre as duas onde discutem o quão repulsivo é aquilo que elas assistem. O vilão prende bombas ao pescoço de pessoas e transmite ao vivo, ninguém precisa ressaltar gratuitamente como isso é horrível.

O único ponto positivo sem qualquer ressalva é a mudança de Dorian. O desejo dele por uma casa é um reflexo da noção de que ele é diferente, tem identidade própria e consciente da sua existência, e essa é uma parte da série que vem sendo bem desenvolvida até aqui.


Exceto por essa cena final, é um episódio esquecível.

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