The Strain 1x09/10: The Disappeared/Loved Ones

21.9.14


Flashbacks informam sobre eventos passados de uma maneira que não soa expositiva, evitando diálogos sofríveis ou narrações que existiriam apenas para narrar o que devia ser mostrado. No caso de The Strain, qualquer uma das opções resultaria em algo diferente do que aquilo criado nos mais recentes episódios.

A narrativa picotada que constantemente salta entre tempos e lugares impede que as tramas ganhem força. Se antes era possível notar o caos crescente em na cidade e o perigo representado pelos vampiros, agora isso é deixado de lado para dar lugar a desinteressante busca de Eph por Kelly. Pior, todos os outros personagens parecem estar sentados aguardando o momento no qual ele finalmente desistirá, como se ele de fato desempenhasse algum papel importante naquele grupo.

Mais arrastado que a busca de Eph são os flashbacks que revelam o que aconteceu com Kelly. Exceto pelo momento em que ela é atacada pelo já transformado Matt, tudo que vemos sobre ela é uma sequência de acontecimentos aborrecidos e previsíveis. Até momentos que poderiam revelar pequenas surpresas, como Eph descobrindo a amiga de Kelly e o filho dela no porão são estragados exatamente por já conhecermos os eventos que precedem aquela revelação.

O passado de Setrakian é igualmente econômico em bons momentos. Exceto pelas aparições do Mestre, o resto dessa história é vazio cumprindo apenas a função de revelar eventos que os roteiristas acreditam importantes. Eles não estão errados nessa crença, mas o desenvolvimento mecânico tornam essas cenas quase tão artificiais quanto seriam os diálogos expositivos. Saber daquilo através da narração de um personagem ou por meio desses flashbacks: pouco importa, o resultado é o mesmo.

Nem os momentos mais assustadores ou nojentos – que são poucos nesses episódios – da série são bem executados. Apenas a aflitiva cena onde um parasita infecta Kelly através do seu olho faz jus ao padrão da série, já que nas outras oportunidades que tem de ser chocante a direção se mostra contida, eliminando os monstros fora do campo de visão.

No único momento do presente em que o grupo de Setrakian lembra que há um enorme problema a ser resolvido, Fet e Dutch recorrem a um plano estúpido cujo fracasso pode ser antecipado assim que a ideia surge. Se por um lado é um alívio perceber o roteiro reconhecendo a burrice da dupla ao pôr rapidamente um fim na ação deles, por outro é decepcionante ver que aquilo era apenas mais uma perda de tempo, um meio preguiçoso de revelar um aliado improvável na luta de Setrakian. Fitzwilliam revelando sua discordância sobre ações do seu chefe é talvez o único momento bom desses dois episódios que se revelaram um enorme desperdício de tempo.

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1 comentários

  1. Cadê o nazistão vampiro? Ele e o Setrakian sempre garantem ótimas cenas.

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