American Horror Story 3x09/10: Head/The Magical Delights of Stevie Nicks

15.1.14


Oh, Freedom!

Antes de mais nada, gostaria de me desculpar pelo atraso nas reviews. Assumi a série há uns dias, num período meio turbulento, e só pude escrever agora. O Leo pelo visto não aguentou Coven e passou a bola adiante. Não o culpo, nem aos outros que não estão gostando da enrolação de American Horror Story nessa temporada.

Não dá pra negar a falta de foco. O número de personagens e plots só não são mais excessivos que os de Glee. AHS consegue ser bem feita e fechadinha por causa número reduzido de episódios. Titia Ryan Murphy não trabalha bem a longo prazo e regularidade não é seu forte. Quem acompanha suas séries sabe bem disso. Por isso, a trama de Coven deveria ser mais direta. Não é difícil. Asylum está aí para mostrar que é possível fazer algo centrado e foda. Não reclamo das coisas avulsas, até porque Asylum estava cheia delas, mas do espaço que gastam com isso em Coven. Coisas como o Axeman, chato e desnecessário, o que fizeram com Evan Peters, um grande talento e querido pelo público tão mal aproveitado dessa vez (apesar de eu adorar que ele tenha mostrado mais a bunda dessa vez).

Apesar desses defeitos, confesso que estou louco com Coven. Não tanto quanto eu era com Asylum, óbvio. Apesar de influenciarem pouco ou quase nada para o plot principal, algumas coisas são bem feitas e maravilhosas. O melhor exemplo disso foi a esplêndida cena de Frances Conroy, que está divina nessa temporada. Eu esperava pouco daquele jantar e então, após um belo discurso, Myrtle arranca os olhos de Pembie e Quentin com uma colher e os usas para restaurar a visão de Cordelia, dando-a a linda anomalia da heterocromia. Depois, Myrtle ainda faz carne moída com os corpos dos dois. Sensacional!

Na trama central, descobrimos que Hank e o pai são de uma corporação anti-bruxas, que passa de geração a geração desde os tempos de Salem. Então, o que pareceu que seria uma rixa entra bruxas brancas e negras, vira uma guerra entre bruxas e humanos. Fiona fala isso logo na premiere. “It’s Salem all over again.”. Eu até ansiava pelo duelo Fiona X Voodoo Queen, mas, a menos que ocorra um twistzinho final, a promessa nunca foi essa.

Por ser essa a ideia desde sempre, não é estranho uma aliança entre Fiona e Laveau. Isso é até bonito de se ver. Fiona, por mais narcisista que seja, finalmente aprendeu o que significa ser a Suprema, mais por Cordelia, a filha com quem só aprendeu a criar laços agora e ela sabe que essa luta não é só dela. Talvez o que Laveau disse sobre ela querer a aliança por estar doente e fraca seja verdade. Esse choque de realidade a torna mais humana, de certa forma. Laveau, cujo ego se equivale ao de nossa eterna Suprema, reluta, debocha, é claro. Por enquanto.

A Voodoo Queen, assim como nós, não esperava pela sequência final de Head, com Hank invadindo seu salão, matando toda sua família, sobrando até pra Queenie, mas não antes que ela pudesse matar Hank, dando um tiro na própria garganta. Essa cena foi belíssima e a música escolhida por Queenie para tocar a alma de LaLaurie, clamando “Oh, Freedom”, deixou tudo ainda mais emocionante e batia muito bem com os dois contextos propostos. Teve ainda Patti LuPone (Joan?) matando o próprio filho, Luke, o que nos faz questionar a existência dos dois na série.

Agora, nessa reta final, parece que as mortes serão pra valer, afinal as pessoas precisam morrer e permanecer mortas. Em The Magical Delights of Stevie Nicks, quem se junta a Queenie foi Nan, para nossa surpresa, ainda mais quando ela morre logo após ficar mais legal, ganhando o poder de controlar mentes, fazendo Madison enfiar um cigarro na própria vagina e matando Joan. Isso nos faz pensar se a intenção de Titia é eliminar uma a uma agora. Eu amo todas e amo ainda mais a ideia de matar personagens importantes e queridos, mas acho que já está bom também, pelo menos por enquanto. Tenho quase certeza de que Misty voltará (se não todas) e ela eu quero ver de volta. A lei da morte de personagem querido funcionaria pra ela também, pois é minha preferida, mas a ideia dela como Suprema é boa demais, principalmente quando Madison está recalcadíssima.

Legal saber sobre a imortalidade de Laveau, sobre o pacto com Papa Legba, mas eu não fazia questão de tanto tempo dedicado a esse plot. Mesmo assim, é natural que Fiona também tope vender sua alma em troca da sua sonhada vida eterna. Ela, como sempre, estava impecável, tornando-se frenemy de Laveau, o desprezo por Cordelia, a extrema habilidade em preparar cocaína para invocar o Papa Legba, etc.

Esse também foi um episódio cheio de alívios cômicos. O desfile no cemitério, com figurinos e música que reforçam o boato de que a próxima temporada será “Circus” (seria essa a dica?) e Myrtle tentando acalmar o drama de Cordelia com aqueles “tons celestiais” numa cena com a qual não consegui deixar de gargalhar.

Toda temporada de AHS tem um episódio para quebrar um pouco o ritmo pesado no final. Esse foi o 3x10. Ninguém podia esperar outra coisa de um episódio que, no fundo, foi só para declarar o amor de Titia e de Misty por Stevie Nicks. Uma série de Ryan Murphy com uma temporada sobre bruxas não poderia passar sem Stevie. Provavelmente teve muita gente que não gostou ou não entendeu a participação. Eu a adoro também e, para ser sincero, não acho estranha a forma como ela apareceu e nem a explicação, porque era aquilo mesmo que deveria ser esperado. Novamente, não acrescenta nada na trama central. É dessas coisas que só estão lá por fetiche de Titia. Mas agora chega. Está na hora de focar e tacar o terror. Terminar bem centrado, assim como Asylum. Três episódios são o suficiente para isso, se souberem fazer. 

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4 comentários

  1. Na verdade eu tô preocupado achando que 3 episódios não são mais suficientes. Até que me provem o contrário na série.

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  2. Essa temporada tá uó. Sem condições. Tem que ser um X-Men pra aguentar ver Coven, e não encontrar defeitos. Não é seu caso haha
    Tô muito decepcionado com Coven. Podia ter sido tudo. Ter sido a MELHOR temporada... Mas foi TANTO plot que eles foram acumulando, que agora, na reta final, eu bem pensei que a LaLaurie poderia amarrar todas essas bruxas, e colocar fogo na casa com elas dentro. Chatíssimaaaaaaaaas.
    Os momentos da Fiona com o Axeman (WHO?!) são um saco. Um saco mesmo. Sem condições...
    O negócio todo é que o Ryan Murphy prometeu TANTA coisa pra essa temporada, que no fim não teve porra nenhuma.
    Prometeu uma temporada focada nas mulheres, no feminismo, na luta pelos direitos, etc. Mas no fim só vi um monte de bruxas escrotíssimas, e egoístas, que pelo contrário do que se prega num Coven, que é todos protegendo a todos, só querem saber delas mesmas.
    Eles bem que tentaram copiar The Witching Hour da Anne Rice. Mas falharam incrivelmente.

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  3. Curti a review mas continuo axando a temporada muito fraca, do nada a personagem da Emma Roberts ja consegue ressuscitar mortos tambem alem de um monte de coisas q pareciam importantes e não sao coisa nenhuma, sobre a proxima temporada não sera Circus isso é coisa de fã q se expalhou, ja disseram q sera uma temporada de epoca como assilum e provavelmente sera sobre a segunda guerra mundial ou a guerra fria, a dica estara no proximo episodio.

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  4. Jonathan Ferreirasábado, 18 janeiro, 2014

    Sobre a Madison, ela pode muito bem ter manipulado o cara e a Misty para fazer parecer que ela o tenha ressuscitado, afinal a cena toda foi muito estranha e artificial. Sobre a próxima temporada, você tem razão, é que eu escrevi a review antes de ver a notícia e falarei disso na próxima.

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