Almost Human 1x10/11: Perception/Disrupt

23.2.14


Em onze episódios, Almost Human até agora deu poucos indícios de que um dia possa deixar de ser um procedural e isso não é necessariamente ruim. Existem exemplos de boas séries – X-Files, Person Of Interest, as primeiras temporadas de Fringe - construídas a partir da repetição de uma estrutura semana após semana, que conseguem contar boas histórias apesar das limitações impostas pelo formato. Seria ótimo se fosse possível colocar Almost Human entre essas séries, mais a cada episódio isso uma possibilidade cada vez mais distante.

Esses mais recentes episódios são os melhores exemplos do desenvolvimento burocrático da série. Alguém morre, a cena do crime é investigada, suspeitos são identificados, a motivação e identidade do criminoso se tornam conhecidas. Excetuados os momentos onde o relacionamento entre Dorian e Kennex é abordado, os personagens são manequins em cena que se expressam através de diálogos simplórios que servem apenas para expor informações sobre o monotono caso da semana.

Por exemplo, pare em pense: qual a função de Stahl na série além de ser o interesse amoroso do protagonista? Tente lembrar qual cena ela já teve que era sobre ela, na qual não estivesse aparecendo apenas para questionar um suspeito ou para sugerir o eventual relacionamento entre ela e Kennex. O mesmo pode ser dito sobre todos, ninguém importa ali, exceto a dupla do protagonista.

Os vilões de cada episódio raramente tem tempo suficiente para terem suas personalidades exploradas. Normalmente, para criar um mistério desnecessário – a investigação na série raramente é boa o bastante para que a revelação seja impactante - , a identidade permanece elusiva até o momento da grande (not!) revelação. Não há a chance para conhecermos de verdade a pessoa procurada por Kennex e Dorian e por isso há apenas uma perspectiva, a dos protagonistas.

Disrupt é um episódio que poderia explorar muito bem a assassina, já que a motivação dela em se vingar pela morte do namorado tem um elemento emocional que poderia ser muito aproveitado, colocando lado a lado os motivos e as ações extremas dela com o absurdo daquele sistema de defesa, mas esses temas interessantes são apenas um pano de fundo.

Com uma criatividade para conceber tramas que em momento algum se assemelha aquela mostrada para criar o instigante universo habitado pelos manequins falantes, a série talvez precise de uma mitologia para se tornar algo mais, já que esta claro que o forte dessa equipe criativa não parece ser criar casos da semana.

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1 comentários

  1. Concordo com a sua análise. Os episódios são agradáveis de assitir semanalmente, mas tornam-se esquecíveis e irrelevantes sem nada que conduza o desenvolvimento do história com um fio condutor. Acho que essa série grita por uma mitologia a ser desenvolvida porque tem um enorme potencial para isso, mas o mínimo que podia fazer era desenvolver pelo menos os personagens, ainda que como pano de fundo à investigação.

    Acho que algo que não ajuda é o facto de estes pelos vistos estarem a ser exibidos fora de ordem! "Para quê??" pergunto eu, não faz qualquer sentido e só prejudica o andamento da série. Mas mesmo com esses defeitos torço muito por uma renovação nesta escassez de sci-fi na TV.

    Fonte: http://seriable.com/almost-human-episodes-airing-order/#ixzz2rL7ToT7Y

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