Person Of Interest 4x12: Control-Alt-Delete

22.1.15


Control-Alt-Delete deixa claro desde o inicio que seu propósito é justificar a mudança de lado da Controle no futuro, quando ela se juntará a Finch e cia. para derrotar o Samaritano. Logo na cena em que uma nova “ameaça terrorista” é descoberta fica óbvio que o relacionamento entre o governo e a Decima, representados pela Controle e Travers, está longe de ser amigável. Antes que qualquer um deles diga algo a montagem já estabelece a oposição entre os dois com os closes que ressaltam a insatisfação de Travers com excesso de perguntas feitas pela Controle quando, na visão dele, ela já deveria ter mandado matar todos naquela casa.

Ao mesmo tempo que a Controle é uma personagem complicada de estabelecer como uma aliada dos heróis graças aos seus métodos que a aproximam mais dos vilões, ela tem motivações altruístas que a levam a essas ações autoritárias. Assim, mesmo que as ações delas sejam condenáveis – e o episódio não foge disso ao apontar, nos seus minutos finais, a politica de perfilamento racial e como o Samaritano usa isso a seu favor –, ela se mostra genuinamente interessada em proteger a população, sem usar o combate a ameaças terroristas como uma desculpa para ganhar poder ou dinheiro, suspeitando até mesmo do computador que lhe provê todas as informações e da relação com Decima, onde fica claro que o poder não está nas mãos do governo.

A parte de Control-Alt-Delete que não se dedica a mostrar o trabalho da Controle se concentra na busca de Reese e Root por Shaw. Se eu não soubesse os motivos que levaram a decisão dos showrunners a tirar essa personagem da série, eu estaria curioso quanto a revelação do destino dela. Sabendo dos motivos, essa persistência em manter uma esperança de que ela está viva me parece uma forma desnecessariamente complicada de permitir que a personagem possa voltar no futuro.

Apesar parecer desnecessária – ao menos por agora, já que sempre há a possibilidade dessa busca levar a algo importante que não seja Shaw – essa trama produziu duas boas cenas da ação. Numa época que CGI é usado para qualquer tipo de cena por custar uma fração do valor necessário para filmar em cenários reais, é sempre bom ver alguém filmando perseguições, tiroteios e brigas que não envolvam carros e explosões criados por efeitos digitais ou uma edição capaz de causar um ataque de convulsão.

O cliffhanger mostra que a Controle acreditou em Finch, se dando conta de que ela é apenas o zelador, algo que o episódio ressalta ao colocar o chefe de segurança perguntando se ela pensa que ele um zelador. Essa é a situação na qual ela se encontra, o momento em que ela percebe que não é responsável por proteger ninguém, apenas limpar a bagunça criada por uma inteligência artificial que tem objetivos que ela sequer imagina, e dá o primeiro passo para se tornar uma aliada na luta contra o Samaritano.

PS: Quando eu penso que poderei passar uma review sem comentar os diálogos expositivos de Person, a série mostra o mais medonho de todos. Meus ouvidos doeram ao ver Finch explicando seu plano para Fusco. Reconhecer que o único propósito daquela cena é explicar para o espectador o que está acontecendo quando o detetive pergunta se Finch estava falando com ele não torna aquele momento menos artificial.

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