Glee 5x19: Old Dogs, New Tricks

12.5.14

Blind Gossip = mundo cão.

Vontade não falta para atacar esse episódio, que não teve praticamente nada de relevante e mantém o panorama vazio da temporada, mas a verdade é que, de todas as bobagens que tive que engolir desde “New New York”, essa cachorrada no asilo foi a menos ofensiva.

Chris Colfer já deu mostras de talento como escritor em “Struck By Lightning” (o livro e o filme) e arrisco dizer que não fez feio no episódio. Com duas temáticas no mínimo curiosas, pra não dizer “qual a necessidade disso?”, ele conseguiu fazer cenas sensíveis e até ensaiou algum desenvolvimento de personagens. Embora o sentimento final seja de encheção de linguiça, pelo menos não foi encheção completa de saco como a série vinha caminhando.

Por mais avulso que o plot de Kurt interpretando Peter Pan no asilo tenha sido, confesso que me diverti. June Squibb mostrou que critério está em baixa em Hollywood, aceitando o papel de artista decadente da Broadway depois de ganhar o Oscar, mas se encaixou muito melhor do que Shirley MacLaine no episódio anterior. A história teve seus momentos de escracho, com velhinhos esquecidos e mortes súbitas durante os ensaios, mas teve também bastante ternura com a reaproximação de Maggie e a filha Clara, ajudadas por um empurrãozinho de Kurt, que ganhou família postiça e foi bem sincero ao falar da própria mãe, que faleceu em sua infância.

A postura de Kurt com relação aos outros núcleos também deixa bem claro algumas intenções de Chris Colfer na construção do roteiro: seu personagem enfim se impôs quanto à amizade de conveniência que Rachel leva com ele, Blaine ficou de completo coadjuvante o tempo inteiro e teve até mesmo citação ao Blind Gossip, site de fofocas que revelou a conspiração que envolvia Lea Michele e o próprio Chris confabulando para tirar Darren Criss da série, algo que pelo visto já ficou no passado, com Naya Rivera entrando no barraco e levando a pior na briga de egos do elenco.


E é com Naya que passamos para o segundo plot “surgiu do nada, não vai pra lugar nenhum”, com Santana, agora loira e não mais amando balé, descobrindo que sua vocação é ser Relações Públicas e cuidando da imagem de Rachel. Tive que rir da cena forçadíssima em que todos apontam para Rachel levando e em seguida sendo levada por zilhões de cachorros na rua, e foi até bonitinho que ela tenha se dado conta do quanto estava sendo egoísta e verdadeiramente ajudado cachorros, velhinhos e mostrado o seu apoio a Kurt numa tacada só, com o evento final da Broadway Bitches. Sentido passou longe da história, é claro, mas pelo menos rendeu momentos simpáticos.


Quem se apegou de verdade aos cãezinhos foi Sam, que estava possuído nas caras e vozinhas ao lidar com McConaughey, o cachorro mais expressivo da atualidade. Geralmente não sou muito afeito a esse lance de tratar bicho como filho e beijar cachorro na boca, mas Sam estava tão afetuoso e dedicado a treiná-lo que, mais uma vez, deixei a implicância com Mercedes falar mais alto, mesmo concordando com todos os argumentos dela durante o episódio. A impressão que tenho do relacionamento dos dois é que Sam está sempre cedendo e Mercedes não, e isso só é reforçado quando, trinta segundos depois de um discurso sobre como cuidou de sua família e tomou a responsabilidade pra si num momento em que poucos o fariam, Sam é convencido a achar um outro lar para sua cria.


Artie nunca esteve tão largado e, se antes conseguia a proeza de aparecer em todos os episódios mesmo quando a série tinha 30 personagens, agora some por 2 seguidos e fica de figurante de luxo quando o foco está em 7. Tirando o treinamento de McConaughey com Sam e a cantoria generalizada para os cachorros na visita ao canil, creio que não há mais nada a falar dele.

Semana que vem nos livramos da 5ª temporada e, com pesar, aposto que será uma finale ainda mais fraca do que a anterior, com o gostinho de “episódio qualquer de meio de temporada” que tanto permeou esse ano dominando mais um final nada planejado. Para o sexto e último ano, Glee volta apenas no midseason, ou seja, depois de janeiro de 2015, ainda com número incerto de episódios. Assim, é de se esperar que os roteiristas aproveitem esse tempo para corrigir as várias cagadas que fizeram, ter ideias que realmente valham a pena executar e fechar a série em alta.

Músicas do episódio:

I Melt with You: Modern English - Sam (Chord Overstreet), Artie (Kevin McHale), Rachel (Lea Michele) & Merda (Amber Riley)
Memory: Elenco de Cats - Kurt (Chris Colfer), Maggie Banks (June Squibb)  e os vovôs
Werewolves Of London: Warren Zevon - Sam (Chord Overstreet) e Artie (Kevin McHale)
Lucky Star: Madonna - Kurt Hummel, Maggie Banks (June Squibb) & The Elderly
Take Me Home Tonight: Eddie Money - Artie (Kevin McHale), Kurt (Chris Colfer), Rachel (Lea Michele), Blaine (Darren Criss), Maggie Banks (June Squibb), Sam (Chord Overstreet), Santana (Naya Rivera) e Merda (Amber Riley)

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1 comentários

  1. June Squibb não ganhou o Oscar, só foi indicada. #ficaadica

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