Person Of Interest 3x10: The Cold War

21.12.14


The Cold War é a primeira parte de três episódios que se concentrarão na guerra entre o Samaritano e a Máquina. Há uma grande promessa nessa ideia, mas por vezes a trama parece arrastada enquanto a preparação para o encontro das duas máquinas se desenrola. As imagens sugerem algo caótico nas ruas New York, mas o risco criado por essa demonstração de poder do Samaritano nunca é sentido.

Ao longo desse dia conturbado vemos Reese, Finch, Root e Fusco correndo para vários lugares mas jamais assistimos o fim ou o começo das suas missões. Sabe-se que eles estão tentando salvar alguém numa cena, e em outra, uma nova vítima deve ser protegida, mas são rostos desconhecidos que jamais serão vistos. Como comparação, na segunda temporada da série há um episódio onde Fusco deve proteger um número sozinho por que Reese está preso. O policial aparece em momentos pontuais – o caso da semana não era o foco daquele episódio – sempre envolvido em cenas de ação, e a sua história é contada em poucos minutos. 

Essa é a maior falha de The Cold War: falta ação que condiga com a desordem iniciada pelo Samaritano. O pânico nas ruas serve como um pano de fundo, como um recurso do roteiro para levar as duas IAs a uma conversa, mas não vai muito além disso apesar das tentativas do episódio de me fazer acreditar no tamanho do pânico que toma as ruas.

Outras partes de The Cold War funcionam muito melhor. Os flashbacks de Greer dão som e movimento a visão de um mundo perfeito do ex-espião do MI6. No fim da terceira temporada ele explica por que viver em uma sociedade governada pelo Samaritano seria melhor, agora vemos a origem da decepção dele com a politica e as alianças volúveis forjadas por interesses momentâneos. Considerando como a série tentou abordar tantas narrativas diferentes essa semana, talvez fosse melhor achar um outro momento para revelar um pouco sobre o passado de Greer, mas essa falta de timing não afeta a história dele em si.

O clímax fica para o encontro entre as duas máquinas. As discussões que antecedem o encontro de avatares são mais elaboradas que o habitual, ainda que o formato e as intenções da série – Person sempre se concentrou mais na espionagem e ação do que na ficção científica da sua premissa – impeçam conversas mais aprofundas sobre as consequências de um mundo controlado por uma máquina.

A expectativa pelo encontro é bem construída ao longo de The Cold War. Cada vez que os agentes da Máquina encontram com algum dos inimigos que trabalham para o Samaritano a tensão é maior. A conversa das máquinas tem algumas surpresas, como a escolha de uma criança para representar uma delas. Os argumentos usados pelo Samaritano para justificar seus atos são lugar-comum na ficção científica, mas a razão para antagonizar a Máquina é interessante. Não é simplesmente por que cada uma vê o mundo a sua maneira, mas sim por que a Máquina tentou matá-lo. Mesmo com intelectos mais avançados – mas que surpreendentemente chegam conclusões prosaicas sobre o mundo – ainda há uma motivação humana por trás das ações das máquinas.

Apesar das falhas, um cenário promissor foi criado para os episódios a seguir.

PS: Para dois computadores superavançados, o Samaritano e a Máquina se falam de uma forma um tanto simplista. As falas de Finch são mais estudadas e precisas na sua forma do que a das máquinas, que falam como pessoas normais.

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