24 9x01 / 02: 11:00 a.m. – 1:00 p.m.

7.5.14


Esqueça 4 anos de monotonia. Jack Bauer voltou com tudo.


Há cerca de 4 anos atrás, 24 Horas chegou ao final, deixando milhões de fãs desamparados por todo o mundo, porém com a grande crise criativa da televisão, que não foi capaz de substituí-la à altura, e com os insucessos de Kiefer Sutherland, que ficou marcado demais com o papel de sua vida, a Fox resolveu encomendar em forma de mini série o retorno de Jack Bauer. Entretanto, a verdade é que a SÉRIE está de volta (tanto que a grande maioria das pessoas vem usando a nomenclatura 9x01 para falar do retorno), trazendo tudo aquilo que a consagrou no passado e provando que ainda existe espaço para ela na TV americana.

Ação. Um herói fodão capaz de fazer o impossível para combater o terrorismo. Vilões. Mocinhos que se comportaram como vilões e atrapalharão Jack durante a temporada toda. Intrigas políticas. Reviravoltas. Emoção. Tudo está de volta em “24: Live Another Day” e não há nada melhor do que isso. Li algumas críticas bem negativas dizendo que o retorno de Jack Bauer não trouxe nada de novo, tratando-se de mais do mesmo ou afirmando que a série está com cara de velha e já não cabe mais no contexto internacional atual. Felizmente, não posso discordar mais de tais afirmações e acredito que a premiere foi capaz de fazer com competência tudo aquilo a que se propôs. É como se o personagem principal nunca tivesse ficado ausente, fazendo o tempo entre o “series finale” e o retorno simplesmente evaporar. 24 Horas sempre foi uma série de ação de tirar o fôlego e esperar algo diferente do que foi apresentado é simplesmente loucura. Durante 8 temporadas, a série acabou se repetindo em alguns momentos e até tropeçou em algumas temporadas, porém, com exceção da inovação inicial de retratar os fatos em tempo real, 24 Horas sempre entregou o arroz com feijão com tramas bem costuradas e momentos empolgantes do herói principal. Não sei o que estes críticos andam assistindo para renegar uma volta tão boa, uma vez que nenhuma série de ação da televisão americana conseguiu se quer ser relevante de 4 anos para cá. A verdade é que os canais, principalmente da TV aberta, estão apostando cada vez mais em fórmulas que atraem aquela audiência flutuante e ao invés de sucessoras de 24 Horas apenas procedurais chatíssimos vieram para ocupar esta lacuna. Assim, o retorno de 24 Horas é super bem vindo e mesmo trazendo a velha fórmula das temporadas anteriores consegue se diferenciar de tudo o que está no ar. Só para esclarecer, não considero Homeland ou Breaking Bad séries de ação e acho trazer séries deste tipo e da TV fechada para esta discussão uma completa perda de tempo.

Na minha opinião, a série conseguiu muito bem situar o telespectador na nova realidade em que Jack está inserido, revelando que ele estava foragido desde o final da série e ainda mais quebrado de que quando o vimos pela última vez. Isto não chega a ser novidade, mas o que me surpreendeu foi ver que Chloe foi considerada traidora por ter ajudado na fuga de seu amigo e agora trabalha como hacker com um grupo de pessoas que são contra o uso de drones como armas militares. Ainda não me acostumei com a versão gótica da personagem, mas, assim como Sutherland, Mary Lynn Rajskub mostrou extremo domínio de Chloe e uma facilidade muito grande de reencontrá-la em sua atuação. Mais uma vez refutando os críticos, a questão dos drones e a guerra da informação, que começou com o Wikileaks, são temas realmente muito atuais e que provam que sempre existirá uma contexto para a existência de uma figura como Bauer. Na visão de Ana Maria Bahiana, a volta desta figura não traz nada de novo já que o mundo se apaixonou pelo anti herói de Breaking Bad, mas, para mim, é sempre bom nadar contra a corrente e séries com anti-heróis existem aos monte neste momento. Assim, não consigo entender como variar o cardápio, mesmo que trazendo algo consagrado no passado, possa ser algo ruim.

Um dos destaques da premiere ficou por conta da Agente Kate Morgan, interpretada por Yvonne Strahovski (a coitada que deu vida a Hanna em Dexter), uma verdadeira “discípula” de Bauer que após ser traída pelo noivo, que roubava segredos americanos para vender para os chineses, passa por um momento em que tem que provar a sua competência e honestidade a cada segundo. Kate suspeito da facilidade com que eles capturaram Jack desde o início e, assim como ele nos velhos tempos, quebrou todas as regras possíveis e imagináveis para fazer aquilo que acreditava ser o certo. Gostei bastante da personagem e fico feliz que a atriz conseguiu se recuperar tão rapidamente do péssimo papel que teve nas últimas e desastrosas temporadas de Dexter.

Como 24 Horas sempre traz uma trama política, a série trouxe de volta James Heller, que era Secretário da Defesa em sua última aparição e agora ocupa o cargo de presidente dos Estados Unidos. A volta do personagem é interessante por dois motivos. O primeiro porque nunca vimos um presidente que já não tem mais condições mentais para exercer o seu cargo da melhor forma e depois porque ele traz de volta o grande amor de Jack na série. Audrey parece recupera de todos os traumas causados pelos chineses e parece feliz com o seu casamento com Mark Boudreau, o Chefe de Estafe do seu pai vivido por Tate Donovan. Estou bem curioso para ver como as coisas caminharão e como o destino forçará o reencontro dela com Jack.

Outra ótima adição ao elenco da série vem de Game of Thrones. Michelle Fairley, a Catelyn Stark da série da HBO, promete viver uma das melhores vilãs que a série já viu. Ela e uma possível organização terrorista têm como objetivo a manipulação de drones  americanos para assassinar o presidente e cometer mais ataques terroristas e só Jack será capaz de detê-la. Também temos o personagem apontado como responsável pelo primeiro ataque de um drone amigo aos americanos que é vivido por ninguém menos de que John Boyega, o futuro protagonista Jedi do próximo Star Wars.


Me desculpem por tanta empolgação, mas sou um fã que estava com uma saudade tremenda do clima de suspense que se transforma em catarse de 24 Horas. Felizmente, a premiere foi excelente e me deixou ainda mais empolgado pelo o que vem pela frente. É importante ressaltar que a diminuição para 12 episódios, em detrimento ao formato antigo que cobria integralmente um dia da vida de Jack em 24 episódios, deve fazer muito bem para a série, que não precisará enrolar e criar tramas desnecessárias para passar o tempo. Para finalizar, preciso parabenizar o canal Fox por trazer com apenas um dia de atraso a série para o Brasil que ainda foi apresentada com o episódio duplo sem qualquer interrupção comercial.

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