My Mad Fat Diary: Season 1

22.2.13


Hey Rae! What's Going On?!

Chego aqui dessa vez no seriadores para uma difícil tarefa. Falar desse que é o mais novo hit mundial teen. Comentada por pelo menos oito em cada dez fãs de série, e shippada de todas as formas por dez entre cada dez tumblrs de série, My Mad Fat Diary provou que para ser uma série teen de boa qualidade e repercussão não precisa fazer muito, não precisa ter apelação sexual, ou ser antenada em moda e estilo, ou até mesmo apelar para a onda de seres sobrenaturais... Basta ter um bom roteiro! E isso é uma coisa que Tom Bidwell e Rae Earl, autora do novel que deu origem a série, tiram de letra. Uma história muito bem contada e amarrada, que fala não apenas de uma adolescente e suas neuroses, mas de momentos. Uma história em que muito mais importante que o especular é o viver.

A estética de MMFD não poderia ser mais querida e nostálgica. Toda ambientada no fim dos anos noventa a série nos leva a momentos inesquecíveis daquela que foi a década mais normal, digamos assim. Sem todo o hype da "Y generation" e sem as extravagancias das décadas anteriores, os anos noventa foram para se parar, curtir os amigos, "the gang", e ouvir um bom e velho britpop. Ponto para o show também que faz ambientação entre dois grupos, os legais e populares e os esquisitos que vivem no Sacred Heart Hospital, e nossa protagonista no meio de tudo isso, provando através de neuras, textos em seu diário e fofíssimas animações na tela que ser normal independe do meio em que você vive, trata-se de ser honesto com quem você é e deixar transparecer o carisma interno que cada um de nós possui.


E não podemos falar em carisma sem falar de Sharon Rooney. O trabalho da atriz que dá vida à protagonista do show é simplesmente incrível. As nuances e expressões faciais, muito exigidas pelo roteiro, são entregues com uma precisão e espontaneidade que realmente dá gosto de ver. Aí Rae acaba virando essa coisa gostosa e crocantíssima de se assistir que vai dos momentos mais tensos de "Drama Queen" à facilmente um sonho cômico pós morte ou para uma rave ficar ensandecida do cú e esquecer todos os seus problemas. E o que torna história de Rae extremamente atrativa é exatamente é exatamente essa vibe dela viver tudo muito intensamente. Faz amizades intensamente, se apaixona intensamente, surta intensamente. Com Rae não tem tempo ruim, tudo é motivo para "Hashtag estou surtando" no diário.

Muito por causa de todas essas suas qualidades, Rae acaba sendo sempre o centro das atenções por onde passa e o fuscando pessoas como Chloe, que acaba sendo mais um molde social ao qual todos já estão cansados de ver. Mas não é só na turma dos descolados que Rae faz a diferença. Ela também é exemplo a ser seguido para os amigos do Sacred Heart Hospital, como prova de que se enfrentarmos os nossos problemas dia após dia, trancando os armários das fantasias, e conseguindo não se jogar debaixo de um carro até o final do dia, já estamos no lucro. É linda de se ver a relação dela com Tix, como se fosse uma irmã mais velha para a amiga. Muito divertido também é Danny, que com os seus dois chapéus me presenteou com os momentos mais engraçados da série, seja se passando por namorado de Rae ou dançando com os patos. WTF?!


E já que estamos falando dos amigos de Rae vamos falar então da gang. Começando pela Chloe que parece ter uma relação um tanto que "bittersweet" com a protagonista, aonde uma sempre quer o que a outra quer e nenhuma das duas está satisfeita com a própria vida e sempre achando que a da outra é melhor. O problemas de Chloe é que ela não tem todo o carisma e presença que Rae tem, e acaba sempre tendo que batalhar mais pelo seu espaço, tornando-se assim um pouco mais fria e calculista, parecendo erroneamente mais bitch. Na lista de BFFs de Rae também temos Archie também que foi a primeira paixonite da moça depois de sair de rehab. "Half geek, half rock God", o sósia de Cameron Mitchell tem uma personalidade e um jeitão todo fofo o desengonçado que acabaram conquistando Rae. A menina ter arrancado ele do armário, e ainda o chantageado, acabou ironicamente levando os dois a uma grande amizade 

E o que dizer de Chop, sem dúvidas é o melhor personagem de toda a série. Fã fervoroso de Oasis e dono das melhores piadinhas do universo, o menino pode até transparecer ser meio boçal no início, mas as melhores e mais fofas cenas de Rae, no quesito amizade, foram com ele. A cena do escorregador, a cena dos ingressos e claro, ele puxando o coro de "Champagne Supernova" no casamento... Épico! Ah, o relacionamento dele com Izzy também é uma das coisas mias fofas e enrustidas de toda a série. E por último ele que é o underground da galera, sempre tímido, acaba sendo ofuscado pelo carisma de Chop e a fofura e inteligencia de Archie, sendo sempre o último a ser notado. O que não foi diferente com Rae, mas foi só ela reparar nele que viu tudo o que ela estava perdendo. E a proximidade entre os dois trouxe uma carga de fofura para a série, que acho que nunca vi antes em outro lugar. Finn


No fim das contas toda aquela pira de Rae ao sair da rehab, se as pessoas iriam gostar dela, se ela ia conseguir se adaptar entre os populares, por ser gorda e ter problemas psicológicos... tudo não passava de insegurança da própria personagem, vontade de ser aceita. No fim das contas se você acaba dando uma chance para as pessoas, acaba por descobrir que todas elas são muito mais do que simples estereótipos. E acaba se dando uma chance de viver momentos incríveis ao lado de pessoas maravilhosas, que sempre estarão ali com você, seja na rave mais badalada ou no momento em que você declara abertamente que esteve internada em um psiquiatra. A cada cena, a cada história que vai sendo nos apresentada a "gang" só se supera, e acabamos nos apegando a cada um deles tal como Rae.

Para terminar não podemos deixar de comentar sobre à que são regados todos esses momentos incríveis de My Mad Fat Diary. Muito britpop é claro! É muito nostálgico para quem curte e se identifica com aquele rockzinho baladinha dos anos 90, simplesmente fantástico. Desde a primeira cena com com "Cigarettes & Alcohol" até o lindo final ao som de "What's Up", passando por ótimas cenas como o início do terceiro episódio com "Disco 2000", ela encontrando com Finn no último episódio ao som de "Champagne Supernova", e milhares de outras músicas ótimas que tocaram nos episódios, "Friday I'm in Love", "Fake Plastic Trees", "It's Oh So Quiet", etc. Com todos esses pré-requisitos preenchidos, só me resta  dizer que My Mad Fat Diary preencheu um espaço nunca antes preenchido nesse coração seriador, e vai ficar para vida essa incrível primeira temporada. Aos que já assistiram ficamos todos empolgados ao ouvir no fim do último episódio que a série terá uma segunda temporada, e aos que ainda não viram fica a urgente dica de gastar quatro horas e meia de uma tarde livre para degustar mais essa obra prima do E4.

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6 comentários

  1. sósia de Camero Mitchell HAHAHAHAHA
    (mesmo comentário que fiz no Séries em série)
    Em My Mad Fat Diary é tudo tão bem feito. Rae é retratada sem pudores ou restrições, da insegurança à hipersexualidade de maneira que nos sentimos lendo um diário com seus pensamentos e emoções mais profundos.Os próprios personagens refletem a sua visão, como Finn. Outro ponto positivo é sua relação com Tix, que além de muito bem interpretada pela atriz, no início já se mostra uma personagem complexa, e evolui ainda mais na trama.

    Muito amor por MMFD ♥

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  2. fiquei apaixonada pela série, e me trouxe muitas lembranças legais dos anos 90...

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  3. A estética de MMFD não poderia ser mais querida e nostálgica. Toda ambientada no fim dos anos noventa a série nos leva a momentos inesquecíveis daquela que foi a década mais normal....



    Apenas essa alegação já me convenceu a assistir ...SDDS eternas dos anos 90'

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  4. Nossa, falou tudo que eu queria falar...Adorei a série. Também amo as series britanicas, apesar de preferir as de época.

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