Castle 5x14: Reality Star Struck

16.2.13


 O primeiro dia dos namorados, juntos.

Em 14 de fevereiro de 2011 a série Castle trazia ao ar um episódio onde seu pano de fundo relacionava-se com o dia dos namorados, (“The Final Nail”). Aquele episódio retratou a importância da amizade, principalmente entre Beckett e Castle, a ponto da detetive estar ao lado do escritor em uma data onde ela deveria estar com o namorado.

E como recordar é viver, lembro-me do desejo insano, por parte dos fãs, relatando o seu grande anseio em ver Kate e Rick celebrarem este dia estando, efetivamente juntos, como um casal... E após dois anos, este dia chegou.

Reality Star Struck, exibido na última segunda, apresenta como plot a história de uma mulher (Hannah) atuante de um reality show (Wives Of Wall Stree), assassinada com uma facada nas costas. Mas quem se importa? Se na verdade 99,9999...% dos telespectadores que se dedicaram a assistir este episódio, queriam mesmo era ver como seria a celebração do dia dos namorados entre Castle e Beckett, o plot secundário deste episódio.

Então, o que dizer do que foi visto em relação às expectativas? Bem... Isso é complicado...

Todas as vezes que eu desenvolvo uma review, o que eu busco é enfocar os principais elementos de um episódio. Se este foco me permite trabalhar mais a fundo, eu acho fantástico, pois isto permite instigar o leitor a rever cenas, momentos, e questionar o meu texto com os pontos abordados. Porém, quando não é possível apoiar-se nesta perspectiva, eu busco a avaliação de um contexto geral, repassando os fatos de forma a entendê-lo como um ponto positivo ou negativo do enredo. E é desta última maneira, que eu decidi avaliar Reality Star Struck, para que assim, possamos perceber os atenuantes deste episódio, em comparação à série.

O caso da semana:

Como já comentado, o caso da semana envolvia o mundo dos reality shows, as celebridades afogadas em seus poços de mentiras.

A abordagem do tema não apresentou nada de diferente ou novo em se tratando de Castle. De fato, não foi nem a primeira ou segunda vez que a série trouxe ao palco este enredo. O que, em minha opinião é um ponto negativo para a mesma. Pois ainda que não seja o principal foco de um telespectador que assiste a um episódio onde o tema era o dia dos namorados, mesmo assim, todos querem algo novo e diferenciado, porque (querendo ou não) o plot semanal de um seriado é responsável por mais da metade do tempo que possui um episódio, e se ele não for envolvente, os plots secundários são mais exigidos, mais questionados, exatamente para compensar o fato.

Um fator que poderia ter sido aproveitado, neste caso, seria vemos Beckett prender alguém por obstrução da justiça (de forma humorada), pois TODOS mentiram durante a investigação. Mas, realmente, nada foi surpreendente.

O Plot Secundário:

O tema era o dia dos namorados: a celebração do amor entre os casais. Então o que deveríamos esperar? Eis uma complicação, porque eu confesso que esperava que tanto o caso investigado quanto os relacionamentos na delegacia fossem abordados com ênfase no romance, com as inúmeras formas de se expressar o amor, o problema é que não foi...

Em se tratando do caso, até foi uma história de amor, porém muito decepcionante. E já na delegacia tivemos uma conceituação meio ambígua para entender se o dia dos namorados realmente relatou o que deveria.

Eu sei que muitos não vão concordar, porém, sempre gosto de expor alguns argumentos para fazer valer a minha opinião, então...

Acredito que no quesito da história do crime, os roteiristas poderiam realmente ter abordado um belo caso de amor. Quem assiste Castle desde sua primeira temporada sabe que a série é muito capaz de abordar algo com tamanha significância, basta lembrar-se de episódios como The Fifth Bullet, A Rose for Everafter, Anatomy of a Murder e Heros and Villains. Sendo assim, porque não escrever um roteiro onde temos um lindo final para um casal coadjuvante que traria uma grande emoção, dando conexão ao contexto dos protagonistas?

No conceito dos acontecimentos amorosos da delegacia, bem... Não foi legal.

Não foi nada romântico ver Ryan comparando a esposa a uma galinha. Como também, não foi emocionante ver o Castle errar o presente da Beckett e estragar o romance desta história. Definitivamente, o que eu gostei de ver foi Esposito e Lanie marcando um encontro na noite mais romântica do ano e, lógico... O presente de Beckett para Castle, mostrando que gradativamente ela estava permitindo que ele entrasse na sua vida, por definitivo. Isso foi emocionante!

Mas acredito que foi exatamente este toque da Kate que se apresentou ausente em todo o episódio, aquele significado intrínseco nas ações dos personagens. Até o cartão que o Castle escreveu foi absurdamente decepcionante, pois foi a Gates quem leu.

Enfim... Na noite mais romântica do ano, onde o espírito de São Valentim é envolvente... Faltou amor.

A interação do elenco e componentes secundários.

Eu deixei o melhor para ser avaliado no final... É, definitivamente, a interação do elenco e os componentes secundários foi o que houve de melhor em Reality Star Struck.

Em se tratando dos atores, eu realmente preciso dizer que um parágrafo é pouco a se dedicar sobre a química interpretativa entre Nathan Fillion e Penny Johnson Jerald. A atuação destes dois na abordagem da comédia é simplesmente fantástica.

Todos nós sabemos o quanto Nathan Fillion tem esta qualidade distinta de um ator que pode ser explorado com a comédia. Algo, definitivamente, marcante no seriado. Ele consegue interagir com o contexto de forma absurdamente cômica, e quem já assistiu aos erros de gravação sabe que o ator improvisa muito neste quesito.

Porém, desde o episódio Secret's Safe With Me, a atriz Penny Johnson começou a ser mais aproveitada, (algo que achei muito interessante e bom para a série), e como consequência, começamos a vê-la atuando com o protagonista do seriado. Eis uma ótima novidade, abordar estes personagens para reacender os momentos cômicos de Castle.

Não apenas aprovo, (com olhinhos risonhos), esta exploração do roteiro como afirmo tranquilamente que o que salvou o episódio desta semana foi esta interação.

Se você leitor não concorda comigo, eu o desafio a assistir o episódio novamente e avaliar quais foram as melhores cenas do mesmo.
...
Quando me refiro a componentes secundários, estou abordando vários itens que são inseridos a um episódio apenas para contextualizá-lo e torná-lo mais complexo. Isto enriquece o enredo e qualifica o entretenimento. Agregam-se a esta qualificação os personagens coadjuvantes, alguns cenários diferenciados que aguçam a atenção do telespectador e também elementos que enriqueçam o drama ou que venham a balancear o mesmo.

Reality Star Struck pôde contar com a participação da atriz Gina Torres, a eterna a Zoë Washburne, da série Firefly; ou Anna Espinosa em Alias.
Eu, particularmente, sou fã de carteirinha da arqui-inimiga da Sidney Bristow.

Sempre acho um ponto positivo para qualquer seriado que consegue trazer convidados marcantes do mundo da TV, sendo seus personagens significativos ou não durante a participação. Por alguma razão, acredito que isto traga méritos à série, pois demonstra que nomes importantes querem “dar uma passadinha”. No caso de Castle, isto até se tornou muito acentuado, pois o telespectador já tem até certa empolgação de saber quem será a próxima “figurinha carimbada” que aparecerá nos episódios.

Como elemento secundário, extremamente significativo para este episódio, o grande troféu vai para a abordagem da comédia.

Ainda que Castle seja qualificada como um drama policial, não há dúvidas de que seu grande diferencial é a investida (de forma magnífica) do humor. Porém, após o hiato de fim de ano, os plots se apresentaram fracos neste quesito. Mas Reality Star Struck trouxe ao ar todo este lado divertido e absurdamente hilário da série.

A cena onde Kate entra aos berros na sala de interrogatório enquanto Castle e Gates assistem pelo vidro, e Rick aplica as suas “manobras de ninja” para tentar recuperar a caixa de brincos... Definitivamente, nem sei qual foi a parte mais engraçada: Se quando ela vira a mesa ou quando Bob revela que o caso era falso e pelo vidro, Castle e Gates gritam juntos: “What?”. Mas além desta cena, todo o episódio foi embasado na comédia e muito bem apoiado, por sinal. Qualificando-o como um dos melhores, neste quesito, este ano.

Conclusão

Como avaliação final, digo que o episódio foi muito bom em relação a temporada, mas poderia ser melhor por se tratar de um momento, há muito tempo, aguardado pelos fãs.
...

Eu sei que muitos acreditam que durante esta semana Castle apresentou melhoras por voltar às “suas origens”. Porém, acho importante ressaltar que não é apenas a comédia que define Castle em voltar às suas raízes. A essência do seriado não está apenas no fato dele ser engraçado. Havia outros complementos, como por exemplo, a “rivalidade durante os casos” entre Castle e Beckett que garantiam uma tensão eletrizante por todo o episódio. Também o fato que Rick era um palhaço em pessoa a ponto de fazer apostas na delegacia para ver quem resolvia um caso primeiro, ou gritar histericamente quando um corpo caia em cima dele. Além disso, seu personagem era mais ousado, investigava sozinho outros focos relacionados ao caso, apoiando-se no fato de que ele não era policial e diante disto, ele tinha permissão de marcar um encontro com uma prostituta, por exemplo, ou correr atrás de um suspeito com um sapato na mão.

São elementos como estes, agindo em conjunto, que definem a essência de Castle. E para abordar estes pontos novamente, acredito que a série precise seguir por um caminho onde Castle e Gates tornem-se amigos, para que ele não “pise mais em ovos” como faz atualmente, e por esta razão, seu personagem se comporta de forma mais séria. Outro ponto, seria abordar as relações entre Ryan e Esposito de forma mais divertida, como foi tratado no episódio Morder, He Wrote.

Estas apostas são capazes de render ótimos episódios a série, sem ter de recorrer apenas ao casal protagonista. Pois o fato de Castle e Beckett estarem juntos, não significa que é necessário investir em cenas de beijos e abraços entre os dois para que a série seja boa. De forma alguma! O que garante bons episódios é o conjunto da obra, e este conjunto coloca a relação do casal apenas como mais um elemento a se garantir a qualidade do seriado.

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2 comentários

  1. Confesso que me incluo no grupo de quem adorou o episódio dessa semana e que o considera como um episódio típico Castle: leve, divertido e fofo.

    Eu gostei do caso da semana, principalmente porque rendeu cenas muito engraçadas entre o Castle e a Gates. Ele a discutir o enredo com ela, ou eles chocados quando descobriram que o caso extra conjugal tinha sido uma armação e mesmo a Beckett a interrogar o Bob, o que foi aquilo!? Ela a virar a mesa, muito bom! Já agora, qual ou quais os episódios de Castle que abordaram o mesmo tema de reality TV? Já são tantos casos que realmente é bem possível haver outros, mas pessoalmente não me lembro de nenhum parecido.. Talvez por isso tenha gostado tanto.. Não pelo caso em si, mas pelas situações caricatas que proporcionou..

    No mais, quase morri de rir com os momentos hilariantes entre o Castle e a Gates por causa da prenda!! :D ele sempre a aproximar-se do bolso dela e sempre a falhar em recuperar o presente, a Beckett a ficar desconfiada da atitude dele perto da Gates, eles cheios de medo a prever a reacção dela e no final a Gates a ler o bilhete e a dar uma bronca no Castle porque era uma mulher casada! rsrsrs demais!

    No quesito da casal achei a cena final muito fofa, já sentia falta de uma cena Casckett assim bonitinha e também adorei toda a competição deles para ver quem dava a prenda melhor porque remete às primeiras temporadas quando eles viviam nessas disputas de brincadeira, só para se picarem.. Concordo que o bilhete lido pela Gastes perdeu um pouco o impacto, mas de outra forma nem saberíamos o que estava escrito, então já valeu só por isso..

    Concluindo gostei mesmo muito do episódio, mas compreendo as razões pelas quais você ficou desiludida. também não achei muita graça na cena do Ryan e a mulher a tentarem engravidar, mas não foi algo que me incomodou no meio de tantas outras coisas engraçadas. Não acho que só por ser episódio de S. Valentim o caso teria de ser sobre amor, por isso achei o caso satisfatório, mas realmente se era isso que você esperava compreendo o porquê da sua decepção.

    Agora que tivemos um excelente episódio de comédia na minha opinião, vamos ver que tal Castle se sai no drama no episódio duplo!

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  2. Concordo com você, viu! Gostei muito do episódio e não achei nada tão decepcionante assim que não desse para ser superado frente aos outros elementos do episódio. Tudo foi muito leve e divertido!

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