Agents of S.H.I.E.L.D. 2x01: Shadows

26.9.14


“Go Dark”

Agents of SHIELD não teve uma fácil temporada, sendo considerada uma das maiores promessas do ano passado, a série decepcionou grande parte do publico que desistiu ao não encontrar as expectativas de heróis conhecidos do publico, ou de boa parte dos fãs aparecendo. Isso somada à fraca narrativa inicial fez com que abandonassem a série logo no começo. Em uma montanha russa (com mais altos do que baixos) a primeira metade da temporada se encaminhou lentamente a uma revelação nada surpreendente e, aos que acompanharam e resistiram, os relacionamentos entre os personagens acabaram se tornando mais atrativos do que ver mais um vilão avulso aparecendo.

Ao conversar com qualquer pessoa que acompanhe a série e perguntar, qual dos 10 primeiros episódios é o melhor, grande parte responderá FZZT, o sexto episódio, focado totalmente em Fitz-Simmons, ou The Well, o oitavo, que teve destaque e o inicio do relacionamento entre Ward e May. A série, contudo, deu uma grande virada em sua segunda metade, trazendo personagens mais conhecidos dos quadrinhos, como Victoria Hand e a argasdiana Lorelei, e após os eventos de “Capitão América 2 – O Soldado Invernal” a trama se desenvolveu fantasticamente bem.

A dúvida restava em, será que SHIELD conseguirá manter o alto padrão visto na ultima temporada? Considerando apenas a première, posso afirmar que não. Isso não significa que a série se diminuiu ao péssimo padrão de episódios apresentados anteriormente (olha para The Magical Place), mas sim que está trilhando um rumo que ela viu dar certo, de forma mais rápida, mas sabendo quais elementos desenvolver. Em séries de ação e procedurais a rapidez é sua amiga, mas é preciso ter cuidado.

Claro, tenho a noção de que muitas coisas não serão explicadas, algumas são até melhores ficarem sem explicações, afinal, realmente é algo interessante saber de onde vieram os poderes do Homem-Absorvente? Ou qual tipo de energia é utilizado no canhão alien do Coulson? Isso não faz diferença para a história, porém, outras tramas como a paternidade de Skye é perceptível que serão arrastadas e reveladas apenas em pontos cruciais da série.

Poucos meses se passaram desde os eventos da season finale e de Capitão América 2, porém SHIELD e HYDRA continuam sendo caçados, Coulson aumentou sua equipe e as coisas parecem estar boas, May e Skye estão amiguinhas, Skye se tornando cada vez mais uma agente badass sob a tutela da Cavalaria. Fitz se recupera das sequelas de seu acidente, com a ajuda de Simmons, Tripp está de boa com um novo colega negro que aparentemente entrou na série apenas pelas cotas, já que não possui qualquer tipo de personalidade atrativa. Junto disso, a Deusa, a Rainha, a Princesa Guerreira: Xena, a Cylon número três: D’Anna Biers, a deliciosa Lucrécia! A fantástica Lucy Lawless entra para uma participação (aparentemente breve), na série no papel de Izzy Hartley, uma agente da SHIELD que por muito tempo ficou underground e agora tornou-se uma mercenária e está trabalhando para Coulson. Junto de si ela traz uma pequena equipe de mercenários avulsos.

Não vou me alongar falando dos outros, já que são todos altamente dispensáveis, e focar apenas em Lance Hunter (interpretado por Nick Blood, de Him & Her), um mercenário que gosta de fazer gracinhas e tem ar de garanhão bobalhão que, caso continue na série, servirá de alívio cômico. Mas ainda assim teve mais tempo de tela e desenvolvimento do que Mac (Henry Simmons, que nunca fez nada de relevante na vida, a não o maravilhoso Taxi, de 2004, com Queen Latifah), uma mistura de Fitz com engenheiro de bordo, que também serve para carregar carga. Espero que ele tenha alguma utilidade futuramente, porque o ator parece ser bonzinho.

Inclusive é bom notar que a escolha do elenco parece estar sendo boa, pelo menos para papéis que terão maior desenvolvimento (porém ainda retiraria a horrível peruca de Lucyzinha), temos também a entrada de Reed Diamond (que vem de Dollhouse e imagino que Jed e Melissa estavam há tempos querendo utilizar ele novamente)  na série, como o Dr. Whitehall, vilão da Hydra que está na ativa há diversas décadas. Na cena inicial, onde somos apresentados ao provável Big Bad da temporada e ao Obelisco, acreditei que ele seria um antagonista em Agent Carter, contudo gostei de vê-lo na “série maior”. E acredito que teremos mais flashbacks com o início da SHIELD, criando um belo paralelo com a trama vista atualmente, isso sem citando profundamente a bela Hayley Atwell, fazendo de Peggy Carter uma personagem mais interessante e profunda do que jamais vi nos quadrinhos... E Dum Dum Dugan, que é 70% do motivo para estar muito ansioso para “Agent Carter” que estreia no hiatus de SHIELD, fazendo com que o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) esteja sempre na TV!

E falando em Obelisco, li algumas teorias que sugerem que dentro do metal haja uma gema do infinito, contudo não acredito muito na teoria, provavelmente o objeto estará mais ligado aos Kree e Inumanos, história para a qual Agents of SHIELD parece estar se encaminhando. Porém realmente não estou esperando mega respostas com episódios densos e subversivos sobre a origem do objeto, assim como não preciso saber se o Homem-Absorvente é inumano, mutante ou foi geneticamente alterado pela Roxxon (que seria uma boa pedida de aparecer na série junto de Manto & Adaga). Carl Creed (Brian Patrick Wade, que fez o Alpha avulso Ennis em Teen Wolf), o moço com nome de produto íntimo feminino, foi uma surpresa pela qual não esperava nada! Achei que ele seria apenas um violãozinho bobo de um episódio, como Graviton na temporada passada, porém me enganei, e mesmo sem qualquer desenvolvimento mais profundo não pude não dar um mini gritinho histérico de alegria quando ele pegou a bola e a corrente para lutar contra May.
O maior problema que tive no episódio, além do Homem-Absorvente utilizando seus poderes para se tornar um camaleão, foi Ward. Não curto o personagem, e nunca curti, a melhor coisa que aconteceu foi ele se tornar um agente da Hydra e teria sido melhor sua história se encerrar ali. A informação dada por ele foi inútil e foi uma péssima saída do roteiro. Se eles sabiam que a Hydra estava utilizando as redes da SHIELD para comunicação interna, como, lhe pergunto, COMO eles passaram meses sem pesquisar isso a fundo? Mesmo que para encontrar mensagens antigas? Não faz sentido que o Ward tenha dito para eles fazerem algo que Skye devia ter pensado em fazer no momento em que a poeira abaixou.

Outra coisa que me incomoda, é o que quer que Ward saiba sobre o pai e Skye será nada, no máximo uma história ou uma parte de uma conversa ouvida de alguém ali na Hydra. Mas talvez o que mais me irrita em Ward são as pessoas insistindo em defendê-lo. Afinal, ele não é nazista. Ele apenas se juntou a uma organização que acreditava que os nazistas não eram nazistas o suficiente... Sem dúvidas o amor dele por Skye vai resolver tudo isso!

Agora, indo para a parte mais heartbreaking do episódio, quem não se emocionou com Fitz? Foi um truque barato, porém funcionou. Sequer havia notado que ninguém além de Fitz estava conversando com Simmons e estava feliz de ver que não foram muitas as sequelas de seu acidente, porém quando Coulson revela as dificuldades do moço, que desde o acidente ele vem apenas piorando e a saída de Simmons não ajudou, meus olhos lacrimejaram e meu coração se partiu. Claro que Simmons logo estará de volta, mas espero que Fitz melhore, afinal, Fizt-Simmons é meu personagem favorito na série, sim, no singular, pois os dois funcionam como um e quando não estão juntos há esse déficit.

No geral, a première de Agents of SHIELD foi boa. É bom ver que a Marvel/Disney está investindo na série, com uma maior verba para os efeitos, além de estar lançando em breve a equipe nos quadrinhos (e sim, Fitz terá um macaco!), é possível ver que SHIELD veio para ficar. Só espero que seja possível vermos mais de Lucy Lawless na série, vamos torcer para que ela tenha sobrevivido. Também é bom ver que os personagens não estão agindo mais como “família feliz”, mas ainda assim possuem uma grande estima uns pelos outros.

A mensagem de Coulson logo no inicio do episódio dá o tom que provavelmente rodeará a temporada, algo mais Dark, com menos piadinhas e bom humor, mas sim uma série mais densa e adulta. Afinal, SHIELD sempre foi uma organização moralmente dúbia, e em sua luta contra Hydra, qualquer adicional é bem vindo, mesmo que isso signifique arriscar mercenários avulsos.

Talvez Você Curta

1 comentários

Comenta, gente, é nosso sarálio!

Subscribe