Almost Human 1x12: Beholder

25.2.14




O título desse episódio de Almost Human se refere a uma frase simplista, digna do para-choque de um caminhão – “A beleza está nos olhos de quem vê”, em inglês “Beauty is in the eye of the beholder”. Considerando a origem desprovida de qualquer traço de criatividade, é surpreendente que Beholder tenha uma trama interessante sobre percepção e relacionamentos.

Deixando de lado os problemas comuns nos episódios passados, Beholder apresenta um vilão que, se no começo aparenta agir apenas por motivações narcisistas, aos poucos vai se revelando uma figura muito mais complexa. Mesmo que nunca tente mostrar os atos do antagonista como algo aceitável, a trama acaba o colocando na posição de uma figura trágica, que jamais mata por psicopatia ou ganhos financeiros, por exemplo. As atitudes de Eric são claramente produtos de uma mente traumatizada que encontra no assassinato a única forma de ser amado.

A ironia do destino do personagem, descobrindo que sua amada era cega, é apropriada mas exagera ao tentar explicar demais a lição aprendida – chega a parecer o final de um episódio de He-Man. A situação apenas já deixa claro o que está acontecendo, tornando grande parte do dialogo entre os dois desnecessário, apenas expondo para o espectador mais lento ou desatento o que ele acabou de ver. É uma pequena falha numa trama muito bem executada.

Outro fator responsável pela qualidade superior de Beholder quando comparado aos mais recentes episódios da série é como as ideias exploradas na trama principal se misturam com as situações vividas paralelamente pelos protagonistas. Momentos como Dorian sugerindo que Kennex talvez seja uma pessoa entediante ou comentando imperfeições minúsculas no rosto do detetive ressoam com os problemas Eric, mas de uma forma mais bem-humorada. As aparições Sthal e todas as conversas sobre os chromes não só abordam complexidades daquele universo ficcional como também lidam com a necessidade pertencer a um grupo, de se relacionar com outras pessoas, tornando a narrativa do episódio coesa, com temas semelhantes sendo desenvolvidos por ângulos diferentes através de cada personagem.

Indo além da superficialidade da frase que inspira o titulo do episódio, Beholder conseguiu restaurar meu interesse pela série. Que o season finale seja pelo menos tão bom quanto esse episódio.

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